Avaliação – Volkswagen Tiguan 1.4 TSI DSG 2017
O VW Tiguan é longevo em nosso mercado. Enquanto na Europa a nova geração já foi apresentada, por aqui iremos conviver com a geração atual ainda por algum tempo. E de forma alguma isso significa que o Tiguan seja um carro com aspecto cansado, embora os novos lançamentos da VW façam com que sua idade fique mais evidente a cada dia.
Antes disponível apenas com motor 2.0 TSI, que embora fosse rápido cobrava seu preço no consumo, de pouco tempo para cá a VW passou a oferecer o propulsor 1.4 TSI para o SUV. Se nessa mudança de motor a tração integral 4Motion ficou pelo caminho, em compensação o Tiguan 1.4 conta com a transmissão DSG6 de dupla embreagem e caixa úmida, que faz a diferença no uso do carro.
O motor 1.4 TSI é o mesmo 16V de 4 cilindros com injeção direta já utilizado em outros carros da linha VW, mas no Tiguan ele bebe apenas gasolina. Sua potência é de 150 cv @ 5.000 rpm e o torque é de 25,5 kgfm @ 1.500 rpm. O que realmente faz a diferença aqui é o câmbio, absurdamente rápido nas trocas, com função coasting de economia de combustível e banhado a óleo para reduzir os ruídos e evitar os problemas encontrados na DSG7. É uma pena que o Golf e Jetta 1.4 não usem esse câmbio.
Com preço básico de R$ 128.270, ante os mais de R$ 150.000 que eram cobrados pelo 2.0, a redução de preço pode fazer brilhar os olhos de quem gosta do carro. Porém, como não há almoço grátis, muitos itens que deveriam ser de série em um carro desse patamar acabam sendo opcionais, como o ar-condicionado digital, sensores de chuva e crepuscular e câmera de ré são opcionais no Tiguan 1.4. Equipando o carro com tudo o que tem direito, seu preço vai a R$ 141.332, incluindo aí rodas aro 18 e teto solar panorâmico por exemplo.
O interior do Tiguan é bem amplo, e é aonde se notam os detalhes que demonstram sua idade. O volante é antigo, da época do Passat CC, seu cluster também remete a modelos mais antigos da VW, culpa de sua plataforma oriunda do Golf V, que não veio para o Brasil. De qualquer forma a posição de dirigir é excelente, com amplas regulagens de volante e bancos, a ergonomia é correta e há espaço bom para 5 adultos.
Rodar com o Tiguan 1.4 na cidade serve para demonstrar aonde o carro mais evoluiu. Seu rodar se tornou suave, tanto pelas respostas da suspensão quanto do motor, mas não pense que o Tiguan está fraco, pois em aceleradas mais fortes o carro até canta pneu, dando trabalho para o controle de tração. Além disso, a suavidade continua no ótimo isolamento acústico e solidez exemplar do SUV. Seu consumo urbano de 9,8 km/l é apenas razoável, e o peso elevado de 1.500 kg leva parte da culpa, pois recursos de economia não faltam no carro.
Na estrada o Tiguan reforça suas boas qualidades dinâmicas, e se parece com um Golf maior, mais alto e mais pesado, tamanha a sua aptidão para engolir curvas. O mérito está na boa estrutura do carro, na direção com peso correto e no trabalho perfeito das suspensões, com direito a multilink nas rodas traseiras. Seus freios seguram bem o carro, as acelerações são fortes e as retomadas surpreendentes, exaltando o belíssimo powertrain do carro. Mas ele desapontou no consumo, fazendo apenas 12,2 km/l, número que deveria ser bem melhor.
De uma forma geral, o Tiguan tem inúmeras qualidades e se mantém forte no mercado perante a concorrência, explicando em parte a decisão da VW de até agora não ter substituído o SUV pela nova versão da Europa. Em relação ao modelo com motor 2.0, o Tiguan 1.4 pouco deixa a desejar em desempenho, e prova que esse motor deveria estar no cofre do carro desde o seu lançamento. É um ótimo carro, com preço um pouco elevado, mas agrada quase que completamente.
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