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Avaliação – Volkswagen Fox Track 1.0 MPI Flex 2016

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Fotos: Marcus Lauria

Houve um tempo em que motores 1.0 eram sinônimo de morosidade, mas contrabalanceavam esse aspecto com alguma economia de combustível em relação a motores maiores. Mas isso ficou no passado, pois os motores maiores se tornaram mais econômicos, enquanto os motores 1.0, especialmente os de três cilindros, deixaram de causar raiva nos proprietários. Um desses motores surpreendentes é o VW EA211, que nasceu no Fox Bluemotion e hoje equipa outros modelos da marca, como este Fox Track que testamos.

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O Fox Track traz um visual aventureiro discreto, com molduras de plástico nos paralamas ao estilo CrossFox (e Fox Pepper), rodas de liga leve aro 15, rack no teto e alguns detalhes em plástico preto, como nos retrovisores laterais, aerofólio e moldura da placa traseira. Custando a partir de R$ 46.080, ele traz de série ar-condicionado, vidros dianteiros e travas elétricas, rádio e direção elétrica. A versão testada sai por R$ 55.193, com a adição de opcionais como sensor de chuva e crepuscular, central multimídia Discovery Media com App Connect, banco traseiro corrediço e outros.

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Completo, seu preço é elevado, especialmente pelo fato de não contar com controles de tração e estabilidade, disponível em versões mais completas do Fox. Em compensação o Fox brinda seus ocupantes com bom espaço na dianteira e traseira, um razoável porta-malas de 270 litros e acabamento correto, embora sem luxos. A posição de dirigir é elevada, mas com amplas regulagens da coluna de direção e do assento do motorista, é fácil posicionar-se de forma agradável. Seus retrovisores proporcionam boa visibilidade mas, com colunas A e C muito largas, formam-se alguns pontos cegos desagradáveis no convívio com o Fox.

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Manobrar o carro é tarefa simples, dada a suavidade da direção elétrica e as dimensões compactas do hatch: 3,87 m de comprimento, 1,66 m de largura e 2,47 m de distância entre os eixos. Seu diâmetro de giro de 10,9 m não é dos melhores, mas não atrapalha muito o trato com o carro. Com todos os equipamentos de série disponíveis, o Fox traz sensores de estacionamento com indicadores gráficos na dianteira e na traseira, além da sempre útil câmera de ré.

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Sob o capô reside o motor 1.0 12V de três cilindros e aspiração natural, com duplo comando de válvulas variável apenas na admissão. Sua potência é de 75/82 cv @ 6.250 rpm (G/E) e seu torque máximo é de 9,7/10,4 kgfm @ 3.000 rpm (G/E). Valente e com funcionamento suave, o pequeno propulsor não mostra dificuldades para impulsionar o Fox Track, que conta com o maior peso (1.084 kg) e pior Cx (0,36) dentre os modelos VW que utilizam esse motor.

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Em uso urbano, o motor mostra boa elasticidade, permitindo-se subir marchas bem cedo de forma a privilegiar a boa economia de combustível. O câmbio MQ200 conta com relações relativamente curtas, tornando as acelerações e retomadas em ambiente urbano suficientes para acompanhar o fluxo, mesmo com quatro passageiros no carro e ar-condicionado ligado. Já no quesito suspensão, o conjunto McPherson na dianteira e Eixo de Torção na traseira está bem equilibrado e torna este Fox bem mais macio no asfalto crocante do que os primeiros que chegaram em nosso mercado. Em nosso teste, aferimos um rendimento de 11,7 km/l com gasolina na cidade e ar-condicionado ligado.

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Já no uso rodoviário, o motor 1.0 mostra-se suficiente apenas para empurrar o carro com alguma dignidade. As retomadas demandam algum tempo e bom trabalho com o câmbio de 5 marchas, enquanto as ultrapassagens pedem cautela e bom planejamento. Com lotação completa, o carro exige reduções de marcha constantes e giro alto para manter o ritmo. O lado bom é que o motor é bem suave mesmo em altos giros, enquanto o ronco característico dos motores de 3 cilindros agrada. Em contrapartida, o carro tem boa dinâmica, mesmo sendo alto, enquanto seus freios (disco ventilado na dianteira e tambor na traseira) são ótimos. O rendimento é de 16 km/l na estrada, por culpa da aerodinâmica menos favorável do que em outros VW como o Fox Bluemotion.

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O isolamento acústico do carro é razoável, com pouco ou nenhum ruído de vento mas algum ruído de rolagem dos pneus no asfalto. Sua solidez é boa, mostrando que a plataforma PQ24 inagurada no finado VW Polo ainda tem lenha para queimar. A direção tem respostas boas e, caso seja possível dirigir o Fox de forma mais quente (em descidas, apenas), o carro entrega uma dinâmica segura, com tendência dianteira. Apesar da boa estabilidade, não justifica a ausência de ESP, uma bola fora da VW.

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No geral, o Fox é um bom carro, mostrando o quanto este carro amadureceu, embora seu projeto esteja começando sentir os efeitos do tempo de mercado. Sua distribuição do espaço interno ainda agrada, mas a falta de porta-objetos decentes no inteiror é sentida mesmo com a gaveta embaixo do banco do motorista, e um banco traseiro bi-partido tornaria o sistema que permite ao banco traseiro correr em trilhos ainda mais útil. De fato, o Fox é um bom hatch com jeitão monovolume, mas fica devendo na esportividade que um hatch precisa bem como fica devendo na praticidade inerente a um monovolume.

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Quanto à versão Fox Track, traz um visual bem interessante para quem busca um Fox 1.0 ou tem interesse pelo CrossFox ou Fox Pepper mas não pode arcar com o preço mais elevado desses. Ele é mais caro do que o Fox Comfortline 1.0 ou o Fox Bluemotion, mas para quem pensa em equipá-lo da melhor forma possível, nenhum outro Fox 1.0 pode contar com tantos opcionais como este. Se visual diferenciado e equipamentos extras não for a sua praia, o Fox Track não é o seu número.

CONFIRA NOSSO VÍDEO:

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