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Fake In China!

Fotos: Divulgação

República Popular da China. O maior país da Ásia Oriental, terceiro maior do mundo  e o mais populoso, abrigando mais de 1,36 bilhões de pessoas (quase 1/5 da população do planeta), governado pelo maior partido comunista do globo terrestre, sediado em Pequim. Faz fronteira com a Coréia do Norte, Vietnam, Laos, Burma, Butão, Nepal, Pakistão, Tajiquistão, Kyrgystan, Casaquistão, Mongólia e Índia. Entre todos os seus vizinhos, os únicos que os tolera são os indianos; os demais variam entre detestar e odiar os chineses. Sua topografia contém todos os elementos possíveis, como florestas, desertos, estepes, montanhas, planícies, pântanos e o Oceano Pacífico. Logo, seu clima varia entre o calor desértico, chuvas torrenciais e o frio congelante, com direito a uma fusão disso tudo em algumas regiões.

Com tudo isso de bocas para alimentar, as pessoas tem de se virar e ganhar algum Yuan (algo em torno de U$ 0,1611) de algum jeito. Quem pôde, abandonou as regiões agrícolas e os territórios inóspitos e migrou para as cidades mais industrializadas. Só que com uma mão de obra de baixíssimo nível e cultura beirando o zero, aprendeu um novo ofício: a falsificação. Devido a uma combinação de baixo custo de produção, mão-de-obra barata e razoável infra-estrutura, o sucesso comercial e industrial da China, com sua alta produtividade, sua economia hoje é a segunda maior do mundo e continua crescendo, onde a cada dia descobre-se mais alguma coisa para se falsificar, vender aos milhares e abarrotar os bancos com dinheiro muitas vezes falso também.

Só que todo esse mar de rosas tem um oceano de espinhos por onde navegam os industriais, comerciantes e funcionários menos honestos, que com suas técnicas ilegais e sonegação de pagamentos de licenças industriais e comerciais, transformaram a China na Capital Mundial da Falsificação em Geral. Não fosse a China, o Paraguai e os muambeiros brasileiros não existiriam. Perfumes, relógios, baterias, eletro-eletrônicos, roupas, calçados, ferramentas, peças de reposição de aviões (!), de automóveis e carros inteiros são falsificados na cara mais do que dura, vendidas aos quatro cantos do mundo na cara mais dura ainda e o World Trade Organization (OMC – Organização Mundial do Comércio) não mexe uma palha para impedir essa pirataria descarada e, por vezes, assassina. Parece que o Presidente Xi Jinping é mais aterrorizante do que Gengis Khan o fora. Seu país faz o que acha mais bonito e fica tudo por isso mesmo.

Lógico que existem empresas sérias e honestas em todos os setores na China, e o setor automobilístico está presente nesse rol. Tem coisas que, para nós ocidentais, são meio embananadas de se entender, como a indústria automobilística nacional chinesa, que sofre grande interferência do governo e as fusões entre montadoras é uma constante, além de incontáveis joint ventures entre montadoras nativas e de outros países, que começam e acabam num espaço de tempo mínimo. Com a chegada de montadoras como BMW, Mercedes-Benz, Land Rover, Volkswagen, General Motors e tantas outras no país, os falsificadores ficaram em estado de graça. Afinal, basta comprarem um modelo original, desmontar tudo, copiar tudo, produzir igualzinho mas com matéria-prima ridiculamente inferior e vender o carro por menos da metade do preço. Bom negócio, não?

As falsificações chinesas de automóveis mostram que os fabricantes não têm medo de copiar o que quiserem. Conseguiram copiar marcas como Mercedes, BMW e, prêmio Nobel da cara de pau, a Haunghai Automobile violou os direitos autorais da sul-coreana Hyundai, criou um Santa Fe chinês chamado CUV e surpreendentemente apresentadu-o no Beijing Auto Show com o slogan “custa metade do preço do original”!

Mais cara-dura ainda é a Geely Holding Group Co. Ltd, cujos designers chineses construíram uma réplica Rolls Royce Phantom rebatizado como Geely GE (General Excelence) apresentado no Shanghai Motor Show. Pelo seu lado, a Chongqing Lifan Industry não copiou apenas o nome do BMW Série 3, mas sim o carro todo. Para não deixar barato, clonou grotescamente o anglo-britânico MINI Clubman, renomeado 320. E tem quem compre.

De cair o queixo é o cinismo da Tsinchuan Automobile Company, controladora da BYD Auto Co., Ltd., que construiu seu próprio Mercedes-Benz CLK Coupé e é comercializado como BYD F8.  Mas esse ex-fabricante de baterias não se contenta com pouco, e também está clonando modelos da Toyota, Daihatsu, Honda, Buick, Subaru e BMW! Já a Shijiazhuang Shuanghuan Automobile Co, Ltd. Não tem a menor vergonha em anunciar que seu Shughuan custa a  metade do preço do BMW X5 que fabrica na China. Teve processo judicial, e o juiz decidiu que os dois carros não têm nada em comum. Não deixa de ser uma meia verdade, porque enquanto o BMW X5 ptima pela excelência, o Shughuan é a porcaria que seu valor determina. Mas não parou por aí. A BYD S6 SUV é uma cópia descarada da última geração do SUV Lexus RX350.

A última afronta às leis mundiais de propriedade e registro de projetos foi promovida pela Jiangling Motors Corporation, que apresentou seu Landwind X7 no Salão do Automóvel de Guangzhou, e o carro nada mais é (além da qualidade inferior onipresente nas cópias) um Range Rover Evoque. Outras aberrações de clnagem industriais que podem ser analisadas são o  Daewoo Matiz x Chery QQ, Vauxhall Frontera xs Landwind X9, Honda CRV x Laibao SRV, Mercedes C x Geely Merrie 300, Rolls-Royce Phantom x Hongqi HQD, Smart x Chinese Smart, Toyota Prado x Dadi Shuttle, Nissan XTrail xs Greatwall Sing e BMW 7 x BYD F6.

Para alguns, é pura falta de respeito pelas leis de comércio mundiais; para outros, é uma maneira de se trabalhar em alguma coisa que garanta um prato de comida. Para a esmagadora maioria, no entanto, é o resultado do que décadas de comunismo extremo pode fazer com a criatividade. Basta observar como União Soviética, de quem a China plagiou seu regime, copiou quase tudo que havia de bom no Ocidente. Assim como os chineses, os russos clonaram de carros a aviões. Mal feitos e mal acabados aos extremos, mas copiaram.

As limusines Chaika utilizadas por membros do politburo soviético foram copiadas de um Packard sedan de 1950. O avião Tupolev TU-154 é a versão soviética do Boeing 727, assim como o Illushyin IL-62 (com 4 motores a jato montados na parte de trás era uma imitação barata do britânico Vickers VC-10. Tanto os Tupolev quanto os Illushyn caiam mais do que voavam. Carros falsificados não voam, mas se destroem por completo ao mais leve toque, e o destino dos passageiros é o mesmo dos que estavam a bordo dos aviões falsificados. Fique de olho!

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