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O Salão do Automóvel voltará a ter o mesmo charme e romance de antes?

Estamos em novembro, tradicional mês do Salão do Automóvel que a cada dois anos atraía o público amante de carros desejoso por conhecer as novidades que a indústria lançaria no ano seguinte. A cada evento, mais de meio milhão de pessoas, inclusive de outros estados e países, não se continham enquanto não chegava a hora de adentrar o pavilhão e visitar os estandes que exibiam o que se tornariam um grande sonho para muitos.

Nós, que apreciamos os carros, estamos saudosos porque há quatro anos não podemos praticar o exercício de ver, admirar e até desfrutar da oportunidade que as fábricas proporcionam para entrar nos carros e, dentro deles planejar a próxima compra. Ou, pelo menos, conhecê-los.

Também sentimos muita saudade e temos grandes e muito agradáveis recordações de Caio de Alcantara Machado, homem que se formou em Direito, mas que se revelou num importante publicitário e, ao viajar pelo mundo, conheceu feiras, exposições e salões que não existiam no Brasil.

Caio foi o rei do espetáculo, ou melhor, dos espetáculos que criou e com eles revolucionou o cenário econômico do País com estratégias inovadoras para as empresas. Idealizou o Salão do Automóvel da mesma forma que teve a coragem de organizar a UD, Fenit, Feira Mecânica Nacional, Salão da Criança e outros eventos abrindo um novo mundo de negócios, de entretenimento e cultura, ampliando vendas, criando empregos e promovendo o Brasil na América Latina e no mundo.

Homem de comunicação e de muita coragem sempre prestigiou a Imprensa, de cujos representantes ele não abria mão por saber que os jornalistas é que davam aos eventos a visibilidade e o prestígio desejados.

Com a montagem dos estandes religiosamente na véspera da abertura do evento, junto com Camilinha Cardoso, sua secretária, recebia os jornalistas para um agradável e festivo almoço comemorativo. Era um momento de congraçamento, que Caio e Camilinha sabiam como conduzir, com atenção, sorrisos e muita cordialidade.

Profissional de amplo relacionamento e muita simpatia e cortesia, contou sempre com o apoio e a presença de importantes personalidades para os eventos que promovia como presidentes da República, deputados, senadores e empresários de diferentes atividades. Para esse relacionamento, idealizou um cerimonial que valorizava os eventos e, também, enaltecia os convidados.

Entre as personalidades participantes, lembro que nos anos 60 e 70 um jovem jornalista estava sempre presente, como representante da Sucursal de São Paulo do Jornal do Brasil. Amante de carros, esse jovem frequentava a oficina Torke, do Tigrão Luiz Carlos Fagundes, por ser um ponto de encontro de pilotos e fonte de muitas notícias.

Alguns anos depois, transferiu-se para o Jornal da Tarde e por sua competência, foi promovido a redator-chefe do jornal O Estado de S. Paulo.

Por sua paixão por carros e, pela experiência adquirida, foi convidado por Volfgang Sauer para assumir a direção de comunicação da Autolatina e, alguns anos depois, transformou-se em diretor do Banespa (hoje Santander) e foi também convocado pelo presidente Lula para o cargo de ministro da Indústria e Comércio Exterior. Em um dos salões do automóvel, foi ele que representou o governo brasileiro. Seu nome: Miguel Jorge.

Além dos carros, dos amigos, das tecnologias, de mulheres charmosas que decoravam os estandes, o salão do automóvel também exibiu a competência e a criatividade de engenheiros e estilistas da indústria automobilística. Entre eles, um piloto sempre bem humorado, empreendedor corajoso, que montou uma fábrica de carros de competição, de modelos especiais e de réplicas de prestigio.

Esse divertido empreendedor, Antonio Carlos Avallone, participou de um dos salões do automóvel, exibindo a linha de veículos que produzia em sua empresa. Naturalmente, fui visitá-lo para conhecer os modelos que exibia. Mesmo diante das preocupações com o seu estande e as pessoas que se interessavam pelos seus produtos teve o bom humor de me dizer que ele era o empresário mais importante do evento, por ser o único proprietário de uma fábrica naquele salão e que se igualavam a ele somente Henry Ford II e Gianni Agnelli.

O Salão do Automóvel de São Paulo foi idealizado por Caio de Alcantara Machado em novembro de 1960, três anos depois da implementação da indústria automobilística, e teve como sede o Parque do Ibirapuera, onde permaneceu até 1969.

A partir de 1970 e até 2014 foi realizado no Parque Anhembi e depois de 2016 utilizou as instalações do São Paulo Expo Exhibition no início da Rodovia Imigrantes.

O novo local, previsto para agosto do próximo ano, será o Autódromo de Interlagos e a RX Reed Exhibitions revela que brevemente divulgará oficialmente todas as informações sobre o evento.

É esperar para ver a novidades e lançamentos que serão apresentados.

Fonte: Secco Consultoria / Crédito das imagens: Arquivo Internet
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