PRIMEIRA VOLTA – Renault Captur ganha câmbio CVT na versão 1.6
Fotos: Marcelo Silva
Desde o seu lançamento, o Renault Captur costumava provocar uma dúvida cruel em seus pretendentes. Ou levava-se para casa o belo SUV (Crossover) com motor 1.6 moderno e econômico mas com câmbio manual ou, se a ideia era descansar o pé esquerdo, o comprador era obrigado a optar pelo datado 2.0 casado a um câmbio automático de quatro velocidades. Talvez essa falta de uma opção “ideal” de compra tenha sido o motivo pelo qual há poucos Captur nas ruas.
De forma a equalizar a oferta de versões, a Renault enfim combinou o ótimo motor 1.6 16V SCe a uma transmissão X-Tronic CVT. Na prática é o conjunto já conhecido no Nissan Kicks, mas no Renault essa transmissão conta com trocas sequenciais aonde seis marchas são simuladas. O motor 1.6 16V rende até 120 cv de potência e 16,2 kgfm de torque com Etanol no tanque, e se mostra valente para lidar com os 1.286 kg do carro.
A nova transmissão estará disponível em duas versões: Zen 1.6 CVT, que custará R$ 84.900 e a versão Intense 1.6 CVT, que custará R$ 88.400. Essas duas versões se unem à Zen 1.6 MT (R$ 78.900) e à Intense 2.0 AT (R$ 91.900), e a expectativa da Renault é que as duas versões CVT representem 60% das versões vendidas (10% Zen e 50% Intense) e cada uma das outras versões já existentes fiquem responsáveis por 20% do total das vendas.
Visualmente não há qualquer alteração nas versões com transmissão CVT, nem mesmo qualquer badge externo que diferencie a versão Intense CVT da versão Intense 2.0 por exemplo. Do lado de dentro, o carro continua trazendo o bom nível de equipamentos já vistos antes, com direito a controles de tração e estabilidade, ar-condicionado com controle automático de temperatura, central multimídia MediaNAV (opcional na Zen) e airbags frontais/laterais.
PRIMEIRA VOLTA
Niterói/RJ – Tivemos o primeiro contato com o Captur CVT no Aeroporto Santos Dumont, de onde seguiríamos para Niterói, uma cidade vizinha ao Rio de Janeiro. Com dois ocupantes corpulentos no carro, a primeira impressão do powertrain foi a boa resposta em acelerações médias, aonde o carro ganha velocidade sem ruído excessivo do motor ou lentidão por parte da transmissão. Em velocidade de cruzeiro, o Captur roda suave com os giros sempre baixos, o que explica os 3% a mais de economia em ciclo rodoviário quando comparado ao Captur 1.6 MT.
O conjunto de suspensão do carro continua bem acertado ao rodar em asfalto liso, e em asfalto mais crocante, o carro sofre mais do que o seu irmão de plataforma Renault Duster, mas ainda assim é bem dócil. A vida a bordo do Captur é agradável, com bom espaço interno para ocupantes de estatura mediana, isolamento acústico de qualidade e posição de dirigir adequada, mesmo sem o ajuste em profundidade da coluna de direção.
Rodando em um trecho sinuoso de subida, o Captur mostrou seu bom equilíbrio dinâmico, enquanto o motor 1.6 se mostrou valente ao ser exigido ao máximo pela transmissão. Nessas condições de aceleração plena, o som do motor invade a cabine sem cerimônia, enquanto o CVT trabalha no seu ritmo de oscilar os giros sempre em níveis altos. Para amenizar esse comportamento, pode-se lançar mão das trocas sequenciais simuladas, que aceitam o comando bem rápido e não aparentam ser tão artificiais quanto a transmissão de outros fabricantes.
No geral, o Captur 1.6 CVT se mostra a versão que faltava para o novo SUV da Renault, e finalmente seu powertrain passa a ser tão atraente quanto o seu visual. Aguardamos um teste de longa duração para conferir na prática as melhorias de desempenho, mas esse primeiro contato que tivemos com o carro se mostrou bem positivo. Vida longa ao Captur CVT!
*Evento a convite da Renault.