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Avaliação – Volkswagen Polo 1.6 MSI Flex 2018

Fotos: Marcelo Silva

Esse é o ano dos compactos. Primeiro veio o Fiat Argo, uma resposta severa à vida fácil de Hyundai HB20 e Chevrolet Onix na disputa pela liderança e, pouco tempo depois, chegou a ofensiva alemã, o novo VW Polo, que retorna ao mercado com plataforma alinhada com a Europa, tecnologia e recheado de itens de segurança. Disponível em versões que utilizam desde o motor 1.0 aspirado até o 1.0 turbinado com câmbio automático, há uma versão bem interessante que avaliamos aqui: a versão 1.6 MSI.

No evento de lançamento do Polo, enquanto os outros jornalistas se estapeavam pela versão mais completa do compacto, pegamos uma versão 1.6 MSI e saímos para o teste de estrada pré-definido, suficiente para entender um pouco sobre essa versão, que tende a ser um calo no sapato do Argo 1.3 e Onix LT.

Equipado com motor 1.6 16V que rende 110/117 cv @ 5.750 rpm de potência (G/E) e 15,8/16,5 kgfm de torque (G/E), o Polo MSI traz apenas opção de câmbio manual de 5 velocidades. Quem desejar trocas automáticas precisa pular para a versão Comfortline com motor 1.0 TSI, quase R$ 10.000 mais cara do que o Polo MSI.

Custando a partir de R$ 54.990, o carro pode chegar a até R$ 57.590 equipado com os pacotes Safety Pack (controle de estabilidade, bloqueio do diferencial e controle de tração) e Connect Pack (Rodas aro 15, volante multifuncional e multimídia Composition Touch). Lembrando que de série ele traz quatro vidros elétricos, travas elétricas, direção elétrica e ar-condicionado. Faltam itens que não estão disponíveis nem como opcional nessa versão, caso dos retrovisores elétricos e da coluna de direção regulável em altura e profundidade.

A vida a bordo do Polo é agradável, visto que o carro ganhou bastante espaço interno em relação ao seu antecessor, que usava plataforma PQ24 (a mesma do Fox). No banco traseiro cabem adultos de 1,80 m sem dificuldades, mas falta um pouco de espaço para os pés embaixo dos bancos dianteiros. O porta-malas de 300 litros é bom para a categoria.

Para o motorista, encontrar uma boa posição de dirigir é um pouco complicado com a coluna de direção fixa, mas em compensação o banco possui ampla regulagem em altura. A ergonomia é boa e todos os comandos estão próximos das mãos. Ponto positivo para a posição da alavanca de câmbio, que torna fácil e precisa a troca de marchas. Por sinal, o câmbio MQ200 continua afiado como sempre, e continua sendo uma referência no mercado.

O acabamento do carro é simples, abusa de plásticos duros por todos os cantos, mas todos eles são bem encaixados. Enquanto as versões mais caras do Polo lembram um mini-Golf, as versões mais simples lembram um Gol anabolizado. Isso pode ser reparado também no tecido dos bancos e no revestimento do porta-malas, um pouco espartano para a categoria.

Rodando em trânsito urbano, o Polo mostra suavidade, mais sentida nessa versão com pneus 185/65 R15 do que no Polo 200 TSI Highline, que usa pneus de perfil baixo e rodas aro 17. As suspensões filtram bem as irregularidades sem repassar aos ocupantes o que ocorre no asfalto. E, graças ao bom trabalho de calibragem, essa suavidade não afeta o comportamento dinâmico do compacto em curvas. O motor 1.6 responde bem nas acelerações, mas notei uma morosidade em médios giros, e também senti o propulsor menos disposto do que em outros carros que já testei com esse motor, como a Saveiro Cross por exemplo.

Já em ritmo de estrada, a força do 1.6 é suficiente para boas acelerações e retomadas, mas sofre mais do que o 1.0 TSI para ganhar velocidade, fruto do torque inferior. O bom câmbio permite rápidas trocas para as ultrapassagens e subidas que pedem mais força, mas seu escalonamento ficou um pouco curto na quinta marcha, fazendo falta uma sexta. Rodando a 120 km/h, o motor está acima das 3.000 rpm, enquanto o 200 TSI fica em 2.200 rpm. O resultado disso é um ruído constante do motor na cabine, que se junta ao ruído de vento que surge acima de 110 km/h.

No quesito segurança, o Polo merece aplausos. Embora o controle de estabilidade seja opcional, ele vem acompanhado do bloqueio eletrônico do diferencial, que ajuda a trazer o carro para dentro das curvas, minimizando a tendência a sair de frente. Há ainda quatro airbags e, embora falte airbags de cortina (que só o Ford New Fiesta e o Honda Fit oferecem), o airbag lateral tem boa amplitude e também protege a cabeça dos ocupantes da dianteira, o que ajudou a garantir as 5 estrelas no teste do Latin NCAP.

Não tivemos como aferir o consumo do carro, mas o Inmetro aponta 12 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada, com Gasolina (E22), e 8,2 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada com Etanol (E100), números apenas razoáveis, mas que tendem a ser melhores na vida real.

No geral, o Polo chega ao mercado brasileiro munido de ótimos recursos, tanto de segurança quanto de tecnologia, e tende a alcançar bons números de venda. As versões mais simples são mais espartanas do que deveriam, mas isso é compensado pelo comportamento dinâmico do carro, que se equipara aos melhores da categoria. Somando-se isso à plataforma moderna utilizada pelo carro, ele acaba sendo uma excelente compra para quem busca um compacto.

CONFIRA NOSSO VÍDEO:

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