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Mercedes-Benz-GLC Coupé: O anti-BMW X4

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A Mercedes-Benz resolveu disputar o segmento dos coupé-suv-sedan estranhos, visando atacar diretamente o BMW X4, e está as voltas com o lançamento de seu GLC Coupé, um modelo com toda a tecnologia mais atual possível embarcada mas que também tem a característica do design da arqui-rival, dando a impressão que foi desenhado pela mesma pessoa no mesmo local. Entendo que a definição de beleza seja algo subjetivo, mas não sei agregar algo que não existe unicamente por conta de seu fabricante figurar entre os melhores do mundo, mesmo sendo um produto excelente, como sempre se espera quando a grade dianteira exibe a Estrela de 3 Pontas da Casa de Stuttgart.

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A primeira coisa a se fazer é situar corretamente o GLC dentro de sua categoria, uma vez que os departamentos de engenharia e os de marketing das montadoras costumam parecer não ter contato entre si, e cada um diz uma coisa diferente. A primeira vez que a letra G foi aplicada à um modelo Mercedes-Benz foi em 1979, quando do lançamento do “Jipão” G-Wagen (abreviação de Geländewagen, Veículo Cross Country), um SUV 4×4 produzido até os dias de hoje, mas que está há anos-luz de distância da Classe-GLS, na linha SUV grande de alto luxo mais indicada para uso urbano, lançada no ano de 2006, compartilhando as plataformas dos modelos Classe-GLE, que agrega os modelos M e ML (de tamanho intermediário, situando-se entre a Classe-GLK, menor, e a Classe-GLS, maior). Montados inicialmente nas plantas da Alemanha, Áustria e Estados Unidos, os Classe-GLS são produzidos atualmente em Tuscaloosa, Alabama-Estados Unidos, Pune-Índia e Wanaherang-Indonésia. Então, se os modelos do segmento SUV são definidos pelo prefixo GL, com o G como Geändewagen, o L

atuando como uma articulação para o S da linha Classe S seguido da colocação do modelo dentro da hierarquia da montadora, é fácil entendermos que o C encaixa o modelo como um Coupé, e isso se deve única e exclusivamente pela acentuada inclinação da Coluna C (a última coluna do teto, onde se fixa o vidro traseiro), uma vez que, por definição, um Coupé é um carro com 2 portas, para 2 ocupantes, com no máximo um micro espaço suficiente para duas pessoas se espremerem no banco traseiro.

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Como comecei pelo exterior, então vamos seguir assim. A dianteira apresenta o tamanho e a sensação de robustez típicos dos veículos desse segmento, com o que podemos chamar de “cara-de-mau”, porém elegante e muito bonita, sem os exageros típicos dos SUVs. As linhas laterais são bonitas, musculosas, com a imensa distância livre do solo deixando claras as aptidões do GLC, rodas de 21 polegadas calçando pneus 285/45 R 21 e o grande responsável pelo design ame-ou-deteste do modelo é justamente o achatamento do teto em sua extremidade traseira, deixando a impressão de que falta alguma coisa, aquela sensação de “mas cadê o resto do carro?”, sensação acentuada quando se olha a traseira propriamente dita onde, não fosse o posicionamento das 4 ponteiras de escape ao estilo superesportivo, acima do trabalhado parachoque traseiro, seria totalmente lisa e pobre. O que se pode esperar, no entanto sabendo que não vai acontecer, são alguns ajustes ou aplicações de alguns detalhes que colaborem com a melhoria do design num todo entre o espaço de tempo em que o GLC deixa de ser um “estudo” e passe a ser produzido em série. E isso acontecerá rápido, muito rápido, podem acreditar.

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O motor que move o Mercedes-Benz GLC Coupe é a obra-de-arte da engenharia V6 com 3,0 litros, injeção direta de combustível, biturbo, com 367 Cv de potência máxima, “emprestado” do GLE 450 AMG, assim como a transmissão automática de 9 velocidades 9Gtronic e a tração integral 4Matic All Wheel Drive. Nada impede, no entanto, que a versão de entrada do GLC não seja oferecida com o motor quatro cilindros em linha, 2,0 litros, turbo, com 242 Cv de potência e transmissão automática de 7 velocidades, com tração traseira ou integral, importado do sedan C300 ou uma versão a diesel “emprestado” do GLK250 BlueTec. Além de, rapidamente, a turma da AMG, o braço esportivo da montadora, se aventurará em dar sua estilizada no GLC e o equipe com o conjunto motriz do C63, aquele V8 6,2 litros com 457 Cv de potência, por exemplo. Certamente acontecerá algo parecido, principalmente quando a divisão M da BMW apimentar o X4. Ou vice-versa!

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O interior do GLC é exatamente como se pode esperar de um produto Mercedes-Benz: absurdamente luxuoso, completo, com tudo o que se pode imaginar – e muita coisa que nem imaginamos – de eletrônica embarcada, conforto e segurança de sobra, os materiais empregados sendo da mais alta qualidade, ou seja, é um Mercedes-Benz!

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O fato de essa fusão de conceito e design que tenta transformar um SUV em um Coupé Esportivo me parecer tão incongruente quanto tentar transformar um Superesportivo em um veículo off-road não vai alterar uma vírgula o crescimento dessa tendência. Sei que mais e mais montadoras vão entrar na briga, e só estou esperando a Audi contratar o mesmo designer do BMW X4 e Mercedes-Benz GLC e mandá-lo achatar a traseira de um Q7, a Land Rover fazer o mesmo e apresentar um Range Rover Sport Coupé, a Porsche deixar o Cayenne ainda mais feio fazendo o mesmo, enfim, trata-se apenas de minha opinião e o segmento vai crescer.

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Ficha Técnica

Mercedes-Benz GLC Coupé

Motor: V6, 3.0 litros, injeção direta, DOHC, biturbo, 367 Cv de potência, dianteiro, longitudinal.

Transmissão: Automática de 9 velocidades 9G-Tronic 725.0, tração integral 4Matic

Comprimento: 4.727mm; Largura: 2.151mm; Altura: 1.593mm

 

 

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