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Avaliação – Jeep Renegade Sport 1.8 MT 2017

Já figurinha fácil em nosso mercado, o Jeep Renegade Flex sempre carregou em suas costas uma péssima fama de carro lento. De fato era, o motor 1.8 16V parecia não ser capaz de lidar com o peso elevado do SUV, especialmente devido à sua característica de só entregar torque máximo em altas rotações, deixando o Renegade com fôlego de 1.0 na cidade.

Para a linha 2017, a Fiat resolveu dotar o motor com um coletor de admissão variável, que favorece o fluxo otimizado de ar tanto em alta quanto em baixas rotações, permitindo um ganho de até 7 cv de potência e 0,2 kgfm de torque (que chega mais cedo), ou seja, agora são 135/139 cv @ 5.750 rpm de potência e 18,8/19,3 kgfm @ 3.750 rpm de torque, com gasolina e álcool, respectivamente. Na prática, a aceleração de 0-100 km/h ocorre em 11 s, um número apenas razoável.

Outra novidade é o botão com modo Sport, que deixa as respostas do acelerador bem mais rápida, o que dá impressão de desempenho bem maior do que efetivamente existe. E, para melhorar a economia, o carro conta com start-stop, alternador inteligente (que recarrega a bateria abusando menos do motor) e bomba de combustível otimizada, além dos pneus “verdes” que contam com sistema de monitoramento de pressão. O resultado foi um bom consumo de etanol na cidade (8,2 km/l) e um rendimento razoável na estrada (9,4 km/l).

No visual da versão Sport, não houve qualquer mudança na linha 2017, algo que não se fazia necessário, pois o desenho do Renegade é desses que envelhece no mercado e quase ninguém se importa. O mesmo vale para o interior, que continua a trazer bons encaixes e materiais de boa qualidade, amplo espaço interno na dianteira e um acanhado espaço na traseira. Seu porta-malas também continua com ínfimos 260 litros.

A posição de dirigir do carro é boa, com amplos ajustes dos bancos e regulagem em altura/profundidade da coluna de direção. A visibilidade é excelente, garantida por bons retrovisores e vidros amplos. Manobrar o Renegade é mais fácil do que parece, e o carro conta ainda com câmera de ré (opcional) e sensor de estacionamento na traseira. Seu diâmetro de giro é de bons 10,8 m.

Rodar com o Renegade Flex na cidade é bem prazeroso, visto que as suspensões robustas praticamente ignoram buracos, lombadas e outras mazelas de nossas ruas. O câmbio de 5 marchas tem engates muito bons, justos e precisos, com curso correto e peso ideal da embreagem. Mesmo sem o modo Sport acionado, nota-se que o SUV está bem mais esperto nas aceleradas curtas, mostrando que a FCA atingiu seu objetivo ao otimizar o motor.

Já na estrada, impressiona a capacidade do Renegade fazer curvas, graças à calibragem correta de molas e amortecedores. Suas suspensões independentes deixam o carro sempre equilibrado em curvas de qualquer raio, mesmo com relevo ruim. Os freios a disco nas quatro rodas seguram os 1.393 kg do SUV com louvor, sem inclinação excessiva da carroceria. O único ponto negativo é seu desempenho, que melhorou exponencialmente, mas o Jeep ainda mostra certa limitação em ultrapassagens.

Na prática, o Renegade continua bom nos pontos que já era agradável e melhorou bastante na agilidade, que era seu ponto negativo. Por R$ 80.990 iniciais, é um carro diferenciado. Entre seus rivais, é o único verdadeiro SUV, que foi projetado para andar nos piores caminhos da Terra, ainda que essa versão tenha tração apenas dianteira. Se porta-malas e espaço traseiro não são prioridade, vá de Renegade Flex e seja feliz.

CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=5yvuEnOIicY

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