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Avaliação – Volkswagen Tera 1.0 TSI OutFit “The Town” Auto 2026

Todas as versões são equipadas de série com seis airbags, frenagem autônoma de emergência (AEB) com detecção de pedestres, controles de tração e estabilidade e pacote ADAS

Por Marcus Lauria (texto e fotos)

O Volkswagen Tera é um dos projetos mais importantes da nova fase da marca no Brasil. Produzido em Taubaté (SP), o SUV compacto foi desenvolvido e desenhado localmente, dentro do plano de renovação que prevê 17 lançamentos até 2028. A história do Tera começou a ganhar força em 2024, quando foi apresentado em eventos como o Rock in Rio e o Carnaval do Rio de Janeiro, despertando grande curiosidade do público.

ASSISTA O VÍDEOCLIPE: https://youtu.be/60qpcfd3tKQ?si=d-Hy4R6RTWUAyQkL

Seu lançamento oficial ocorreu em junho de 2025, marcando a estreia de um modelo totalmente nacional em um segmento até então inédito para a Volkswagen do Brasil. Em pouco tempo, o carro tornou-se um sucesso comercial: nas primeiras 50 minutos de pré-venda, 12 mil unidades foram reservadas, resultando em faturamento superior a R$ 1,5 bilhão. Desde então, o Tera vem registrando bons números, com cerca de 17 mil unidades emplacadas até setembro de 2025, consolidando-se entre os SUVs mais vendidos do país.

A linha atual é formada por cinco versões: MPI 1.0, TSI MT, Comfort TSI AT, High TSI AT e a High com pacote especial Outfit The Town Edition. Essa última, que representa o topo da gama e foi a versão testada, agrega diferenciais visuais e de acabamento. O pacote inclui rodas de liga leve escurecidas de 17 polegadas, teto e retrovisores pintados na cor Preto Ninja, bancos com revestimento premium com o nome da edição e emblemas exclusivos do festival The Town nas colunas C.

Essa combinação dá ao modelo uma aparência mais refinada e esportiva, sem alterar sua proposta urbana e funcional. As demais versões seguem a mesma base estrutural, com diferenças nos motores, câmbio e equipamentos. A versão MPI, de entrada, é equipada com motor 1.0 aspirado e câmbio manual de cinco marchas e foi lançada em lote limitado por R$ 99.990. As intermediárias TSI MT e Comfort TSI AT já trazem o motor turbo 1.0 de 116 cv, com opção de câmbio manual ou automático, enquanto a Highline custa R$ 139.990, chegando a R$ 142.990 na configuração com o pacote Outfit The Town Edition.

O design do Tera segue a linha visual mais recente da Volkswagen e foi assinado pelo designer José Carlos Pavone. O modelo tem 4,15 metros de comprimento, 1,78 de largura e 2,57 metros de entre-eixos. As proporções equilibradas e o capô elevado dão ao SUV uma presença sólida. Todas as versões trazem faróis e lanternas em LED, sendo os dianteiros full LED de série.

A traseira é marcada pelas lanternas com assinatura visual moderna e efeito click-clack. Na versão The Town, o conjunto de elementos escurecidos reforça o contraste com as novas cores metálicas, destacando-se especialmente o Azul Ártico (cor da versão avaliada) e o Preto Ninja. A Volkswagen introduziu ainda pequenos detalhes escondidos, os chamados “Easter Eggs”, que remetem a ícones da marca como Fusca e Gol e reforçam o caráter mais emocional do projeto.

Por dentro, o Tera apresenta uma cabine bem organizada e com acabamento condizente com sua faixa de preço. A versão Highline traz painel digital de 10,25 polegadas, multimídia VW Play Connect com tela de 10,1 polegadas, espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay e carregador de celular por indução. O sistema de climatização é o Climatronic Touch, de operação totalmente digital. O pacote Outfit adiciona bancos revestidos em material premium e detalhes escurecidos no painel. O espaço interno é bom para quatro adultos, com boa amplitude nos bancos dianteiros e traseiros, e o porta-malas oferece 350 litros de capacidade, número competitivo dentro da categoria. A posição de dirigir é elevada, típica dos SUVs compactos, com boa ergonomia e ajuste de altura e profundidade da direção.

A lista de equipamentos é um dos pontos fortes do Tera. Todas as versões vêm com seis airbags, controle de estabilidade e tração, bloqueio eletrônico de diferencial, frenagem autônoma de emergência, detector de fadiga e controle de pressão dos pneus. Nas configurações mais completas, o modelo adiciona controle de cruzeiro adaptativo, assistente de permanência em faixa, detector de ponto cego e câmera multifuncional.

O pacote ADAS completo está disponível na versão Highline, podendo ser adquirido por aproximadamente R$ 2.800. O sistema de acesso sem chave e partida por botão, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e câmera de ré também estão presentes nas versões superiores. Em conectividade, o Tera é o primeiro modelo da marca a contar com o Otto, assistente virtual com inteligência artificial desenvolvido pela Volkswagen no Brasil. Ele se integra ao aplicativo Meu VW 2.0 e ao VW Play Connect, permitindo acesso a dados do veículo, autonomia, agendamentos de manutenção e comandos de voz personalizados. Essa tecnologia estará disponível inicialmente nas versões Comfort e High, e como opcional nas TSI manuais, mediante ativação do pacote de conexão no momento da compra.

