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Pela segurança dos motociclistas e motoqueiros

Fotos: Divulgação

O que era para ser uma diversão inocente e fazer uma criança sorrir durante as férias, se tornou dor e tristeza para os quatro filhos do motoqueiro Carlos de Souza Menezes, morto no Natal ao ser atingido por uma linha de pipa com cerol (mistura de vidro e cola de madeira), na BR-101, no Gradim, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

Uma maneira de se reduzir o risco para os motociclistas na época de férias, em que a incidência de pipas é alta, é a colocação das antenas nas motocicletas. O acessório é instalado na parte dianteira da moto, perto do painel de instrumentos. Nenhuma moto vem com a antena instalada de fábrica pelo fato de não ser um item de segurança obrigatório. É uma peça que pode ser comprada em qualquer loja, como acessório apenas, no valor de R$20.

O dono de revenda de motos Ésio Cauvet alerta para uma maior divulgação sobre o perigo destes acidentes, que acontecem em todo o período de férias escolares. “A mídia deveria estar batendo mais em cima disso, porque o motociclista não tem o cuidado de usar este acessório, e quando acontece uma fatalidade dessas, eles ficam receosos e correm para uma loja para instalar a antena”, comentou. O lojista ainda revelou que clientes dele passaram pelo local onde o motociclista Carlos de Souza foi morto pela linha de pipa e não tinham a antena intalada em seus veículos, mas decidiram instalá-la. “Quatro clientes meus passaram pelo local do acidente e nenhum deles tinham antena instalada. Após verem a cena do acidente, eles vieram temerosos para instalar o acessório em suas motos”, concluiu.

O motoqueiro Marcelo Martins (lado esquerdo da foto)) também reforçou a necessidade do uso da antena para diminuir o risco deste tipo de acidente. “Eu vejo a antena como um equipamento de segurança. O Detran deveria tornar o uso desta peça um item obrigatório. Os motoqueiros deveriam ter mais consciência sobre a utilização da antena. As escolas também poderiam instruir as crianças a não soltarem pipas na beira de estradas durante as férias”, disse. Marcelo também abordou a falta de fiscalização das autoridades e órgãos competentes como forma de impedir a incidência de tal acidente. “A falta de fiscalização das autoridades locais também contribui para que os acidentes ocorram”, concluiu. Um levantamento da Associação Brasileira de Motociclistas (Abram) apontou o cerol como um dos maiores inimigos dos motociclistas nas estradas. Um estudo feito pela instituição revela que, dos acidentes com motos em todo o país que envolvem linha com cerol, 50% terminaram com as vítimas em estado grave ou gravíssimo.

Campanha de orientação

A campanha ‘Viva Motociclista’, promovida pela Autopista Fluminense, tem o objetivo de orientar e conscientizar os motociclistas sobre questões relacionadas à saúde, segurança no trânsito, utilização de equipamentos de segurança e à manutenção da motocicleta. No local onde acontece a ação, de caráter itinerante, eles recebem orientações sobre os cuidados no trânsito e recebem um folheto com dicas de segurança. Também são cadastrados e têm à disposição uma avaliação médica, realizada pela equipe de atendimento pré-hospitalar da Autopista. As motocicletas ainda passam por uma verificação dos itens essenciais à segurança do veículo e de seu condutor, como lanternas, pneus, freios, amortecedores e correias. Outras ações importante da campanha é a fixação de adesivos refletivos de segurança, de acordo com o que está escrito na Resolução 203 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de setembro de 2006, e a instalação gratuita de antenas anticerol, que reduzem os riscos de acidentes causados por esse tipo de linha, muito comum nesse período de férias escolares em que aumenta o número de pessoas brincando com pipas. No último evento realizado em São Gonçalo, em julho de 2011, período de férias escolares, ao final do evento, a concessionária mobilizou uma viatura para acompanhar uma inspeção especial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no trecho com o intuito de orientar e conscientizar as pessoas que costumam soltar pipa às margens da rodovia.

 

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