Saiba tudo sobre os câmbios automatizados (Parte 1, embreagem simples)
Alavanca posicionada no “A”, pé no acelerador e logo estamos em movimento. Na primeira troca de marcha, percebe-se que há algo estranho com aquele câmbio automático, aliás, ele não é automático e sim automatizado. Mas qual a diferença entre eles?
Em nosso mercado existe uma variedade de câmbios automatizados de embreagem simples, que são o Dualogic (Fiat), ASG (VW) e Easytronic (Chevrolet). É sobre esse tipo de câmbio que falaremos na primeira parte do texto. Há também os câmbios automatizados de dupla embreagem, que ficam para a segunda parte.
Quanto aos automatizados de embreagem simples, a primeira diferença notada é o custo, que pode ser até 40% menor, visto que a caixa automatizada tem concepção mais simples que uma caixa automática convencional, que dispensa a embreagem mais usa o conversor de torque. Na caixa automatizada, os componentes são praticamente os mesmos de uma caixa manual, com a diferença de haver um sistema computadorizado que gerencia os parâmetros envolvidos em uma troca de marcha.
Ou seja, quando você coloca a alavanca em modo “A” e pisa no acelerador para colocar o carro em movimento, o computador analisa qual a porcentagem de aceleração e qual a velocidade do veículo, logo em seguida calcula quanto da embreagem será acionado e qual marcha deverá ser engatada. Uma vez que os cálculos tenham sido feitos, uma central robotizada se encarrega de fazer o trabalho.
Durante uma troca de marcha, já em movimento, é comum ocorrer um leve tranco (cada vez mais leve hoje em dia) nas trocas ascendentes e um tranco mais perceptível nas reduções. Isso ocorre devido à necessidade do alívio da aceleração, como fazemos na troca de marcha em carros com câmbio manual. Por isso as trocas ocorrem de modo mais suave quando o condutor dá uma leve desacelerada durante as trocas do câmbio automatizado.
Algo a ser destacado sobre esse tipo de câmbio é a variedade de formas de condução que ele permite. Deixe a alavanca no modo “A” para trocas automáticas, acione a tecla “S” para trocas automáticas (ou manuais) mais rápidas, jogue para o modo “M” e faça trocas manuais como desejar e, caso não seja suficiente, mesmo em modo automático, o motorista pode usar a alavanca (ou as borboletas) para sugerir uma marcha ao câmbio.
Durante manobras de estacionamento, a coisa complicava nos primeiros automatizados que chegaram ao mercado, pois era necessário dosar bem o acelerador para mover o carro alguns centímetros. Hoje em dia os sistemas EasytronicGen II (Chevrolet) e Dualogic Plus (Fiat) trazem um recurso chamado “creeping”, que é o avanço lento do carro sem acelerar, idêntico ao que ocorre nos carros com câmbio automático. A contrapartida é que se faz necessário pisar no freio ou mover o câmbio para “N” nos engarrafamentos. Apenas o câmbio ASG (VW) não traz o recurso de “creeping”.
Uma vez que não possuem conversor de torque (e com isso não roubam potência do motor), os carros equipados com câmbio automatizado podem até ser mais econômicos que carros idênticos com câmbio manual. Em modo “auto”, os câmbios automatizados efetuam as trocas de marcha na faixa ideal de rendimento do motor.
Definitivamente o câmbio automatizado de embreagem simples requer um pouco de “ajuda” do motorista para funcionar de forma satisfatória, pois ainda que os sistemas estejam bem avançados, ainda é notada alguma hesitação em certos momentos, principalmente durante um kick-down. Na próxima parte falaremos sobre o melhor dos mundos, o automatizado de dupla embreagem.