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Avaliação – Renault Duster Iconic 2021

O querido SUV robusto, espaçoso e com jeitão parrudo agora bem mais bonito

Fotos: Marcus Lauria/Arnaldo Bittencourt

O Renault Duster foi apresentado pela primeira vez ao público na França, em 2009, durante uma famosa corrida no gelo denominada “Trophée Andros”. Posteriormente o carro foi lançado oficialmente durante o Salão do Automóvel de Genebra, na Suíça, em março de 2010.  Montado sob a plataforma B0+ da Renault, o carro nasceu para ser um SUV robusto, acessível e de manutenção barata.

CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=Ty9X289GaAs

O carro começou a ser produzido no Brasil em 2011, na planta da Renault localizada em São José dos Pinhais, no Estado do Paraná. Além de ser vendido no Brasil, os carros produzidos nesta planta são exportados para Argentina e Chile.  Elogiado pela imprensa automotiva, o carro vende muito bem em todos os países onde é comercializado. É uma ótima opção para quem busca um SUV acessível, robusto, confiável, com amplo espaço interno, além do maior porta-malas e altura do solo da categoria.

Aqui no Brasil o povo gosta de dizer que a linha Sandero-Logan-Duster-Oroch foi desenvolvida pela Dacia, que é uma marca romena adquirida pela Renault, vista por muita gente como o “braço pobre” da marca francesa. Assim, os modelos teriam por alvo apenas os países em desenvolvimento. Ok, o Duster realmente é comercializado em diversos países em desenvolvimento, sendo um sucesso de vendas em todos eles (Rússia, diversos países do Leste Europeu, América Latina, África). Percebe-se, entretanto, que o Duster também é sucesso de vendas em países como Reino Unido, Escócia, Bélgica, Luxemburgo e Irlanda. É interessante notar que versões “bi-fuel” do modelo (dois combustíveis: gasolina e GPL, um gás derivado do petróleo)  são vendidas em países como França, Itália, Espanha, Alemanha e Holanda.

Inicialmente, aqui no Brasil havia duas opções de motorização: 1.6 e 2.0, sendo que apenas a 2.0 poderia vir equipada com câmbio automático de 4 marchas. Apesar de antiquado, o câmbio recebeu uma boa programação e, com isso, conseguia atuar de forma adequada associada ao motor 2.0, sendo capaz de entregar boas respostas.

Havia também uma versão 4×4 associada ao motor 2.0. O sistema era desenvolvido por outra marca aliada ao Grupo Renault: a Nissan.  Após passar por um leve facelift em 2014, em 2020 o Duster chegou nas lojas bem diferente. Buscando inspiração nas mudanças efetuadas em 2018 na versão européia do modelo, a Renault do Brasil declarou durante o lançamento do novo carro que a ideia foi inovar, mas sem perder a essência do carro, ou seja, as características que fazem do modelo um sucesso internacional de vendas.

Destaca-se que, do modelo antigo, o Duster 2020/2021 herdou apenas a plataforma B0, praticamente.  De acordo com a Renault, todos os painéis que compõem a carroceria do carro são novos. As portas, por exemplo, foram substituídas e o parabrisa ficou um pouco mais inclinado.

Na nova dianteira, totalmente redesenhada, há um item do Pack Outsider que é exclusivo para o Brasil: um aplique com faróis de milha, desenvolvido pelo estúdio de design da Renault para a América Latina, cuja sede é em São Paulo.

Na traseira, a tampa do porta-malas foi reduzida e está com um visual menos rústico. Percebe-se, também, o ponto mais polêmico do novo design: as novas lanternas do Duster.  Muita gente diz que a Renault “copiou” as lanternas do Jeep Renegade. São parecidas, é verdade, mas olhando ao vivo percebe-se que há uma série de diferenças. Penso, inclusive, que as lanternas do Renault são mais elegantes.

Do lado de dentro é fácil perceber o trabalho dos designers da marca francesa. A cabine agora está bem mais moderna e harmoniosa, decorada com materiais de melhor qualidade. A versão testada (Iconic) ainda conta com forrações elegantes de tecido nas portas. O painel agora conta com uma iluminação branca “très chic”, com saídas de ar retangulares e no centro a tela de oito polegadas do multimídia EasyLink, estreante no mercado brasileiro. Compatível com Android Auto e Apple CarPlay, a central é bem moderna e fácil de usar.

No console central destacam-se botões estilo “teclado de piano” ou “aviação”, com três botões maiores redondos destinados ao sistema de ar condicionado.  Em termos visuais, o carro mudou para muito melhor, sem dúvida.  Já na mecânica, não há tantas diferenças. Em um carro que já conquistou a fama de robustez e manutenção barata, isso não é um problema.

O Duster continua excelente em espaço interno, comportando cinco adultos com tranquilidade. É fácil entender o motivo: o carro é um dos mais compridos do segmento (4,3 metros). O porta-malas oferece 475 litros e amplo acesso.  O isolamento acústico da cabine melhorou. Agora, para ouvir o motor, é necessário afundar o pé no acelerador.

A suspensão segue absorvendo de forma competente buracos, valetas e lombadas, sem deixar o carro molenga em curvas de velocidade mais elevada. O novo Duster é oferecido em três versões (valores aproximados): Zen (R$78.000,00), Intense (R$93.000,00) e Iconic (R$96.000,00).

De série em todas as versões temos: controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampas, fixação de cadeirinhas Isofix, direção elétrica (agora o volante está levinho!), coluna de direção com regulagens de altura e profundidade, banco do motorista com regulagem de altura, ar-condicionado, sistema start-stop, chave do tipo canivete, computador de bordo, rádio simples.

