Comparativo: Renault Logan – Nissan Versa – Toyota Etios
Por Maximiliano Moraes / Colaboraram Rodrigo Rego e Eduardo Farah
Fotos: Maximiliano Moraes e Rodrigo Rego
ESPAÇO
Por maior que seja o otimismo vai ser difícil colocar 2015 na lista dos melhores anos da história. Crise generalizada, recessão e demissões foram pauta de muitos noticiários durante o ano. Por consequência, um círculo vicioso se formou na cadeia de consumo: o poder de compra foi reduzido e a produção foi freada, mas com o preço do dólar subindo vertiginosamente muitas marcas se viram obrigadas a repassar custos, o que fez o consumidor se afastar ainda mais das concessionárias.
Muitos dos que conseguiram guardar dinheiro para trocar de carro acabaram mudando de categoria, deixando de lado o SUV dos sonhos e migrando para segmentos mais modestos – não raro, aproveitando as promoções deste mês de janeiro. Felizmente, mesmo com verba mais curta dá para vislumbrar outras opções com espaço, conforto e itens de conveniência. Pensando nisso colocamos lado a lado 3 sedãs com preço de compacto e espaço próximo ao de sedãs médios: o Nissan Versa Unique, o Renault Logan Dynamique e o Toyota Etios Platinum. Queríamos ter incluído ainda o Fiat Grand Siena, que não estava disponível, e o Chevrolet Cobalt, que por ter mudado de cara e de segmento já não caberia neste comparativo.
Como é costume, o método de avaliação e pontuação é simples. Os quesitos considerados foram espaço, conforto, equipamentos, design, desempenho, consumo, segurança e custo x benefício. O primeiro colocado em cada quesito leva 3 pontos, o segundo 2 e o terceiro 1. Em caso de empate em primeiro lugar ambos levam 3, e em segundo, 2.
Quando foi lançado no Brasil em 2007 o Renault Logan, ainda que sem intenção, inaugurou a categoria que hoje chamamos de “médio-compactos”. Na época o formato de caixote e a total despretensão em relação ao design tinham como principal motivação a praticidade e o maior aproveitamento do espaço, coisas que foram mantidas mesmo após a remodelação total do carro.
Não dá para se queixar de falta de espaço nos bancos da frente de nenhum dos sedãs, mas no banco de trás do Logan é realmente possível levar 3 passageiros com conforto. Não falta espaço para ombros, cabeça nem pernas. De fato, as dimensões do Logan são as maiores do grupo – ele não é o mais comprido, mas tem a maior distância entre-eixos (2,63 m), a maior altura (1,53 m) e a maior largura (1,73 m). E se o porta-malas perde para o do Etios, ainda assim não dá para reclamar de 510 litros de capacidade, com bom vão de entrada e poucas reentrâncias no compartimento.
Falando no Toyota, é dele o segundo lugar em espaço. É interessante que mesmo tendo a menor distância entre-eixos dentre os 3 sedãs (2,55 m) ele consiga melhor aproveitamento da cabine e leve 3 atrás com relativo conforto. A largura é exatamente a mesma do Nissan (1,69 m) e na altura o Etios ganha por 4 mm deste. Mas quando vistos por trás é que se percebe o estreitamento da cabine do Versa da linha de cintura para cima. A largura disponível para os ocupantes do banco de trás é menor em decorrência disso e as cabeças também sofrem com a queda do teto em direção ao vidro traseiro. Por consequência, somente 2 pessoas viajam atrás com conforto – ainda que o espaço para as pernas seja surpreendente, o maior do grupo.
O porta-malas do Versa, por ter ressaltos nas laterais no fundo do porta-malas, tem a menor capacidade declarada – 460 litros – e também o pior acesso, com o menor vão de entrada. O Etios, por outro lado, tem uma caverna com 562 litros declarados, ótimo acesso e praticamente nenhum ressalto no compartimento. Ainda assim, gente é mais importante do que bagagem e por isso o Renault Logan, precursor do conceito de sedã médio-compacto no país, mantém o título.
