Fotos: www.vivocommoto.com.br/ Especial para o CarPoint News
Avaliamos a guerreira Honda NXR 160 BROS, uma moto excelente, gostosa e fácil de pilotar, fiquei surpreso com sua ciclística, ergonomia e versatilidade, não é à toa que foram emplacadas cerca de 128.300 unidades em 2021, ou seja, 52,68% do mercado segundo dados da FENABRAVE, no fechamento de janeiro de 2022, foram 9350, unidades. Números muito expressivos em tempos de pandemia.
Seu projeto vem lá de 2003 com os modelos NXR 125 Bros e NXR 150 Bros, a “CG de canelas altas” fez logo sucesso, uma moto versátil com a confiabilidade da robustez de construção da japonesa, uma maravilha. Nas regiões mais rurais como no Nordeste por exemplo a moto fez os animais descansarem, pois substituiu os cavalos e jumentos na lida do dia a dia, pela força e facilidade de pilotar, a moto enfrente todo tipo de terreno.
Após vender 2,5 milhões de Bros desde o lançamento até julho de 2021, chega na sua versão 2022, sua melhor versão na minha opinião, até então nunca havia pilotado a BROS, claro, conhecia a moto, sabia de suas qualidades, mas não havia sentido na pele como é montar nela.
VISUAL
Com design mais agressivo, ganhou novas carenagens no tanque, no farol e rabeta, e o banco tem agora revestimento com melhor grip, evitando as escorregadas nas frenagens mais bruscas. Outro item novo é o protetor de bengalas, excelente para o dia a dia principalmente em estradas não pavimentadas que é o foco em muitas regiões do país. Como sempre as motos da Honda são bem acabadas e os encaixes das peças são perfeitos. A Bros é comercializada em três cores, mas a preferida e mais bonita (na minha opinião) é a vermelha, é a cor que lembra do seu DNA Honda offr-road
Um item que gera muitas opiniões controversas é sobre os cabos do freio dianteiro que atravessam o guidão, eu particularmente adoro esse visual, e não atrapalha em nada a visualização do painel, que é LCD Blackout conta com marcador de velocidade, nível de combustível, relógio, hodômetro total e um parcial, é simples e poderia contar com RPM e marcha engatada, mas atende bem para a proposta da moto.
Nova alça da garupa, em alumínio com design muito bonito e com uma boa pegada, integrada ao bagageiro que inclui alguns apoios de borracha excelentes para não machucar a carenagem e amortecer as pancadas. A Bros 2022 conta ainda com guia e protetor de corrente, muito útil para evitar acidentes principalmente da garupa que pode sem querer encostar o pé.
MOTOR
Seu motor é o mesmo da CG Titan, um cilindro com 162,7 cc, OHC refrigerado a ar, a injeção é a PGM-FI, FlexOne pode “beber” etanol ou gasolina, em qualquer proporção. Entrega toque máximo de 1,60 kgf.m com etanol e 1,46 kgf.m com gasolina, a 5500 rpm e potência máxima de 14,7 cv com etanol e 14,5 cv com gasolina, a 8.500 rpm. Em nossa avaliação conseguimos um consumo de 35km/l em média contando estrada e cidade, com tanque de 12 litros temos cerca de 420km de autonomia, um número bem expressivo.
O câmbio tem 5 marchas, macio e com engates precisos, o motor tem comportamento muito suave, potência suficiente para levar a moto aos 100km/h na estrada sem sofrimento e na cidade seu torque mantem a pilotagem segura. Desempenho x proposta da moto muito bem casados.
SUSPENSÃO, PNEUS E FREIOS
As suspensões foram os itens que mais me agradaram na BROS, na dianteira garfo telescópico de 180mm e na traseira um mono shock de 150mm mais que suficientes para manter a segurança e conforto, aliado ao bom banco (poderia ser mais macio) permitindo pilotagens mais longas. A dona Honda poderia colocar o sistema de link melhorando o conforto.
Os freios são bons, eficientes respondem rápido e com precisão, mas poderiam ser ABS, como já comentei em outras matérias não gosto muito dos freios CBS, mas são melhores para quem está iniciando, não senti nenhum problema ao pilotar a BROS, mas confesso que prefiro eu mesmo dosar os freios. Na dianteira disco de 240mm e traseira disco de 220mm, os pneus são 90/90 19’ na dianteira e 110/90 17’ na traseira.
PILOTANDO NA CIDADE
Uma das qualidades das motos Honda é a facilidade na condução, a pilotagem é muito gostosa, a Bros é ágil obedece de pronto e faz mudanças de trajetórias sem sustos, na cidade que é seu habitat natural domina as ruas, principalmente no norte e nordeste um de cada 10 motos pelo menos 5 são Bros, claro que essa percepção é visual, mas são muitas, o asfalto na cidade não é perfeito e as vezes ruins mesmo, e este modelo enfrenta numa boa. O guidão largo bem posicionado mais no estilo off, deixa os braços mais abertos, o sentimento de controle e moto na mão o tempo todo.
Punhos com botões de partida e corte corrente na direita e na esquerda farol alto e baixo, buzina (ainda no lugar errado, kkk) e piscas, penalty para falta do lampejador de farol item que considero de segurança.
Confesso que se não uma scooter (minha nova paixão) eu teria uma Bros para deslocamentos diários trabalho x casa pelo que ela oferece economia, praticidade e prazer de pilotar.
NA ESTRADA, SURPREENDE
Sempre faço uma viagem nas avaliações e escolhi a cidade de Botucatu, primeiro para fazer uma visita aos meus amigos da loja Cabide Duas Rodas e outra seria um percurso longo com cerca de 500km ida e volta seguindo quase que o tempo todo pela rodovia Castelo Branco (SP 280).
Me surpreendeu como a moto se comportou, SIM, dá pra viajar tranquilamente de BROS 160, com paciência, prudência e muita atenção se vai para qualquer destino, na verdade com estes princípios com qualquer motocicleta. Falando do desempenho, gostei bastante, chegamos aos 115km/h forçando um pouco, a velocidade de cruzeiro na estrada fica próxima dos 100km/h oscilando nos aclives, suspensão trabalhando para manter o conforto e a moto colada no chão e sua ergonomia que ajuda, a posição de pilotagem é boa com o corpo mais pra frente como é das trail, pés bem posicionados e firmes, joelhos dobrados na medida certa, aí o resto é só curtir a paisagem.
Ultrapassagens é possível com os devidos cuidados, no tempo certo com muita atenção, ela não tem uma baita potência para botar uma pra baixo, enrolar o cabo e mandar a mão, mas no “tempo dela” vai de boa. A região de Botucatu merece atenção, e voltarei para conhecer melhor, tem muitos atrativos como a Pedra do Índio, além de cachoeiras e outros passeios, bora lá?
Na volta já no fim da tarde, foi bom para colocar a prova o sistema de iluminação, ainda toda com lâmpadas halógenas, o farol de 35W ilumina bem o caminho e a deixa visível aos outros veículos.
EM RESUMO
Uma moto gostosa de pilotar, que atende quem precisa de um veículo para “bater no dia a dia” uma moto valente para enfrentar pisos irregulares e que ainda proporciona maior conforto. Na minha opinião a BROS é uma excelente opção para quem está iniciando, inclusive acho melhor que a CG por suas “canelas” maiores, gostei muito e indico.
A Honda NXR 160 BROS é comercializada em toda rede da marca, nas cores vermelha, branca e preta por R$ 15.330,00 sendo preço público sugerido, frete não incluso, garantia de 3 anos + óleo grátis em 7 revisões.
*FICHA TