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Avaliação – Volkswagen Voyage 1.6 VHT Seleção I-Motion (Flex) 2014

Fotos: Marcus Lauria

Ano de Copa do Mundo é sempre assim, pretexto para a VW lançar modelos alusivos ao torneio, como foi o caso do Gol Copa, bola da vez nos últimos mundiais. Como este ano a Hyundai é a patrocinadora oficial do mundial, não foi possível o lançamento do famoso Gol Copa, mas a VW aproveito o fato de ser patrocinadora da CBF para lançar a série Seleção, não apenas para o Gol, mas também para o Voyage e o Fox.

Nosso teste ocorreu com o sedã compacto, VW Voyage Seleção I-Motion, série especial baseada no pacote de acabamento I-Trend. Seu preço é de R$ 46.760, e inclui adesivos especiais na lateral, capas do retrovisor pintadas em preto brilhante, bem como escudos da CBF na carroceria. Do lado de dentro, há um escudo da CBF no cinzeiro, pedaleiras de alumínio e bancos com revestimento que lembra uma bola de futebol. O carro também pode ser encontrado com câmbio manual e motores 1.0 ou 1.6.

Para deixar um Voyage Seleção como este do nosso teste, é necessário desembolsar R$ 1.113 pela pintura Prata Sirius metálica, R$ 2.920 pelo ar-condicionado, R$ 521 pela útil elevação do assoalho do porta-malas, R$ 586 pelo sensor de estacionamento traseiro, R$ 462 por luzes de neblina, R$ 503 pelo volante multifuncional com paddle shifters e, por fim, R$ 851 pelo belo conjunto de rodas exclusivas de aro 15. Todo equipado, o carro chega a R$ 53.716.

Ao entrar no Voyage, nota-se de cara o cuidado com o acabamento que, apesar de simples, possui peças bem encaixadas, sem qualquer rebarba. Os bancos são igualmente simples, mas fornecem bom apoio para o corpo, enquanto o espaço para o motorista é bom. Esta versão não possui regulagem de altura e distância da coluna de direção, deixando a posição de dirigir ligeiramente pior que nas versões mais completas de Gol e Voyage. Em compensação, o banco do motorista é regulável em altura, mas a alavanca de regulagem não é das mais precisas, um demérito da família Gol. No banco traseiro o espaço é apenas razoável, enquanto o porta-malas dá conta do recado.

Como é de costume em modelos de origem alemã, os comandos são fáceis de encontrar e os instrumentos possuem boa visualização. Os botões do vidro elétrico traseiro no painel destoam do conjunto, e parecem uma adaptação barata, mas pelo menos possuem acionamento por um toque, bem como os vidros dianteiros.

De dimensões compactas e com bons retrovisores, é muito fácil manobrar o Voyage, que também dispõe de uma direção hidráulica leve em manobras e diâmetro de giro razoável (10,8 m). Os retrovisores possuem tamanho ideal, e a função tilt-down do retrovisor direito torna qualquer baliza uma brincadeira de criança. Pena que o câmbio I-Motion automatizado seja o vilão de qualquer manobra de estacionamento. Sem função creeping e muito sensível às acelerações, andar poucos centímetros com o carro é tarefa árdua.

Na cidade o sedã compacto se comporta bem, sua suspensão é calibrada à perfeição para encarar nossas ruas, e o conforto acústico é notável. Seu motor 1.6 8V possui boa elasticidade, e entrega 15,6 kgfm de torque @ 2.500 rpm com Etanol, ideal para o uso urbano. E nem é necessário falar dos soluços do câmbio I-Motion, algo que todos já sabem, mas convém dizer que o carro está sempre apto a responder com vigor, especialmente com o câmbio em modo S ou utilizando-se as borboletas para trocas manuais.

Em uso rodoviário novamente o motor mostra seu bom rendimento para lidar com os 985 kg do Voyage. Apesar de sua potência baixa comparada a de alguns rivais (104 cv @ 5.250 rpm), o carro responde bem em qualquer situação nas estradas, com retomadas rápidas e seguras. O motor EA-111 perde um pouco de fôlego conforme os giros sobem, mas em condução normal, um motorista comum jamais sentirá falta de potência. Em breve este motor será substituído por uma unidade 1.6 16V de 120 cv, que deve deixar o desempenho do Voyage ainda mais interessante. Seu Cx de 0,31 contribui para baixos ruídos aerodinâmicos.

Quanto à dinâmica do carro, basta encarar qualquer estradinha de serra para notar como o Voyage é divertido. Sua direção tem peso excelente e respostas rápidas e a carroceria inclina pouco nas curvas graças à suspensão excelente. Seu limite é alto, mas quando os Pirelli P7 195/55 R15 gritam pra valer, o carro tem tendência dianteira, controlável com facilidade. Apenas os freios destoam do conjunto, afinal, embora sejam adequados ao peso do carro e com boa resistência ao fading, o pedal tem acionamento borrachudo, algo até estranho em um modelo da VW.

Após rodar algo mais do que 600 km com o sedã, observamos médias de consumo interessantes. Com gasolina na cidade, com o trânsito quase surreal do RJ, o computador de bordo acusou 9,2 km/l, enquanto na estrada foram 14,5 km/l, andando no limite de velocidade das vias. Já com Etanol, números ainda mais interessantes, foram 8,1 km/l na cidade e 11,4 km/l na estrada.

No fim das contas, o Voyage I-Motion é honesto, e cumpre bem com as funções esperadas para um carro de seu porte. A única ressalva fica apenas a respeito da compra desta série especial, que apesar das particularidades, não traz nada especial que justifique sua compra ao invés de outras versões do próprio Voyage. Por isso, fica recomendado apenas para aqueles que são realmente fanáticos por futebol e querem levar para a garagem uma série especial.

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