Na versão Zen é possível adicionar o Pack Techno, composto por faróis de neblina, a boa central multimídia Easylink com tela de 8 polegadas, piloto automático com limitador de velocidade e rodas de liga leve de 16 polegadas.  Na versão Intense o ar condicionado é digital (uma zona, com função auto) e há de série a central multimidia Easy Link, incluindo sensores de estacionamento traseiros, piloto automático e faróis de neblina. Como opcionais há bancos em couro e o Pack Outsider, que agrega alguns itens que deixam o modelo com um cara mais “offroad”: apliques de proteção frontal, um friso mais robusto nas portas, o exclusivo conjunto de faróis de milha no parachoque dianteiro e barra de teto e retrovisores pretos.

Já a versão testada (Iconic) traz 4 câmeras que permitem visão de 360º no multimídia, alerta de ponto cego nos retrovisores, sensor de luminosidade, chave presencial (o tradicional cartão da Renault), rodas de 17 polegadas diamantadas, pneus 215/60 da Continental e apoio de braço para o banco traseiro. Como opcionais há bancos em couro e o Pack Outsider descrito anteriormente.

A motorização em todas as versões é a 1.6 16v SCe (Smart Control Efficiency), desenvolvido pela Renault Tecnologia Americas (RTA) e produzidos no Complexo Ayrton Senna, no Paraná. Esse propulsor desenvolve 120cv com etanol e 118cv na gasolina. O torque máximo é alcançado a 4000 RPM nos dois combustíveis.

Uma das vantagens desse motor é que ele utiliza corrente de distribuição no lugar de correia dentada, dispensando assim a troca dessa peça. Sabemos bem o que acontece com o motor quando se negligencia a troca da correia dentada, certo? Quando não é troca no prazo correto, a correia arrebenta e danifica gravemente o motor. Pois então, no motor do Duster o proprietário não terá essa preocupação.

Em relação à transmissão, o Duster oferece duas opções: uma caixa manual de cinco marchas e CVT. Apenas a versão Zen pode ser equipada com a caixa manual. As versões Intense e Iconic são montadas com a boa caixa CVT, fabricada pela JATCO, que é uma empresa do Grupo Renault-Nissan.

Considerando que o Duster pesa 1279kg, esse “powertrain” (ou trem de força, representado pelo conjunto motor, câmbio e demais componentes da transmissão) é capaz de fazer o carro chegar aos 100km/h em 13 segundos.  Não é um número empolgante, de fato. Não falta fôlego para o carro, mas também não sobra. É um carro para quem gosta de uma tocada suave, sem preocupações com desempenho.

Bom, então o carro consome pouco, certo? Mais ou menos… Com etanol o modelo fez durante o teste 7.2km/l na cidade, alcançando quase 10km/l em um circuito envolvendo apenas vias expressas. Na gasolina os números melhoram um pouco, mas nada substancial (7.9km/l no centro urbano e 11km/l em via expressa ou estrada).

A boa notícia é que está nos planos da Renault equipa-lo com um motor 1.3 turbo, desenvolvido na Europa em parceria com a Mercedes. Esse motor novo deve render 150cv e 24kgfm de torque. Esse propulsor vai certamente agradar os usuários mais ligados em performance!

Em relação à concorrência como fica o Duster? Identifico como principais rivais do modelo o Ford Ecosport e o Nissan Kicks. O Kicks e o Ecosport possuem versões mais caras que o Duster topo de linha (Iconic), então temos que comparar a versão Iconic com versões intermediárias do Eco (Freestyle 1.5) e do Kicks (SV 1.6). Em equipamentos, o Duster leva vantagem sobre a concorrência. Somente o Duster Iconic há alerta de ponto cego, 4 câmeras oferecendo visão 360º, rodas 17” e chave presencial (esse último item também disponível também no Kicks, mas não no Eco).

No desempenho, Ecosport e Kicks levam vantagem sobre o Duster por razões diferentes: o Ford por ter um motor mais forte e o Nissan por ser mais leve. No consumo, o Nissan leva a melhor (provavelmente em função do menor peso), seguido pelo Duster e Ecosport (praticamente empatados). Em termos de acabamento interno, o Novo Duster não deixa nada a dever frente aos rivais. No final do dia, os três apresentam números de vendas próximos, devendo o consumidor ir na revenda verificar o modelo que traz as características que mais lhe agradam.

*FICHA TÉCNICA:

Mecânica

Motorização 1.6

Combustível             Álcool            Gasolina

Potência (cv)            120     118

Torque (kgf.m)         16,5    16,5

Velocidade Máxima (km/h)           173     172

Tempo 0-100 (s)      12,4

Consumo cidade (km/l)      7,2      10,7

Consumo estrada (km/l)    7,8      11,1

Câmbio          CVT com modo manual

Tração           dianteira

Direção          elétrica

Suspensão dianteira          Suspensão tipo McPherson, roda tipo independente e molas helicoidal.

Suspensão traseira            Suspensão tipo eixo de torção e traseira com barra estabilizadora, roda tipo semi-independente e molas helicoidal.

Dimensões

Altura (mm)   1.683

Largura (mm)           1.822

Comprimento (mm)             4.376

Peso (Kg)      1.279

Tanque (L)    50

Entre-eixos (mm)     2.674

Porta-Malas (L)        475

Ocupantes    5

*Dados do fabricante

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