JAC J2 é lançado oficialmente no Brasil
A JAC trouxe para o Brasil seu compacto J2, visando disputar uma fatia do concorrido mercado dos carros de entrada. Por R$ 30.990, o carro traz de série freios ABS e duplo airbag, além de itens como ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico e CD Player. Mas a cereja desse bolo fica debaixo do capô, o motor 1.4 16V VVT com 108 cv @ 6.000 RPM de potência e 14,07 kgfm @ 4.500 RPM de torque, excelentes para lidar com os 915 kg do carro. Além disso, a montadora chinesa oferece 6 anos de garantia para o carro.
O pequeno carro recebeu por volta de 230 modificações para se adequar ao mercado brasileiro, além de ter passado por 1 milhão de quilômetros em testes por todo o Brasil. Além do motor, que na China é 1.0 de 3 cilindros, a dianteira do carro também foi remodelada, por questão de estética e também para promover maior refrigeração ao motor mais potente. A suspensão foi calibrada para maior dureza e o modelo recebeu modificações para garantir menor nível de ruído no interior.
Nas dimensões, o J2 faz jus ao nome de compacto, com seus 3,53 m de comprimento, 1,64 m de largura e 1,47 m de altura. A distância entre-eixos é de 2,39 m e o porta-malas é diminuto, com apenas 121 litros. Economia de volume também no tanque de combustível, com 35 litros. Mas a autonomia não deve ser um problema, uma vez que a JAC afirma que o J2 é frugal no consumo de gasolina.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Praia do Forte, Bahia – No primeiro contato visual com o pequeno J2, nota-se o diminuto balanço traseiro, o que resulta em um porta-malas aonde minha mochila de viagem coube com folga, mas a mala do outro jornalista teve que viajar no banco traseiro. Para pessoas, o espaço dianteiro é excelente enquanto atrás dois viajam com razoável conforto. O banco do motorista não tem regulagem de altura, mas fica em uma posição baixa, bem esportiva, bom para os meus 1,90 m. E a coluna de direção tem ampla regulagem em altura, movimentando junto o cluster, uma solução bem interessante. Os mostradores são bons, exceto pelo pequenino conta-giros, que pede um tempo para se acostumar.
Seu acabamento é bom à primeira vista. O centro do painel reúne o rádio e comandos de ar-condicionado em um mesmo local. Estranho é a falta de saída de ar regulável no centro do painel, há apenas uma no topo, apontando para cima e não regulável. Mesmo assim, a pequena cabine refrescava com facilidade sob o sol escaldante da Bahia. Os bancos são revestidos de tecido e deixam boa impressão aos olhos e ao tato. Com o comando dos retrovisores elétricos na porta e outros comandos sempre à mão, o pecado fica apenas por conta dos controles dos vidros elétricos localizados no painel. Uma falha inexplicável é a ausência de limpador traseiro.
Os assentos são confortáveis e apoiam ligeiramente bem o corpo em curvas. Agradável também é o bom apoio para o pé esquerdo e o alinhamento dos pedais. Pena que o volante de três raios com empunhadura fina tende a cansar as mãos. É notável a leveza da direção elétrica em manobras, que tem ótima progressividade conforme a velocidade aumenta. A embreagem é suave e trabalha bem em conjunto com o acelerador eletrônico, que não titubeia quando é solicitado. Os retrovisores externos são enormes e auxiliam o carro a conquistar bons índices de visibilidade.
Em velocidade de cruzeiro, nota-se o bom trabalho de isolamento acústico feito pela JAC. Não se ouve ruído do rolar dos pneus, e o motor ronrona suavemente. Mas quando o giro sobe, o ronco do motor invade a cabine sem cerimônia. E acima de 120 km/h, o ruído aerodinâmico é alto, principalmente na porta dianteira direita.
No quesito câmbio, o J2 é bem servido. O engate das marchas é bem curto e seco, sem ressalvas. E quando se coloca o pequeno em movimento, nota-se um escalonamento conservador do câmbio, pois a 100 km/h o giro do motor está em 3.000 RPM. Apesar disso, o J2 não demora muito a embalar, e quando a rotação de torque máximo chega, é nítida a força de sobra no motor. Freios a disco ventilado na dianteira e tambor na traseira estancam com facilidade o carro, e o ABS entra suave, sem assustar o motorista.
A JAC informa aceleração de 0-100 km/h em 9,8 segundos e velocidade máxima de 187 km/h, mas como o “nosso” J2 estava bem pouco rodado, ele se mostrou um pouco amarrado nas acelerações, e não passou de 160 km/h. A potência máxima chega 500 RPM antes do corte de giro do motor, que ocorre aos 6.500 RPM.Mas o destaque principal fica para o acerto de suspensão, que é suave ao encarar buracos e garante um comportamento dinâmico digno de aplausos na estrada. Foi difícil forçar os limites do carro, deu trabalho perceber que ele é levemente dianteiro (subesterçante), quase neutro.
Agora é aguardar um modelo para avaliar no dia a dia e obter os dados de consumo e também a desenvoltura do carrinho em seu habitat natural, o trânsito urbano. Mas nesse breve contato de mais ou menos 200 km foi possível perceber que sempre que o dono quiser cair na estrada, o J2 não vai fazer feio.
*Viagem à convite da JAC Motors.