Jeremy Clarkson teve de desembolsar cerca de 130 mil euros (100 mil libras) de indenização a Oisin Tymon, o assistente de produção do “Top Gear” agredido pelo antigo apresentador do programa de automóveis.
Clarkson teve ainda que fazer um pedido de desculpas público. Não falou, mas escreveu para “apresentar desculpas pelo incidente e pelas consequências” que este causou.
“Gostaria de tornar claro que o abuso que ele sofreu é injustificável e lamento que tenha passado por isso”, referiu Jeremy Clarkson, no comunicado citado pela BBC. “Oisin sempre foi uma parte entusiasmada e criativa do Top Gear e desejo-lhe todo o sucesso em futuros projetos. Estou contente que este assunto esteja resolvido”, acrescentou. Mas não foi nada fácil.
O processo arrastou-se durante quase um ano até que o apresentador, de 55 anos, resolveu concordar em pagar pouco mais de 126 mil euros ao assistente de produção — com uma ajuda da BBC, que terá financiado parte da verba.
O valor chegou à essas cifras, pois, mesmo sem ter apresentado formalmente uma queixa às autoridades, Oisin Tymon alegou ter sido alvo de discriminação racial.
Uma investigação interna da BBC concluiu que Clarkson o chamou de “irlandês preguiçoso”, com um palavrão no meio da frase, a Tymon, antes de lhe dar um soco na cara. O pagamento da indenização, contudo, matou o assunto. “Agora o Oisin quer colocar o tema na gaveta”, confirmou Paul Daniels, advogado do assistente de produção, de 36 anos.
A BBC acabou por despedir Jeremy Clarkson, que apresentava o Top Gear desde 1988. Os restantes dos apresentadores, James May e Richard Hammond, também abandonaram a estação, para trabalharem, os três, num novo programa sobre automóveis para a Amazon Prime.
O Top Gear, por outro lado, já conta com um novo conjunto de apresentadores — um deles é Matt LeBlanc, ator que protagonizava a personagem Joey, na série “Friends“, produzida entre 1994 e 2004.