O Tera chega ao mercado em seis cores: Preto Ninja e Branco Cristal (sólidas), Cinza Platinum, Vermelho Hypernova, Prata Lunar e Azul Ártico (metálicas). Dentre elas, o Azul Ártico e o Preto Ninja não possuem custo adicional, enquanto as demais metálicas têm acréscimo em torno de R$ 1.500.

Entre os principais concorrentes diretos estão o Fiat Pulse, que na versão Audace 1.0 Turbo Automático parte de R$ 135.990; o Renault Kardian Techno TCe, vendido por cerca de R$ 134.990; e o Citroën Basalt Shine Turbo, que custa R$ 136.990. O Tera, portanto, posiciona-se de forma equilibrada, oferecendo mais tecnologia que o Renault e acabamento superior ao Fiat em algumas áreas, mantendo preços próximos aos rivais.

Desde o lançamento, o SUV vem apresentando desempenho expressivo de vendas, sendo o mais vendido do Brasil em setembro de 2025, com mais de 17 mil unidades emplacadas até o fechamento do trimestre. As versões automáticas representam a maior parte desse volume, enquanto a MPI aspirada teve pouca procura após o lote inicial.

Sob o capô, o Tera oferece dois conjuntos mecânicos. O primeiro é o 1.0 MPI aspirado de 84 cv com etanol, acoplado ao câmbio manual de cinco marchas. O segundo é o conhecido 1.0 170 TSI de três cilindros, com injeção direta e turbocompressor, que rende 116 cv e 16,8 kgfm de torque com etanol, também associado à caixa manual de cinco marchas ou à transmissão automática de seis velocidades com conversor de torque.

A suspensão dianteira é McPherson e a traseira, por eixo de torção, solução comum em SUVs compactos e suficiente para equilibrar conforto e estabilidade. A direção elétrica tem assistência bem dosada, facilitando manobras em baixa velocidade e mantendo precisão adequada em estrada. Os freios usam discos ventilados na dianteira e tambores na traseira.

O consumo é um dos pontos de destaque. A versão TSI automática, a mais vendida, faz cerca de 8,6 km/l na cidade e 10,3 km/l na estrada com etanol, ou 12,2 e 14,5 km/l, respectivamente, com gasolina. O desempenho é coerente com o porte do veículo, alcançando 0 a 100 km/h em aproximadamente 11,7 segundos. Na prática, o motor 1.0 turbo entrega bom torque desde baixas rotações e se mostra suficiente para deslocamentos urbanos e viagens curtas, mesmo com o carro carregado.

O câmbio automático de seis marchas trabalha de forma suave e previsível, sem trancos e com trocas bem calibradas. No modo manual, as respostas são rápidas e permitem aproveitar melhor o torque do motor. O conjunto favorece a condução leve no trânsito urbano, e em rodovias mantém o giro baixo em velocidades de cruzeiro, o que contribui para o consumo mais contido e menor ruído interno.

As impressões ao dirigir revelam um carro bem ajustado ao uso diário. Em cidade, a suspensão filtra bem as irregularidades, e o diâmetro de giro reduzido facilita o estacionamento. A visibilidade é boa e a posição de dirigir transmite segurança. Na estrada, o Tera mostra comportamento estável, mesmo em curvas mais longas, e passa confiança em ultrapassagens.

O isolamento acústico é satisfatório, com ruído de rodagem e vento discretos até cerca de 120 km/h. O conjunto de freios atua com firmeza e o pedal tem boa modulação. A calibragem da suspensão, um pouco mais firme que a de alguns concorrentes, privilegia o controle de carroceria em trechos sinuosos, sem comprometer o conforto dos ocupantes.

Em conclusão, o Volkswagen Tera Highline com pacote Outfit The Town Edition representa um avanço importante na linha nacional da Volkswagen. É um SUV compacto moderno, tecnicamente bem resolvido e com boa relação entre conteúdo e preço. A proposta de ser um carro conectado e tecnológico se concretiza com o sistema VW Play Connect e a estreia da inteligência artificial Otto, inédita no segmento.  As versões automáticas com motor 1.0 turbo atendem bem à maioria dos perfis de consumidores, entregando desempenho equilibrado e consumo adequado. O acabamento interno, o pacote de segurança completo e o bom comportamento dinâmico posicionam o Tera como uma das opções mais completas entre os SUVs compactos vendidos no Brasil em 2025.

*FICHA TÉCNICA:

Motorização

Motor 1.0

Câmbio Automático

automática com modo manual de 6 marchas

Combustível Álcool e Gasolina

Direção elétrica

Tração dianteira

Performance

Potência (cv) Gasolina: 109

Álcool: 116

Tempo 0-100km/h (segundos) Gasolina: N/D

Álcool: 11.7

Torque (kgf.m) Gasolina: 16.8

Álcool: 16.8

Velocidade max. (km/h) Gasolina: 180

Álcool: 184

Dimensões

Altura (mm) 1504

Tanque (L) 49

Largura (mm) 1777

Porta-malas (L) 350

Comprimento (mm) 4151

Entre-eixos (mm) 2566

Peso (kg) 1169

Ocupantes 5

Freios e Suspensão

Suspensão dianteira

Suspensão tipo McPherson e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.

Suspensão traseira

Suspensão tipo eixo de torção, roda tipo semi-independente e molas helicoidal.

*Dados do fabricante

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