Renault Logan – 3
Toyota Etios – 2
Nissan Versa – 1
CONFORTO
Espaço não é tudo, obviamente. O nível de conforto de um carro pode – e deve – ser medido também pela dirigibilidade, pela usabilidade e pelas sensações visuais e táteis. No que está à vista o Logan outra vez sai à frente, apresentando evolução surpreendente em relação ao modelo anterior e entregando o melhor acabamento do comparativo. Não é, claro, nenhum sedã de luxo, mas os plásticos têm melhor textura, a montagem é cuidadosa e o layout geral é mais moderno e clean. Há ainda mais revestimento acústico, o que tornou o Logan bem mais aceitável quanto ao nível de ruído.
Algumas falhas de projeto se mantiveram, como o posicionamento ruim dos comandos elétricos dos vidros traseiros na parte inferior do painel, mas a ergonomia, no geral, é boa. O acesso às informações do computador de bordo por meio de botão na ponta da alavanca do limpador de para-brisas é inteligente, bem como o uso de comando satélite para áudio e telefonia, sempre nas pontas dos dedos. O ar condicionado não é digital, mas é automático e refresca a cabine em instantes. Os bancos, porém, são os únicos do grupo com revestimento unicamente em tecido, além de terem (os da frente) pouco apoio lateral.
A dirigibilidade do Renault apresenta comportamento agradável na cidade, mas ele é o menos apropriado para uma condução mais arisca na estrada. A suspensão é macia e o carro, se dirigido nos limites permitidos, é bastante neutro. Em alta velocidade, porém, a traseira se torna “solta” e isso causará desconforto numa situação de emergência. O volante, apesar de grande, é bem revestido e tem boa pega, mas a direção hidráulica faz o caminho oposto ao desejável: é a mais pesada em manobras e a mais leve em velocidade.
O Versa é oposto ao Logan quanto à dirigibilidade, sendo o mais “esportivo” do grupo. A direção com assistência elétrica torna o volante uma “manteiga” em manobras, mas em curvas de alta ela se torna pesada como se não tivesse assistência – o que é ótimo. A suspensão é a mais dentre os três, mas não incomoda; filtra bem as imperfeições na cidade e se mantém firme na estrada, especialmente em curvas – o uso de pneus mais largos, baixos e com aro maior é responsável por este comportamento, em parte. O nível de ruído é mais alto que o dos concorrentes.
Na cabine, um paradoxo. Bancos confortáveis e bem revestidos em couro, assim como o volante multifuncional, bem como uma central multimídia completíssima, ar condicionado automático digital e mostradores com iluminação constante, contrastam com o visual de aparência e sensação tátil ruim que os plásticos entregam. A ergonomia, no geral, é boa mas há falhas como o botãozinho entre os mostradores para acessar às informações do computador de bordo e os comandos dos vidros elétricos muito à frente na porta do motorista. O ar condicionado automático digital se encarrega de climatizar rapidamente a cabine, mas seus comandos não são intuitivos e obrigam o motorista a tirar os olhos da estrada.
Ao dirigir o Etios o motorista encontra um meio-termo entre Logan e Versa. A suspensão é a mais equilibrada, nem tanto para a maciez nem para a firmeza, bem como a direção com assistência elétrica, menos “8 ou 80” que a do Nissan. Em curvas ele também é neutro, desde que não haja abuso; a transferência de peso para a traseira ocorre sem aviso. O motor trabalha macio e o nível de ruído vindo do cofre do motor para a cabine é baixo, mas ruídos aerodinâmicos e barulho de pneus sabotam os resultados.
A cabine também tem seus paradoxos. O acabamento é bom quanto à qualidade de montagem, mas decepcionante quanto à aparência. A Toyota anda tentando melhorar a aparência do painel com o uso de cores mais escuras e apliques em black piano, mas o layout não ajuda. Os mostradores ao centro não causam mais estranheza depois de algum tempo, mas o posicionamento dos difusores do ar condicionado não é dos melhores e a abertura e o acesso ao porta-luvas, com a enorme tampa pendurada à frente do passageiro da frente, são ruins. Menos mal que os comandos dos vidros na porta do motorista sejam os mais bem posicionados, o volante seja bonito e bem revestido e os bancos sejam confortáveis, apesar do couro ter qualidade inferior ao do encontrado no Nissan.
Renault Logan – 3
Nissan Versa – 2
Toyota Etios – 1
EQUIPAMENTOS
Avaliamos as versões mais completas dos sedãs deste comparativo. Ainda que nas fotos externas a versão XLS do Etios apareça (a única disponível no dia marcado para a sessão), a Platinum foi a avaliada e considerada. O Logan veio com câmbio manual (o automatizado Easy’R é opcional) pelo fato de nem Versa nem Etios terem (ainda) transmissões com trocas automáticas.
Todos têm o básico para uma versão de topo, além do que a lei obriga (airbag duplo e ABS): vidros elétricos nas 4 portas, travas elétricas com alarme, retrovisores com ajuste elétrico e luzes de direção embutidas nas carcaças, direção com assistência, banco do motorista com regulagem de altura, rodas de liga leve e faróis de neblina. A partir daí começam as diferenças entre os modelos.
O Versa é o mais completo do comparativo. Sua central multimídia com tela de 6,2 polegadas tem features exclusivas, como conexão à internet através de Wi-Fi pelo Android e download de aplicativos pelo Nissan Multi-App, além de GPS, rádio AM/FM, CD, DVD e MP3 player, função RDS, entrada USB e auxiliar para MP3/iPod. É ainda o único com ar condicionado automático digital, rodas de 16 polegadas, Isofix no banco traseiro, tapetes de carpete e aerofólio. Seu computador de bordo tem funções suficientes para auxiliar o motorista, mas o acesso a elas, como já foi dito, é ruim – no volante, somente os controles de áudio e telefonia. A direção é elétrica, o vidro do motorista tem one-touch para descer e bancos e volante são revestidos em couro.
O Logan pode não ser o mais completo, mas compensa bastante com itens exclusivos. Só ele não tem bancos em couro, direção com assistência elétrica – nele é hidráulica – e one touch para qualquer um dos vidros, além de ter os controles dos traseiros na parte central inferior do painel. Por outro lado, só o Renault traz cruise control e limitador de velocidade com botões no volante, o que torna as viagens bem mais confortáveis. Ele também não tem câmera de ré, mas compensa com sensor de estacionamento. Sua central multimídia não é a mais completa, mas apresenta com exclusividade o sistema Eco-coaching / Eco-scoring de auxílio à condução econômica e informações de trânsito com atualização em tempo real, além de ser a mais intuitiva e com áudio de melhor qualidade. O computador de bordo é mais completo e com melhor acesso que o do Versa, enquanto áudio e telefonia são controlados pelo comando satélite. O ar condicionado é automático, mas não digital.
O Etios, assim como o Versa, tem one-touch para o vidro do motorista, direção elétrica, bancos e volante revestidos em couro. Este, porém, só guarda comandos do áudio. Também como o Nissan, tem câmera de ré com imagens projetadas na tela touch da central multimídia, que é a menos completa do comparativo: rádio, DVD player, TV digital, Bluetooth e GPS, sem entradas auxiliares ou qualquer sistema de auxílio à condução. Além do mais ela apresentou funcionamento deficiente durante toda a avaliação, o que desmotivou o uso. Não tem computador de bordo e o ar condicionado é analógico.
Nissan Versa – 3
Renault Logan – 2
Toyota Etios – 1
DESIGN
Ainda que seja critério subjetivo, foi-se a época que comprador de sedã médio-compacto não olhava para o design – a comprovação está nos números do mercado. Em 2013, antes de ser renovado, o Renault Logan ficou em 4º dentre os 5 concorrentes do subsegmento de médio-compactos, à frente somente do Versa e com vantagem nem tão grande assim sobre este, de menos de 3 mil unidades durante todo o ano. Até o Etios, com quem compartilhava, digamos, as mesmas “feições exóticas”, ficou à frente no ranking, em parte amparado pela fama da marca.
Em 2015, já com nova carroceria e interior, o Renault subiu para o 2º lugar dentre os concorrentes, com 28.793 unidades até novembro – mais de 5 mil unidades de vantagem em relação ao Toyota (23.603 unidades) – e vendendo praticamente o dobro do Nissan (14.802 unidades). O Etios manteve a consistência em vendas de lá para cá, enquanto o Versa sofreu altos e baixos mas retomou o ritmo depois de oferecer motor 1.0 e do tapa no visual.
É difícil não atribuir as boas vendas ao design do Logan, que de patinho feio se tornou o mais bonito do grupo. O mais clean é também o que tem linhas mais coesas, sem apelar para excesso de cromados ou recortes na carroceria para ganhar notoriedade. O Versa, por outro lado, apela para cromados, rodas esportivas, máscara negra nos faróis e aerofólio para destacar a versão de topo. E não é que agrada? Talvez pelo porte “compridão” – ele é só 3 cm menor que um Honda Civic – os apliques não pareçam tão exagerados. O Etios, por sua vez, não conquista pelo visual. Se os números de venda são bons isso pode ser atribuído à qualidade mecânica e à boa pontuação da rede de assistência. Dentro e fora, sem delongas, ele é o menos dotado de beleza.
Renault Logan – 3
Nissan Versa – 2
Toyota Etios – 1
DESEMPENHO
Antes de ir direto aos números é bom analisar a forma como cada sedã entrega a força do motor. O Versa conta com um propulsor 1.6 16v do Nissan de 111 cv e 15,1 kgfm a 4.000 rpm utilizando etanol – o de maior potência. O Logan, que usa um motor 1.6 8v de 106 cv e 15,5 kgfm a 2.850 rpm com etanol, é o que tem maior torque. O Etios tem o menor motor, 1.5 16v, que entrega 96 cv e 13,1 kgfm a 3.100 rpm, sempre utilizando etanol. Os números, porém, não dizem tudo; importante é ver o comportamento de cada um na hora de acelerar. Comparamos as retomadas de velocidade dos 3 sedãs – dados que consideramos mais próximos à realidade – em 3 situações: 40 a 80 km/h em 3ª marcha, 60 a 100 km/h em 4ª marcha e 80 a 120 km/h em 5ª marcha.
O Nissan é o mais potente e o mais pesado, com 1.088 kg. A relação peso x potência é de 9,80 kg/cv e peso x torque, de 72,05 kg/kgfm. Não deixa a desejar em baixa rotação, mas ele gosta mesmo é de giro e se mostra muito mais desenvolto acima de 3.500 rotações, quando o nível de ruído já se torna incômodo. Mesmo assim, as simulações mostraram que a melhor alternativa nas ultrapassagens, ainda que ele esteja longe de ser “chocho”, é reduzir e deixar o sedã berrar. É para quem curte um comportamento mais arisco e gosta de usar o câmbio com mais frequência – que tem, inclusive, as trocas mais suaves do trio.
40 – 80 km/h (em 3ª) – 7,48 s
60 – 100 km/h (em 4ª) – 10,75 s
80 – 120 km/h (em 5ª) – 15,59 s
O Renault tem peso intermediário, o maior torque do comparativo e toda a força disponível mais cedo que nos rivais. A relação peso x potência é de 10,09 kg/cv e peso x torque de 69,03 kg/kgfm. Atende bem na estrada, com tempos muito parelhos aos do Nissan, e por ter torque pleno já disponível a 2.850 rotações ele se mostra o mais adequado para a condução urbana. Mas com força disponível numa faixa pequena, em rotações mais altas o motor gira à toa e o carro demora para ganhar velocidade. É para quem prefere uma condução econômica e familiar, fazendo uso do torque e evitando reduções desnecessárias. O que é bom, porque o câmbio do Renault é o mais longo e com trocas mais pesadas.
40 – 80 km/h (em 3ª) – 7,78 s
60 – 100 km/h (em 4ª) – 10,21 s
80 – 120 km/h (em 5ª) – 15,17 s
O Toyota tem menos potência e torque, mas igualmente menos peso com meros 970 kg. As relações peso x potência de 10,10 kg/cv e peso x torque de 74,04 kg/kgfm fazem pensar que ele fica para trás em desempenho. Ledo engano: com sistema de abertura variável de válvulas, funcionamento suave e redondo e ótimo entrosamento entre motor e câmbio, ele é ágil na cidade e bastante ligeiro na estrada, surpreendendo com os melhores resultados em retomadas, em todas as medições. É para quem aprecia bom acerto mecânico, câmbio mais justo e gosta de ter o carro na mão.
40 – 80 km/h (em 3ª) – 6,43 s
60 – 100 km/h (em 4ª) – 9,94 s
80 – 120 km/h (em 5ª) – 13,50 s
Toyota Etios – 3
Nissan Versa – 2
Renault Logan – 2
CONSUMO
Sempre aferimos o consumo de duas formas: pelas informações do computador de bordo, quando disponível, e pelo método “tanque-a-tanque”, sempre abastecendo no mesmo posto e na mesma bomba. Renault Logan e Nissan Versa têm computadores de bordo e marcaram ao final do teste, respectivamente, 10,6 e 9,8 km/l de etanol consumidos em média. A medição tanque-a-tanque mostrou resultados ligeiramente inferiores, com 10,4 e 9,5 km/l.
O Etios não tem computador de bordo, mas a medição tanque-a-tanque acusou média de 10,9 km/l de etanol. Além do mais, durante a realização do comparativo os dois sedãs concorrentes precisaram de abastecimento mais vezes que o Toyota, mesmo passando pelos mesmos trechos, com médias de velocidade semelhantes e atendendo a todas as medições de desempenho seguindo os mesmos critérios. Com motor menor, tecnologicamente mais moderno e peso mais baixo, não é difícil entender sua frugalidade.
Considerando os resultados das medições “tanque-a-tanque” e a capacidade dos tanques de combustível, o Versa (41 litros) teria a menor autonomia, com parcos 389,5 km. O Logan (50 litros), com o maior tanque, conseguiria rodar bons 520 km. O Etios (45 litros) se valeria do consumo baixo para chegar 490 km adiante.
Toyota Etios – 3
Renault Logan – 2
Nissan Versa – 1
SEGURANÇA
Sistema ABS de freios e bolsas de ar (airbags) dianteiras são, todos sabem, obrigatórios em todos os carros de produção hoje no Brasil. Os 3 sedãs apresentam ainda EBD (auxílio eletrônico de frenagem de emergência), alarme e piscas embutidos nas carcaças dos retrovisores.
O Renault Logan é o único que conta com luzes traseiras que piscam de forma intermitente em frenagens bruscas. Também é o único com limitador de velocidade e 3 encostos de cabeça no banco traseiro, mas o passageiro do meio conta somente com cinto de segurança abdominal. O Nissan Versa não tem nada disso, mas compensa com 3 cintos de segurança traseiros e Isofix para fixação de cadeirinhas infantis. Ao comprador do Toyota Etios resta ficar com o básico.
Nissan Versa – 3
Renault Logan – 3
Toyota Etios – 1
CUSTO X BENEFÍCIO
Fizemos as contas para saber, na ponta do lápis, qual sedã apresenta o melhor custo x benefício na hora da aquisição.
Quanto ao preço de compra, o mais completo é também o mais caro. O Nissan Versa Unique, que veio ao comparativo com o pacote Pack Plus (aerofólio, ponteira de escapamento cromada, tapetes exclusivos, frisos laterais e central multimídia mais completa), custa R$ 59.190,00 e a marca oferece 3 anos de garantia sem limite de quilometragem ao comprador. O seguro (*) ficou num patamar intermediário entre Logan e Etios (R$ 3.639,00), mas a franquia também é a mais dispendiosa (R$ 3.619,00).
