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Avaliação – Volkswagen Gol 1.0 TEC Comfortline Flex 2016

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Fotos: Marcus Lauria

O Gol foi líder de mercado durante muito tempo, muito tempo mesmo, tempo suficiente para a Volkswagen imaginar que o cenário nunca iria mudar, afinal a geração mais recente do Gol reunia ótimas qualidades: confiabilidade, bom acerto mecânico, desempenho aceitável e espaço interno na média da categoria. Quem iria imaginar que o cenário iria mudar? É, mudou. Concorrentes como Hyundai HB20 e Chevrolet Onix desembarcaram com a mira travada no Gol, que não resistiu e sucumbiu, chegando a amargar uma 11ª colocação em vendas em Setembro de 2015. Perdeu até mesmo para o primo Fox, que ficou em 5º na ocasião.

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Qual o motivo da decadência deste ex-campeão? Podemos elencar dois: falta de motorização mais moderna e falta de conectividade. Quanto à motorização, a VW dormiu no ponto. O motor 1.0 de 3 cilindros já havia mostrado seu valor no Fox e no up!, mas a VW preferiu esperar o facelift do Gol para enfim fazer o transplante de coração no carro. Problema resolvido, dessa vez. Já quanto à conectividade, o problema era a falta de espaço no painel do carro. Isso também foi resolvido, com direito a um painel completamente novo, que deu vida nova ao interior do carro.

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Pena que a ousadia aplicada no painel não se refletiu no exterior, aonde as mudanças são mais discretas. O para-choque dianteiro é completamente novo, e ganhou corpo, lembrando de longe o visual do Golf. Já na traseira, há novas lanternas e uma nova tampa do porta-malas, com visual mais quadrado, uma homenagem ao Gol BX. Bancos, revestimentos de porta e afins são os mesmos, sem qualquer mudança, ou seja, os bancos dianteiros continuam nostálgicos, lembrando os bancos do Gol “bolinha”, e a regulagem de altura do banco do motorista ainda é aquela que precisa usar o peso do corpo para definir entre “alto” e “baixo”.

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Mas os bancos apoiam bem o corpo, e o espaço interno é suficiente para quatro adultos de estatura mediana e uma criança, enquanto o porta-malas de 285 litros tem boa capacidade. A posição de dirigir poderia ser melhor se a direção fosse regulável em altura e profundidade como nas versões mais completas, mas não é das piores. Sua ergonomia também é boa, com todos os comandos à mão e no lugar aonde são esperados, exceto pelos comandos dos vidros elétricos traseiros, que continuam localizados no painel, e pelo jeito só sairão de lá na próxima geração do Gol.

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A versão Comfortline do novo Gol sai por R$ 43.790, e já vem equipado com ar-condicionado, vidros elétricos dianteiros e direção hidráulica, entre outros itens. A versão testada trazia ainda o kit Urban, com computador de bordo, rodas de liga leve, vidros elétricos traseiros e outros detalhes menores. Mas isso já existia no Gol anterior, então as principais novidades que vimos no “nosso” Gol foram o rádio 2-din (igual ao oferecido no Fox) e o suporte de celular no painel, com direito a uma portinha USB exclusiva para carregar o celular. Realmente uma boa sacada em tempos aonde o navegador do celular é item indispensável para rodar nas cidades. O preço do Gol testado? R$ 48.880.

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Mas ele pode ficar mais caro, basta escolher entre uma das duas opções de conectividade a seguir: central multimídia “composition touch”, com tela touchscreen, mirror link e alguns recursos básicos de conectividade ou a central multimídia “discover media”, com tela maior, app connect (Apple Car Play e Android Auto) e também touchscreen. O preço pago por elas é R$ 1.134 e R$ 2.420, respectivamente. Como nosso carro veio com o rádio comum (CD, USB, SD e entrada auxiliar), não poderemos discorrer sobre as opções de central multimídia.

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Sob o capô reside a outra grande novidade do Gol 2017, o motor 1.0 12V de três cilindros, que rende 75/82 cv @ 6.250 rpm de potência (Gasolina/Etanol) e 9,7/10,2 kgfm @ 3.000 rpm de torque (G/E). O propulsor já tinha mostrado seu valor em outros modelos VW e, no Gol, casou muito bem com o carro. Girador, o motor gosta quando é exigido em alta rotação, e entrega de brinde um ruído característico dos pequenos tri-cilíndricos, uma música que todo entusiasta gosta de ouvir.

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Comparado ao antigo motor 1.0 TEC de quatro cilindros, o torque com Etanol baixou de 10,6 para 10,2 kgfm, mas chega mais cedo (3.000 rpm ante 3.850 rpm) e a sensação é de mais força sendo despejada nas rodas, com um ganho incomparável em suavidade. Tão bom quanto o desempenho, é o consumo: 11,5 km/l na cidade e 16,5 km/l na estrada, sempre com ar ligado e Gasolina no tanque.

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Definitivamente, o melhor do Gol se revela quando ele é dirigido. A solidez da carroceria ainda é boa, mérito da ótima plataforma PQ24, a suspensão é bem calibrada tanto para uso urbano quanto rodoviário e os engates do câmbio MQ200 estão entre os melhores do mercado. Com ótima visibilidade, manobrar o Gol não é difícil, e apenas uma direção elétrica faz falta, pois o peso da direção hidráulica em manobras incomoda um pouco. O isolamento acústico do carro está na média da concorrência, e isso torna o Gol relativamente confortável no geral, nada muito abaixo ou muito acima do que é visto em seus algozes.

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Mas a mesma direção mostra seu valor em velocidades, quando assume o peso correto e entrega um feeling excelente do que se passa sob os pneus, com respostas corretas. E isso é apenas parte da boa dinâmica do Gol, que contorna curvas de forma competente, freia de forma correta e agrada mais ao volante do que HB20, Onix ou Palio, e isso é graças à herança recebida do lendário VW Polo. De qualquer forma, é uma pena que a VW não tenha aproveitado o facelift para introduzir controles de tração e estabilidade no Gol.

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Se as mudanças do Gol são suficientes para que ele retome a liderança, não sabemos. Talvez não, ainda mais se observarmos as vendas do mês de Junho, aonde o Gol ficou em 4º lugar, com 5.943 unidades vendidas. O líder de vendas foi o Chevrolet Onix, com 11.566, seguido do Hyundai HB20 com 9.533 unidades. Em 3º, veio o Renault Sandero, com 6.013 unidades vendidas. Enfim, o caminho de volta até a liderança é longo e árduo, coisa que só mesmo o fôlego de uma nova geração poderá ajudar a percorrer. Na prática, o Gol continua sendo um bom carro, mas a VW demorou demais para reagir à concorrência.

CONFIRA NOSSO VÍDEO:

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