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Avaliação: Peugeot 508 1.6 16V 2013

Fotos: Marcus Lauria

A Peugeot lançou o 508 no Brasil no ano passado, buscando ocupar um segmento refinado do mercado, posicionado acima do 408 e enfrentando diretamente rivais como Ford Fusion, Mercedes Classe C, Hyundai Sonata, BMW Série 3, Audi A4 e outros. O carro substituiu, na Europa, dois modelos de uma vez só: 507 e 607.

Sob o capô reside o brilhante motor Prince 1.6 THP, que por intermédio do turbo entrega 165 cv de potência @ 6000 rpm e torque de 24,5 kgfm entre 1400 e 4000 rpm. É a mesma calibragem encontrada no Peugeot 408 THP, inclusive compartilhando do mesmo câmbio automático Aisin de seis velocidades, com opção de trocas sequenciais, inclusive por borboletas atrás do volante.

À primeira vista, o motor pode parecer pequeno para o porte do carro, mas isso não passa de impressão. Apesar de corpulento, com seus 4,70 m de comprimento e 1,85 m de largura, o carro pesa 1.410 kg, entregando uma relação peso x potência interessante. E tal volume corporal se resume em ótimo espaço interno na dianteira e na traseira, graças ao entre-eixos de 2,81 m. O porta-malas abriga 473 litros de bagagem.

A Peugeot realmente acertou a mão nas linhas do carro e, somando-se isso às poucas vendas que geram um ar de exclusividade, o carro causa uma grande quantidade de pescoços virados pela rua. Claro que as belas rodas de aro 18 compartilham parte do mérito. E algo que deve ser levado em consideração é que tanta beleza das linhas do seu perfil também é algo funcional, no caso um aclamado coeficiente de penetração aerodinâmica (Cx) de 0,26.

Os bancos em couro são confortáveis e contam com ajuste elétrico na dianteira, inclusive lombar para o motorista. A profusão de comandos no interior impressiona, mas logo o motorista se ambienta ao cockpit. Uma passada de olho pelos comandos intuitivos mostra como a Peugeot se tornou mais “alemã” com o passar dos tempos, inclusive pelo acionamento da central multimídia por meio de um botão similar ao visto em Audis e BMWs.

Na hora de colocar o carro em movimento é preciso ter paciência para entender o freio de estacionamento eletrônico, que dificulta tanto a saída quanto segurança de casa noturna lotada. Depois que o carro começa a fluir, a primeira coisa que impressiona é a elasticidade do motor 1600 THP na cidade, que entrega desempenho desde os primeiros números no conta-giros. Turbo lag? Isso não existe para o 508. E o funcionamento do câmbio automático é exemplar, subindo marchas de forma a privilegiar a economia, sempre com suavidade, e atendendo prontamente no caso de um kick down.

Mas nem tudo são flores em uso urbano, afinal os pneus Michelin 235/45 R18 pouco amenizam o sofrimento da suspensão calibrada para ruas bem pavimentadas. Qualquer imperfeição é traduzida para o interior com baques secos e sacolejos. Além disso, a direção eletrohidráulica é pesada em manobras. Consumindo 1 litro de gasolina a cada 6,5 km em ciclo urbano, o 508 deixa claro para o seu dono que está incomodado na cidade.

E, realmente, colocar o sedã para rodar em estradas é ser agraciado com um comportamento totalmente diferente. Para começo de conversa, a rotação do motor fica sempre baixa, cerca de 2700 rpm @ 120 km/h, o que combinado à boa penetração aerodinâmica resulta em um consumo rodoviário médio de 14,7 km/l. Louvável ainda é a dinâmica do carro, com ótimo desempenho em curvas, freios exemplares e conforto acústico invejável, fruto de um isolamento benfeito.

O carro traz um alto nível de equipamentos, como head-up display para o motorista, controles eletrônicos de estabilidade e tração, central multimídia, teto solar, ar-condicionado de quatro zonas, LEDs diurnos e nas lanternas, assistente de estacionamento, freios ABS e seis airbags. Há ainda um interessante controle automático de farol alto, que evita o ofuscamento de quem vem no sentido contrário. Seu preço é de R$ 109.990 na cor Cinza. Caso o comprador opte por  Preto ou Prata, paga R$ 1.500 a mais. Branco, como o carro que testamos, custa R$ 2.500 a mais.

De fato o Peugeot 508 é um bom carro, não tão adequado para o uso urbano mas uma excelente escolha para uso rodoviário, especialmente para viagens longas. Embora com bons predicados, a presença quase nula deste carro nas ruas é fruto de um preço alto demais para permitir um embate direto com sua concorrência.

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