O segundo mais caro do comparativo, o Toyota Etios Platinum, tem preço sugerido de R$ 56.490,00 e 3 anos de garantia sem limite de quilometragem, mas não entrega este valor em equipamentos. Pelo menos o seguro é o mais em conta, com apólice no valor de R$ 3.127,00 e franquia de R$ 2.794,00.
O valor mais em conta é pedido pela Renault para o Logan Dynamique: R$ 52.500,00. O nível de equipamentos é bastante satisfatório, apenas pouco inferior ao do Nissan Versa. A garantia também é de 3 anos, mas com limite de 100.000 km (o que chegar primeiro). O seguro é o mais caro dos 3, cotado em R$ 3.766,00, enquanto a franquia fica no patamar intermediário de R$ 2.959,00.
Uma curiosidade: somados os preços de compra e de seguro do Logan chegamos a um valor próximo ao de tabela para o Etios. Em seguida, somando o preço de compra ao do seguro do Etios, temos um valor ligeiramente superior ao do Versa. Por oferecer nível adequado de equipamentos e preço de compra bem mais baixo, apesar do seguro mais caro, o Logan vence o quesito. O Versa pode ser mais caro, mas tem seguro mais em conta e o melhor nível de equipamentos. O preço baixo de seguro do Etios, infelizmente, não compensa a falta de equipamentos e o visual espartano.
Renault Logan – 3
Nissan Versa – 2
Toyota Etios – 1
(*) Seguradora Tokio Marine, apólice nova, condutor com 40 anos, filhos pequenos, garagem fechada, deslocamentos principalmente de casa para o trabalho e para lazer, carro reserva por 7 dias e serviço de plataforma com deslocamento de até 200 km.
Antes de dar o veredicto do comparativo é importante frisar que cada carro entrega qualidades que atendem a um tipo de público específico. Por andar frequentemente com crianças pequenas, precisar de espaço na cabine e no porta-malas e ter estilo de condução econômico, o Logan seria a minha escolha. Mas nossos repórteres Rodrigo Rego e Eduardo Farah também dirigiram todos os carros e tiveram opiniões distintas.
Rodrigo Rego – “O Logan é para quem preza custo x benefício e vê vantagens no uso Cruise Control, no baixo consumo de combustível e no bom espaço interno. O Etios parece-me o mais racional dos três por ter excelente motor, baixo consumo de combustível, porta malas maior que de sedãs médios e uma grande marca por trás do carro, sinônimo de qualidade no atendimento e no pós-vendas. Mas o Versa, o mais ‘esportivado’ dos 3, seria minha escolha. Sou solteiro, não preciso carregar tanta carga e gosto do fato de ele ter uma excelente central multimídia, além de ele ser o mais preciso em curvas e ter excelente gama de equipamentos.”
Eduardo Farah – “Gostei dos 3 sedãs, mas para meu estilo de condução o Etios é o mais indicado. O conjunto mecânico é o melhor de todos, com ótimas respostas e uma ‘pegada’ que me agrada bem mais. Os outros sedãs, apesar de terem muitas qualidades, têm também defeitos que são marcantes demais – o Logan não responde bem em alta rotação e o Versa tem limitações em baixa. Prefiro a versatilidade que o sistema de abertura variável de válvulas proporciona.”
Somadas as notas, porém, o Renault Logan se sagrou campeão do comparativo com 21 pontos. Mais espaçoso, mais barato, com design mais moderno, nível satisfatório de equipamentos de série e de segurança, consumo moderado e ótimo custo x benefício, ele superou o Nissan Versa (16 pontos), que traz mais equipamentos que todos, tem porte elegante e é bom de curva, mas é caro demais, e o Toyota Etios (13 pontos), que tem o melhor conjunto mecânico, o melhor desempenho geral mas tem design ultrapassado, a menor lista de itens de série e acabamento que deixa a desejar.
Fonte: www.racionauto.com.br
O banco traseiro do Logan 2017 é mais confortável para 3 passageiros do que o banco do Sandero Expression 2015?
Obrigado.
O tamanho é o mesmo.