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Saiba como ‘nasce’ um veículo Volkswagen no Brasil

Fotos: Divulgação

O carro que será lançado daqui a quatro anos já está sendo desenhado. Na verdade, quando esse veículo chegar às concessionárias, para os designers da Volkswagen do Brasil, ele já estará “desatualizado”, pois eles já estarão trabalhando na reestilização ou até mesmo no sucessor desse modelo. Isso porque, para o Design, o futuro é hoje. É assim que começa a “nascer” um Volkswagen: desenvolvido em um cenário imediato, para ter estilo duradouro e moderno daqui a quatro anos.

“O primeiro contato que se tem com um automóvel é com o estilo, com a sua forma. Por isso, o Design é tão importante. Ele é o início da relação entre o homem e a máquina. É um ser humano diante de mais de 3 mil peças montadas. Mas para dar certo essa relação, o veículo tem que cativar por dentro e por fora”, explica o diretor de Design da Volkswagen do Brasil, Luiz Alberto Veiga.

E essa relação começa com rabiscos. A forma do novo veículo é definida inicialmente pelos sketches (desenhos em duas dimensões). São várias propostas em torno do mesmo veículo até chegar aos temas preferidos.

“O sketch conceitual é o verdadeiro embrião da composição de uma nova ideia. A grande batalha dos designers é inovar e evoluir seguindo parâmetros de estilo do Grupo Volkswagen. O DNA Volkswagen tem que estar presente desde o primeiro desenho do veículo”, diz o supervisor de Design, Guilherme Knop.

Na área de Package (onde são dimensionados e posicionados os espaços e os componentes do veículo) os técnicos ajustam e definem o tamanho ideal do carro assim como analisam as questões ergonômicas em relação ao ser humano e também de adequação ao meio ambiente com o máximo de qualidade sensorial.

As ideias mostradas nos sketches, adaptadas às medidas definidas do Package, são transferidas para um desenho com tamanho real do novo veículo, em escala 1:1. Após sua aprovação, chega a fase do clay, uma massa especial para modelagem, composta por barro e demais elementos químicos, para esculpir o modelo em tamanho natural.

Nesta fase, a área de engenharia avançada participa ativamente em conjunto com os designers e engenheiros especialistas em Package, para viabilizar tecnicamente o veículo. Este modelo em clay recebe pintura e todos acabamentos como faróis, grades, vidros etc. para tornar-se o mais próximo possível de um veículo de série.

“O segredo do designer automotivo não está na capacidade de criar forma e conteúdo, mas sim em fazer com que seu projeto seja viável e duradouro. Então, desde o princípio há uma série de preocupações e detalhes que devem ser priorizados. E isso obviamente passa pelo estilo do veículo, mas abrange o espaço para a cabeça, o tamanho do porta-malas, a visibilidade. É uma equação que exige muito trabalho e dedicação para se resolver”, afirma o gerente-executivo de Design da Volkswagen do Brasil, Gerson Barone.

As mesmas fases ocorrem paralelamente também no trabalho de composição do interior do veículo. Painel de instrumentos, laterais de portas, teto e todas as partes visíveis são modeladas em detalhe – exatamente como serão quando vierem a ser produzidas. Todas estas tarefas são desempenhadas pela equipe dos modeladores e tapeceiros em um verdadeiro trabalho artesanal.

Também paralelamente se dá a escolha das cores e materiais de revestimentos internos e externos do veículo. Essas atividades são de responsabilidade da área de Color & Trim, que pesquisa e reúne as principais tendências do mercado (com o suporte e propostas da área de Marketing), de estilo e adequando as novas tecnologias as necessidades do design.

“O interior do veículo deve causar aquela sensação de bem-estar, tranquilidade, como se fosse uma zona de conforto. Tudo tem de estar bem organizado, os materiais tem que atender os padrões de qualidade da marca e passar essa sensação para os ocupantes do veículo. Daí a razão das constantes preocupações com a sensação agradável ao tocar nas peças ou acionar um botão, a ergonomia dos bancos, o figurino da cabine, o encaixe perfeito dos componentes. Até o cheiro do carro é uma preocupação do designer”, diz a supervisora de Color and Trim, Marilia Biill.

Cumpridas essas etapas, o novo modelo é levado para a matriz da Volkswagen, na Alemanha, onde é submetido à direção do Design Center em Wolfsburg. A partir daí, são efetuados os ajustes necessários e começa, então, a fase de construção da superfície matemática que é feita baseada em um scanning do modelo final. O carro inteiro vira cálculo com preocupações milimétricas nas tolerâncias.

Essas informações matemáticas vão mais tarde (após extensivos trabalhos de viabilidade técnica e financeira, em conjunto com a engenharia e outras áreas da companhia, como planejamento industrial e produção) definir o modelo virtual, que será a base final para a construção das ferramentas e meios de produção.

Definido e aprovado o design do futuro carro, as informações matemáticas são congeladas. Ou seja, não mudará, mesmo estando com 18 meses de antecedência ao seu lançamento no mercado.

Fonte: Volkswagen do Brasil

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