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Entrevista – Fama na lama – Co-piloto de Rali Roberto Cunha

Fotos: Arquivo pessoal

Imagine você indo a uma loja de acessórios, um lava-jato ou até mesmo uma oficina mecânica para procurar serviços para o seu carro e se depara com uma chance de abrir um negócio a partir daquela visita. Pois foi mais ou menos assim que aconteceu com os irmãos Cunha. Em visitas constantes, na década de 70, a sede do Rally Clube do Rio de Janeiro, localizado na Lagoa, na Rua Fonte da Saudade, casa de Ricardo Magalhães. Ali era o ponto de encontro de vários pilotos ainda iniciantes, como os que serão citados nessa matéria.

Aqui vou falar um pouco da história de Roberto, Sérgio, Luis Paulo e Tuca Cunha. Roberto iniciou sua carreira no famoso kartódromo no Rio de Janeiro, localizado na Barra da Tijuca, o MacMundi. Com a prática na pilotagem resolveu partir para o Rally de regularidade, que seus irmãos Tuca e Sérgio Cunha já estavam envolvidos, categoria que não exige um veículo especial. Com a ajuda de seu Pai a dupla Tuca Cunha, como co-piloto e navegador e Roberto Cunha como piloto partiram para a aventura com uma Brasilia 1976, que acabaram de ganhar de seu pai, o Sr. Joaquim, ou Joaca, como era conhecido. Daí foi só alegria, começaram a conquistar os primeiros lugares nas provas de regularidade e fazer nome na classe, até conseguir o título no Campeonato Carioca em 1978, na categoria estreante. “Nós tivemos a oportunidade de correr com os pilotos Mario Pop e Ricardo Magalhães“, lembra Roberto Cunha, ex-piloto de Rally. O Bar Trombada, localizado em frente a Faculdade Benetti, no bairro do Flamengo pertenceu a Roberto nessa época. Ele aproveitava para fazer propagando em carros de Rally.

Com a experiência conseguida nas provas iniciais, o jeito foi começar a participar das provas de velocidade, Nessa época os irmãos tiveram a oportunidade de correr em São Paulo e em outros Estados Brasileiros. Com o patrocínio da Fiat, através da Cetibras, uma concessionária ao lado da fábrica em Betim, MG. A dupla correu com modelo 147, preparado na fábrica. “Nessa época visitamos a fábrica de Fiat em Betim, e tivemos contato direto com nosso patrocinador“, afirma Cunha. Entre os anos de 1982 e 1983, Tuca Cunha e Sadi Bordin com o Chevette “imbatível” da equipe Touring de Rally, foram campeões Brasileiros de velocidade, batendo nessa época os “Voyage”, da equipe oficial da Volkswagen, com o piloto Paulinho Lemos.

Também foi disputado o Sul Americano de Rally, em 1984, o Rallye Novo Hotel, em São José dos Campos, SP. O Rally de Velocidade “Tipo FIA” ainda era novo no Brasil. A primeira prova deste tipo foi disputada em 1978 e o primeiro Campeonato Brasileiro em 1981. “Nesse campeonato, nesta prova nosso carro capotou faltando apenas 2 km de um total de 100 km, para completar o percurso, desviramos o veículo para voltar, mas o carro parou por falta de combustível“, relembra Roberto Cunha. Tuca Cunha, que já estava morando em Parati, no Rio de Janeiro, onde organizou várias etapas do Campeonato Brasileiro de Velocidade. Ele continuou participando de várias provas pelo Brasil, uma vez na Finlândia, em Portugal no famoso Rally “Vinho do Porto”, onde a equipe Touring alugou um Opel.

Entre alguns carros que fizeram parte dessas aventuras posso citar o Chevette e o Gol da equipe Touring de Rally, a Fiat 147 da equipe Cetibras e o Fusca, que foi feito por Roberto Cunha, que preparou o carro, “O Fusca foi comprado do porteiro do seu prédio“, relembra Cunha. Além de vários pilotos que merecem destaque, tais como: Reinaldo Varela, Guilherme Spinelli (piloto titular da Mitsubishi), Paulinho Lemos, Claudio Antunes, Jorge Flek, Zé Luiz Magalhães e Toninho da Matta. Tuca Cunha e Sady Bordin participando da etapa do mundial no Rali de Córdoba, em 1985. E chegaram em segundo lugar com um Chevette. E no Rally da Argentina, no mesmo ano, a mesma dupla terminou em 8º na geral, marcando 3 pontos no campeonato. Atualmente Roberto Cunha, com 54 anos de idade ainda se mantém disposto a participar de novos desafios.

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Um Comentário

  1. E o Gol das fotos não parece ser o refrigerado a água e sim o “batedeira” com motor de Fusca mesmo.

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