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Avaliação – Fiat Mobi Evo Way On 1.0 Flex 4p 2017

Sempre gostei dos “aventureiros urbanos”, desde o lançamento do primeiro Fiat Palio Weekend Adventure. Muitos criticavam o excesso de plásticos e ausência de melhorias, mas na prática esses apliques de plástico serviram para colocar um pouco mais de tempero no visual dos carros, algo que acontece até hoje. A única coisa que eu criticava eram os pneus de uso misto, que eram desnecessários em um carro sem aptidão off road que, muitas vezes, só veria lama em dias pós-enchente urbana. Felizmente, os pneus de uso misto estão praticamente em desuso, sobrando apenas as benesses do visual diferente e da altura mais elevada de rodagem.

O Fiat Mobi Way acerta em cheio no visual aventureiro, que combina mais com ele do que o visual das versões normais. Os apliques de plástico são discretos e de bom gosto, a adesivagem da carroceria é sutil e os 15 mm a mais de altura de rodagem não deixaram o carro com aspecto de estar andando com pernas de pau. Fora esses detalhes, é o mesmo Fiat Mobi, lançado em 2016 e que recentemente ganhou uma versão com motor 1.0 de 3 cilindros, que infelizmente não estava no carro que testamos.

Nosso Mobi Way de testes trazia um motor 1.0 8V aspirado, que rende 73/75 cv @ 6.250 rpm (G/E) de potência e 9,5/9,9 kgfm @ 3.850 rpm (G/E) de torque. É o bom e velho Fire, que entrega honestidade no desempenho, sem sobras. Combinado a um câmbio manual de 5 marchas com bons engates, o conjunto é suficiente para lidar com os 966 kg do Mobi Way no ambiente urbano, habitat natural do carro. Em nosso teste de aceleração, fizemos 15,3 s de 0 a 100 km/h.

Do lado de dentro o carro tem pouco espaço, como seu entre-eixos de 2,30 m sugere. Há espaço para 4 adultos de estatura mediana e uma criança, ou 5 adultos pequenos, mas pessoas maiores vão encontrar pouco espaço tanto na traseira quanto na dianteira. O porta-malas de 215 litros conta com um baú em seu interior, e é útil para as compras do mês, denotando a vocação puramente urbana do Mobi. Os bancos dianteiros são estreitos e, se você está de mal com a balança, é melhor começar uma reeducação alimentar.

Por ser bem pequeno, o Mobi é extremamente manobrável, especialmente nessa versão Way que é pouca coisa mais alta. O motorista tem boa visualização pelos espelhos laterais e conta com sensor de estacionamento (com indicador gráfico) na traseira. Seu diâmetro de giro é de 10 m e a direção hidráulica é leve. A posição de dirigir é satisfatória, graças à regulagem de altura do banco.

Na cidade, o Mobi se sai bem, esbanjando praticidade em ruas estreitas e garagens de shopping. Nas ruas demonstra até mesmo alguma agilidade, fruto das relações curtinhas do câmbio e do torque razoável do motor em baixos giros. Sua suspensão tem uma calibragem excelente, e vence buracos/lombadas/valetas sem sofrimento. O consumo de 8,2 km/l com Etanol foi apenas honesto, mas bem que ele poderia ser mais econômico por ser tão leve.

Já na estrada o Mobi encanta pela boa dinâmica. A suspensão elevada não se traduz em insegurança, muito pelo contrário, pois o carro é extremamente bem equilibrado e ágil nas curvas. No limite ele é dianteiro, mas bem menos dianteiro que o Uno por exemplo. Seus freios a disco sólidos na dianteira são um retrocesso, embora não tenha sido observado fading em uma descida de serra. Faz falta ESP e controle de tração.

O problema do Mobi Way na estrada é a falta de força. Em vias planas, de mão única, ele vai bem e permite viajar com certa dignidade. Mas diante de subidas, com carro cheio ou em estradas que demandam força para ultrapassagem, o Mobi se mostra desajeitado. Talvez a versão Drive On seja melhor na estrada, com seu motor mais moderno, mas só poderemos dizer quando testarmos o carro. O consumo também poderia ser melhor, pois foram apenas 11,1 km/l de etanol em circuito rodoviário, média de 110 km/h e ar-condicionado ligado.

No geral, o Mobi Way agrada por ser a versão com visual mais interessante no portfolio de versões do Mobi. Mas como gosto visual do carro é algo relativo, o Mobi também encanta por trazer um pacote bem interessante de equipamentos na versão Way On e custa R$ 46.637. Seu principal concorrente, o VW Cross up!, custa R$ 49.957 e, embora seja mais espaçoso e tenha um motor mais moderno, nessa categoria aonde centavos fazem diferença, o alemão fica em desvantagem. Ponto para o Mobi.

CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://youtu.be/-vBSUju7iVE

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