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Renault investe no mercado brasileiro de carros elétricos

Foto: Divulgação / Renault ZOE

A Renault, que faz parte da Aliança com a Nissan, começou a comercializar seus veículos elétricos no Brasil. As primeiras unidades foram vendidas recentemente para a CPFL energia, concessionária de energia elétrica, que opera em São Paulo, e que conta com programa de laboratório para desenvolvimento de mobilidade sustentável, com foco nos veículos elétricos.

A CPFL adquiriu da Renault os modelos ZOE, Fluence Z.E. e Kangoo Z.E,  que integram o plano da montadora francesa de reduzir em 20 por cento as emissões de CO2 até 2016, sendo 10 por cento até o próximo ano. De fora ficou o Twizy, que ainda não foi homologado para rodar no Brasil (aqui ele é classificado como quadriciclo). Naturalmente, a montadora francesa não deve estar economizando esforços para legaliza-lo, o mais rapidamente possível.

Os valores da transação com a CPFL não foram divulgados, mas sabe-se que importar um modelo compacto Zoe, por exemplo, custa atualmente cerca de R$215 mil. O presidente da Renault do Brasil, Olivier Murguet, conversou com o VerdeSobreRodas, por ocasião do 9º Salão Latino Americano de Veículos Elétricos 2013, acorrido no Expo Center Norte, São Paulo, entre os dias 10 e 12 de setembro de 2013. Segundo Murguet, os modelos elétricos a venda no Brasil, ainda não têm tabela de preço público. O valor será apresentado ao cliente durante a negociação.

Perguntado sobre o nicho de mercado que a Renault irá operar com os modelos elétricos, Murguet, disse não haver segmento alvo, como ocorre, por exemplo, com a parceira Nissan, que claramente foca o governo, taxi e grandes frotistas para vender os seus modelos eletrificados. No entanto, enquanto o governo Brasileiro não regulamentar os carros elétricos, o consumidor pessoa física, estará praticamente fora deste setor, pois além do preço absurdamente alto, não há infraestrutura adequada para apoia-los.

Fabricante do porte da Renault, sabe que os veículos elétricos, cedo ou tarde, estarão presentes em grandes volumes no Brasil, e enquanto isso não acontece é preciso testar e divulga-los. Neste contexto, as maiores interessadas são obviamente as concessionárias de energia elétrica, que mais terão a ganhar com a venda de energia para abastece-los. Daí, elas serem um nicho interessante para as montadoras que primeiro, e mais investirem no segmento.

Neste sentido, o presidente Olivier Murguet, revelou que a Renault acaba de negociar parceria com Itaipu Binacional. Também, para apoiar a infraestrutura a marca francesa acaba de anunciar que a sua rede de concessionária está sendo equipada com carregadores rápidos. O cliente não pagará por carga de até uma hora de conexão. Segundo a Renault, serrão disponibilizados 875 pontos de recarga. Inegável tratar-se de uma iniciativa inteligente, e que provavelmente será adotada por outras marcas.

A Aliança Renault-Nissan é a que mais investiu até agora em veículos elétricos. No entanto, ao contrário do que ocorreu com os carros equipados com motores a combustão interna, que ganharam escala em quase todas as partes do mundo, os elétricos devem se desenvolverem mais nas regiões onde a legislação for mais rigorosa com relação as emissões de gases poluentes, e que priorizem diminuir a dependência do petróleo. Já nos países grandes produtores de petróleo, ou que tenham outros interesses econômicos (como é o caso do Brasil com enormes reservas do pré-sal e programa do etanol), eles deverão ter expansão lenta.

*Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil

Fonte: www.verdesobrerodas.com.br

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