Avaliação – Jeep Renegade 2.0 TDI Trailhawk 4WD Aut. 2020
Único a não derivar de carro de passeio, modelo foi líder em vendas entre SUVs no País em 2019
Fotos Marcus Lauria
O Jeep Renegade 2020 foi lançado em outubro do ano passado e dois meses depois já assumia a liderança de vendas em SUVs, ocupada em 2017 e 2018 pelo Jeep Compass, o Renegade continua na ponta do mercado e fechou 2019 com 68.736 emplacamentos, fazendo-o ultrapassar a marca de 250 mil unidades comercializadas no Brasil. Em fevereiro de 2020 o modelo fechou com 5.354 unidades vendidas e, em janeiro, foram 4.324. O modelo também é exportado para outros 12 países da América Latina, como Argentina, Uruguai e Chile. Até hoje, já foram produzidas quase 320 mil unidades. Ele foi o primeiro modelo produzido no Polo Automotivo Jeep, em Goiana (PE), – que conta com a fábrica mais moderna da FCA no mundo – e desembarcou nas concessionárias nacionais em abril de 2015.
A linha 2020 do utilitário-esportivo compacto da Jeep ganha lanternas traseiras de LED, que passam a ser item de série desde a versão Longitude Flex, elas mantem o mesmo formato quadrado sem perder as referências à história da Jeep. E ao “X” estilizado, que remete aos traços dos galões de combustível dos antigos Jeep Willys militares, chamados de “jerry can”. As novas lanternas de LED equipam ainda as versões Limited, Longitude diesel e Trailhawk.
Entre outras curiosidades o Jeep Renegade se destaca por ter a maior tela multimídia do segmento, de 8,4 polegadas, já a partir da versão Longitude Flex, e a roda com maior diâmetro – aro 19” na configuração Limited. O modelo foi o primeiro veículo nacional a obter cinco estrelas para proteção de adultos e crianças nos testes do programa independente Latin NCAP.
Localizada na dianteira a outra novidade fica por conta do conjunto ótico de LED, formado pelos faróis principais e de neblina. Com fluxo luminoso 50% mais eficiente que as lâmpadas halógenas, esse sistema de iluminação havia entrado na linha 2019 do Jeep Renegade como opcional nas versões Longitude e equipamento de série nas configurações de topo Limited (flex) e Trailhawk (diesel).
Chama a atenção as sete barras paralelas que caracterizam a marca Jeep que é pura nostalgia para os apreciadores do Jeep Willys, veículo que lhe serviu de inspiração. Assim como a parte interna do arco do para-brisa, bem parecida com o modelo que deu origem ao desenho do modelo atual.
Por dentro o modelo tem uma boa posição de dirigir com regulagens de altura do banco e de altura e distância da coluna de direção. Volante tem boa empunhadura poucos comandos para descomplicar a ergonomia, mas devido ao revestimento liso os deslizes acidentais das mãos passam a fazer parte do dia a dia do motorista. Ar-condicionado digital contrasta com a ausência da navegação por GPS, item que devia ser de série pelo valor pedido.
O interior é bem acabado com destaque para o material macio no revestimento do painel, couro nos bancos com costura avermelhadas de ótima qualidade. Para quem vai atrás o mesmo conforto dos bancos, porém deixa a desejar a baixa altura do assento que deixa as pernas suspensas.
O Renegade Traihawk vem com pintura vermelha nas saídas de ar, laterais, ao redor da alavanca de câmbio e nas caixas de som. Mas o porta-malas não é dos mais espaçosos, com apenas 273 litros depois que tiraram o estepe convencional e o substituíram por outro de uso temporário.
Montado sobre carroceria monobloco em vez de chassi a versão Trailhawk é que mais chega perto do espírito Jeep, pois tem mais apelo em seus acessórios e detalhes internos. O modelo não é muito de trilha radical especificamente por causa de torção no monobloco. Em trilhas leves ou médias o Renagade tem bom desempenho, graças aos bons ângulos de ataque/saída e altura livre do solo permitem vencer obstáculos menos radicais. A tração é integral e há modos específicos para trafegar na lama, areia e pedra.
As diferenças do Trailhawk para as demais versões continuam com a distância livre do solo ligeiramente maior (22,3 cm ante 21,6 cm) e entre as opções de tipo de piso do seletor de tração teve a inclusão do modo “Pedra”, motivo esse que recebeu o selo “Trail Rated”, dado apenas àqueles modelos da Jeep que conseguem enfrentar a trilha Rubicon, nos EUA.
Durante o teste sentimos leves trancos nas trocas de marcha do câmbio de nove marchas com hastes para trocas sequenciais no volante de três raios, mas nada que incomode. Com o motor à diesel, as arrancadas são destaques em cada saída de semáforo, mesmo sendo feitas em segunda marcha no modo automático. Também é possível engatar a primeira, que é dispensável, manualmente por meio de aletas no volante ou movimentando-se a alavanca. As marchas mais longas ajudam a economizar e a reduzir o nível de ruído no interior.
Direção tem boa calibragem, porém o que merece um cuidado maior é a velocidade nas curvas por conta os pneus de uso misto, da suspensão recalibrada e do maior vão livre do solo. Em algumas vezes quando forçamos uma curva mais rápida e fechada para testar a sua estabilidade sentimos que o SUV saiu um pouco de frente que foi logo controlado sem nenhum susto.
O propulsor 2.0 turbodiesel tem força e potência suficientes para empurrar os quase 1.700 quilos de peso do Renegade com o seus 170 cv. São 35,69 kgfm de torque a 1.750 rpm, força que pode ser transmitida para as quatro rodas quando a tração integral estiver acionada. Ele atinge 100 km/h em cerca de 10 segundos e ultrapassagens são rápidas como um sedan.
De acordo com o Inmetro, o Traihawk faz 9,4 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada, o que implica em uma autonomia teórica de 564 km em trechos urbanos e 690 em rodoviários considerando o tanque de 60 litros.
A linha atual do Jeep Renegade conta com as seguintes versões: 1.8 AT Flex (exclusivo para PCD), STD 1.8 AT Flex, Sport 1.8 AT Flex, Longitude 1.8 AT Flex, Limited 1.8 AT Flex, Longitude 2.0 AT Diesel 4×4 e Trailhawk 2.0 AT Diesel 4×4 (versão avaliada). A versão avaliada tem preço sugerido de R$ 145.990. O único opcional é o teto solar panorâmico (R$ 8.200). Portanto, a lista de itens de série é grande e inclui até sistema de som Beats de alta-fidelidade, com subwoofer e 506 watts de potência. Garantia é de três anos sem limite de quilometragem.
*FICHA TÉCNICA:
Mecânica
Motorização 2.0
Combustível Diesel
Potência (cv) 170
Torque (kgf.m) 35,69
Velocidade Máxima (km/h) 190
Tempo 0-100 (s) 9,9
Consumo cidade (km/l) 9,4
Consumo estrada (km/l) 11,5
Câmbio automática com modo manual de 9 marchas
Tração 4×4
Direção elétrica
Suspensão dianteira Suspensão tipo McPherson e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.
Suspensão traseira Suspensão tipo McPherson e traseira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.
Dimensões
Altura (mm) 1.714
Largura (mm) 1.798
Comprimento (mm) 4.232
Peso (Kg) 1.674
Tanque (L) 60
Entre-eixos (mm) 2.570
Porta-Malas (L) 260
Ocupantes 5
*Dados do fabricante