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Avaliação – Nissan Versa 1.6 16V SV 2013

Fotos: Marcus Lauria

O Nissan Versa é um dos representantes da linha de sedãs compactos com espaço generoso, composta também por Renault Logan, Chevrolet Cobalt e Fiat Grand Siena. Importado do México, o modelo da Nissan contava com longas filas de espera no seu lançamento, graças ao preço razoável, mas suas vendas acabaram prejudicadas pelas mudanças nas regras de importação de veículos.

Dotado de um visual “ame ou odeie”, o Versa aposta na simplicidade funcional para cativar o consumidor. A versão SV testada é a intermediária da linha, ao custo de R$ 42.990 e sem opcionais, exceto o preço pago pela pintura metálica, que no carro testado é a Vermelho Fuji (R$ 990), totalizando R$ 43.980. O carro traz duplo airbag, ABS, ar-condicionado, trio elétrico, direção elétrica e rádio com CD e comandos para iPod. Os freios com ABS foram incluídos a partir da linha 2014, antes eram restritos apenas à versão SL.

As maçanetas cromadas são o único sinal de refinamento no exterior e também no interior do carro, que traz rodas de aço revestidas por calotas. O cluster com iluminação “Fine Vision” é outro toque de requinte e agrada, graças à intensidade correta (e regulável) de luz, mas a cara da riqueza acaba por aí. Os revestimentos internos são absolutamente simples, mas bem encaixados, sem sinal de rebarba ou descuido na montagem.

O assento do motorista é regulável em altura, bem como a coluna de direção, mas a posição de dirigir ideal é um pouco complexa de ser encontrada. O apoio é curto para as costas de motoristas altos, mas os bancos possuem espumas confortáveis. Seu maior mérito é o espaço para os ocupantes, especialmente para as pernas dos que sentam no banco traseiro. Apenas a curvatura do teto maltrata a cabeça de passageiros altos, forçando-os a viajar com a coluna menos ereta.  Para a bagagem, são 460 litros que estão aquém da concorrência, embora sejam suficientes.

A direção com assistência elétrica tem peso correto em manobras, e o diâmetro de giro de 10,6 m parece menor, tamanha a facilidade de lidar com o carro de 4,45 m de comprimento e 1,69 m de largura em garagens apertadas. A regulagem elétrica dos retrovisores é mal posicionada, e os espelhos parecem insuficientes para o carro, especialmente o esquerdo, que gera um incômodo e perigoso ponto cego por conta de sua lente plana. Faz falta um sensor de estacionamento para a traseira, embora não seja muito difícil saber aonde o carro termina.

Rodando na cidade, tomando o devido cuidado com o ponto cego no lado esquerdo, a condução é tranquila. O motor 1.6 16V gera a mesma potência com etanol ou gasolina, 111 cv @ 5.600 rpm. O torque de 15,1 kgfm @ 4.000 rpm também se mantém com qualquer combustível e, apesar de chegar em uma rotação elevada, o variador de fase na admissão dá conta de manter o carro esperto em qualquer giro, enquanto seu baixo peso de 1.052 kg também ajuda.

A suspensão suave e bem calibrada filtra muito bem qualquer irregularidade, auxiliada pelos pneus 185/65 R15 (Maxxis MA202), de perfil alto, que privilegiam o conforto. Apenas o câmbio barulhento joga contra a sensação de conforto, e seus engates são apenas razoáveis. Algo simples que deveria ser revisto pela Nissan é o acionamento do computador de bordo, por um botão no meio do cluster, nada prático.

Utilizando o Versa em rodovias, nota-se a qualidade do belo motor e bom escalonamento do câmbio, permitindo que o carro ganhe velocidade com facilidade e entregue boas retomadas quando exigido. A 120 km/h o motor está em torno de 3.400 rpm, girando suave. Apesar do bom Cx de 0,318, o ruído aerodinâmico acima de 100 km/h é considerável, bem como o ruído de rodagem dos pneus. Nota-se ainda alguma instabilidade direcional mediante a ação de ventos laterais, nada alarmante.

Graças ao entre-eixos longo, o Versa é previsível em curvas, mesmo com sua suspensão de calibragem macia. A rolagem de carroceria é mínima graças às barras estabilizadoras nos dois eixos e sua dinâmica é segura, com tendência dianteira no limite. Os freios são bons, mas o pedal é duro e borrachudo, pouco preciso. Seu ABS atua com suavidade notável.

Após cerca de 800 km rodados, verificamos um consumo médio de 12,5 km/l com gasolina e 9 km/l com etanol, rodando sempre em cidade/estrada, com a maior parte em uso rodoviário. Embora ligeiramente econômico, o carro tem sua autonomia prejudicada pelo minúsculo tanque de 41 litros.

Comparando-se o Versa com os concorrentes, embora tenha lá suas qualidades, especialmente o motor e o espaço interno, o preço do carro não é mais tão interessante como era no seu lançamento, enquanto seu caráter espartano nunca mudou. A concorrência evoluiu e passou a oferecer mais itens de conforto e tecnologia, como cruise control no Grand Siena e Logan, central multimídia no Cobalt e Logan, e até mesmo ar-condicionado automático no concorrente da Renault. Quem compra um carro desta categoria não quer apenas espaço, mas também faz questão de um visual agradável, refino tecnológico e itens de conforto.

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