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Avaliação – Peugeot 308 1.6 16v Allure 2016

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Fotos: Marcus Lauria

É realmente uma pena que o novo 308 europeu não esteja entre nós, com seu projeto totalmente renovado, seus recursos adicionais e sua modernidade visual. Mas isso signfiica que o 308 “que temos para hoje” deve ser deixado de lado? De forma alguma. Já testamos o 308 THP da nova linha e, dessa vez, quem pudemos experimentar é o 308 Allure 1.6 16V com câmbio manual, versão de entrada do hatch médio, que custa R$ 72.490.

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Com a reestilização, que se concentrou majoritariamente na dianteira do carro, vieram novos faróis, grade e para-choque dianteiro. Ficou a cara do irmão europeu, com o corpinho que já conhecemos por aqui, um perfil mais monovolume/minivan do que o estilo mais esportivo encontrado em seus concorrentes. Isso prova que o projeto atual do 308 é da época que os carros tentavam ser mais altos, enquanto hoje eles (felizmente) tentam ser mais largos, e baixos.

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Mas o projeto do 308, que deriva do 307, está longe de ser ruim, mesmo hoje em dia. Prova disso é a solidez que se percebe ao utilizar o carro, além do ótimo isolamento acústico. O painel é datado, mas ganhou central multimídia com tela de 7” na área central, embaixo das saídas de ar-condicionado, e ela conta também com funcionalidades de espelhamento do celular. É quase a mesma central do 308 Griffe THP, pois apenas GPS e o armazenamento de 16 GB para músicas ficaram pelo caminho. E já que falamos dos itens a bordo, o carro vem bem recheado com ar-condicionado de duas zonas, direção eletro-hidráulica, cruise control, teto solar panorâmico (fixo) e seis airbags.

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Se nos equipamentos ele agrada, por ser quase uma minivan, ele também repete a dose no amplo espaço interno para 5 passageiros, com uma grande quantidade de porta-objetos e ainda um porta-malas de 430 litros, enorme para hatches. Por falar em tamanho, são 4,29 m de comprimento, 1,81 m de largura, 2,61 m de entre-eixos e 1,52 m de altura que, combinados, criam um carro que não é tão difícil de manobrar quanto parece, graças aos 10,8 m de diâmetro de giro. A visibilidade é boa, exceto pelo ponto cego criado pela larga coluna C, e nas manobras o sensor de estacionamento dianteiro da versão Griffe seria bem vindo aqui, bem como a câmera de ré. Há apenas sensor de estacionamento na traseira.

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Sob o capô, reside o propulsor 1.6 16V EC5 aspirado, que rende 115/122 cv @ 5.800 rpm de potência e 15,5/16,4 kgfm de torque (Gasolina/Etanol). A única opção de transmissão é o câmbio manual de 5 velocidades, com bons engates e escalonamento curto, que faz o carro ter mais vida do que seu peso de 1.318 kg poderia sugerir. Por sinal, essa é a única versão manual do Peugeot 308, visto que a versão Allure 2.0 16V e a Griffe THP utilizam a caixa automática de seis velocidades.

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No uso urbano, um detalhe que logo se torna evidente é como o Peugeot 308 se tornou mais suave após o facelift. Já havíamos observado isso no THP, mas nessa versão com menor massa na dianteira, nota-se que o reajuste da suspensão realmente tirou aquela dureza típica do 308, deixando-o mais adequado ao asfaltro crocante de nossas cidades. A embreagem e o câmbio são igualmente suaves e não tornam o uso urbano um martírio e, graças às marchas curtinhas, o carro está sempre apto a acelerar rapidamente quando exigido, mesmo com ar ligado e 5 ocupantes. A contrapartida vem no consumo, que não passa de 6,5 km/l de etanol.

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Já na estrada, o 308 1.6 aspirado volta a mostrar que tem uma boa calibragem de motor e câmbio, pois mesmo ultrapassagens em vias de mão dupla não requerem mais planejamento do que você teria que fazer com um 208 1.6 por exemplo. Claro que não há a força do 2.0 ou do THP sob o pé direito, mas o carro vai bem em acelerações e retomadas nas rodovias. Faz falta apenas uma sexta marcha, para atuar como overdrive e baixar o giro em velocidades mais altas, ajudando principalmente no consumo, que ficou em 10,5 km/l de etanol a uma média de 110 km/h com ar ligado.

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Um detalhe que está presente desde o primeiro 307 é a ótima dinâmica deste carro, que aponta bem e contorna corretamente qualquer curva encontrada em uso normal. No limite, a tendência do hatch é dianteira e em nenhum momento observamos rolagem excessiva da carroceria em curvas ou frenagens. Por falar em freios, são discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, e sua atuação está entre as melhores do nosso mercado, com os pneus 225/45 R17 contribuindo para uma segurança indiscutível nas frenagens mais fortes. É realmente uma pena a Peugeot não oferecer controles de tração/estabilidade nas versões Allure, pois o carro tinha tudo para ser nota 10 em segurança ativa.

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No geral, o Peugeot 308 Allure 1.6 agrada em vários aspectos. Por exemplo, seu preço de R$ 72.490 o coloca em vantagem sobre a concorrência com motorização semelhante, pois um Ford Focus SE Plus 1.6 (equipado de forma similar, mas sem airbags de cortina, sem teto panorâmico e sem central multimídia) custa R$ 78.490. Já o Golf Comfortline 1.6 manual com teto solar, rodas aro 17 e itens similares (pacote Elegance), custa absurdos R$ 86.421. Com isso, é indiscutível que o 308 1.6 é uma bela opção de hatch médio em nosso mercado, e vale a pena ser considerado por quem procura um modelo desta categoria.

CONFIRA NOSSO VÍDEO:

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