AntigosNotícias

Histórias a Bordo de um Clássico – Bravo Corcel

Fotos: Divulgação

Há algum tempo não publico a coluna “Histórias a Bordo de um Clássico” que se mostrou um sucesso angariando congratulações e uns bons números de leitores me pediram para continuar escrevendo semanalmente.  Pois bem, aqui estou eu para celebrar está volta vamos iniciar uma jornada através de automóveis que marcaram época, esta semana vou relembrar a história do meu favorito o Corcel I.

Desde meados da década de 1910 a Ford já estava presente comercializando o pop star Ford T, mas a glória chegou em 1967 com o lançamento do glamoroso Galaxie que veio para se tornar o primeiro veiculo de passeio fabricado em solo nacional pela montadora norte americana. Mas como alcançar a popularidade perto do Volkswagen Sedan, um veiculo que conseguia atingir o grande publico que precisava de um automóvel com baixo custo de manutenção, capaz de atravessar os mais variados confins Brasil a fora e ainda fosse confortável e bonito.

A resposta veio através do Projeto “M”, para simplificar a Willys-Overland em parceria com os projetistas da Renault trabalhavam um veiculo para substituir o já ultrapassado Gordini, com a aquisição da Willys pela Ford o projeto foi aproveitado e deu origem a dois automóveis distintos, o Renault R12 um sucesso por toda a Europa e o nosso belíssimo Ford Corcel apresentado no  VI Salão do Automóvel em 1968 no recém inaugurado Palácio de Exposições do Anhembi em São Paulo.

As músicas de Marcos Valle traziam inovação a Bossa Nova, com letras em inglês como o  sucesso “The Answer” internacionalizando a já conhecida música brasileira que passava por uma serie de transformações assim como a chegada de novos ritmos como a Tropicália neste ritmo de novidade o Corcel fazia sucesso por onde passava deixando o simplório Volkswagen Sedan com soluções antiquadas, mas isso ainda não era o bastante para deixa-lo a frente do veterano popular.

As inovações tecnológicas eram o grande trunfo do Corcel, como circuito selado de refrigeração, coluna de direção bipartida e freios dianteiros a disco. Sua fabricação era feita através de estrutura monobloco, como era de tradição da marca norte americana a tração eradianteira, equipado com um motor quatro cilindros que rendia 68cv acoplado a um cambio manual de quatro marchas levava seus passageiros de forma bastante confortável, o motor se mostrava elástico e ao mesmo tempo econômico como ficou conhecido anos mais tarde, todas essas características o colocavam diante do clube dos melhores e mais modernos automóveis fabricados pela marca ao redor do mundo.

O desenho retilíneo se mantinha parecido ao irmão francês mas com linhas mais suaves, a dianteira elegante se impunha através da grade do radiador cromada e o conjunto ótico oval traziam um charme a parte para o Corcel .

A traseira mantinha o ar moderno, com lanternas nas extremidades e um amplo espaço para bagagens que era o destaque no popular da marca. O interior seguia o conceito imposto pela marca, simplicidade e funcionalidade com comandos a mão do motorista mostrava leveza ao aciona-los assim como luxuoso Galaxie o rodar macio e o silencio a bordo complementavam a fama que o modelo iria conquistar ao longo dos anos de mercado.

Mas a versão Coupe trazia esportividade à flor da, ou melhor, da carroceria que tinha um desenho ainda mais suave resolvendo aquela forma retilínea demais que sofria o Sedan, voltado para um publico que procurava espirito jovem o Coupe se tornou o maior sucesso da marca e a versão mais vendida, graças a preferencia do consumidor brasileiro por veículos duas portas.

Com a procura cada vez maior por uma versão esportiva, a Ford apresentou o Corcel GT  que incorporava um visual mais agressivo, seguindo as tendências de mercado o “esportivo” vinha com capô preto-fosco com tomada de ar, rodas esportivas, faixas pretas nas laterais, grade dianteira e retrovisores também pretos além do teto revestido em vinil e faróis de longo alcance para completar o pacote.

O interior trazia um coso-lhe central que abrigava outros mostradores ampliando o painel simplório das outras versões mas o mais interessante estava sobe o capo onde o motor  recebeu um carburador de duplo corpo e coletores especial rendendo 86cv e com uma velocidade máxima em torno de 145km/h.

Com o sucesso de ambas as versões do Corcel a Ford resolveu se arriscar e desafiar mais uma vez a Volkswagen que acabava de apresentar a Variant, uma perua de uso familiar que através de suas linhas explorava o amplo espaço para bagagem. A Ford não ficou para trás e tratou de apresentar em março de 1970 a Belina, uma variante do Corcel que enfrentaria cara a cara a perua da Volkswagen, trazia as mesmas características mecânicas das demais versões e a já conhecida fama de silenciosa e econômica.

É interessante de notar a fonte de inspiração para a versão luxuosa da Belina, com clara inspiraçãona popularização norte-americana em utilizar apliques de madeira na parte externa das stationwagons americanas e faixas brancas para completar o pacote.

Em 1973 as primeiras atualizações começaram a aparecer, o departamento de design da Ford tratou de aplicar uma nova grade que trazia um novo emblema que unia o logotipo da fabricante ao do Corcel além deum novo capô, para-lamas e lanternas traseira também ganharam um novo desenho, se incorporando melhor as linhas da gama.

Dois anos mais tarde uma reestilização mais profunda acompanhada de atualizações mecânicas chegaram para acompanhar a nova concorrência. A dianteira e a traseira ganharam uma reestilização trazendo o estilo mais retilíneo e corpulento, inspirado no esportivo Mustang para dar animo as vendas que já se mostravam um pouco abaladas com a chegada do Chevette. Todas as versões passaram a ser equipadas com motor que era exclusivo da versão “esportiva” GT XP, de 1,4 litros que rendia 86cv dando um sobre fôlego ao Corcel, no mesmo ano a gama ganhou mais um integrante, a luxuosa versão LDO que incorporava soluções mais requintadas como um acabamento interior mais requintado, a forração e os bancos se contrastavam pela cor Marrom e Bege, o exterior trazia teto de vinil assim como o luxuoso Landau e rodas esportivas prateadas.

Com essência francesa, alma americana e aquele jeitinho brasileiro o Corcel I se mostrou um best-seller enfrentando as mais adversas situações nos confins brasileiros e ganhou um lugar nos corações de seus proprietários fazendo inveja a outras fabricantes, o sucesso foi tamanho que em 1978 ganhou uma nova geração, tema da minha próxima coluna.

Contatos do autor: Júnior Almeida / [email protected] / www.esporteautomotor.blogspot.com

 

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo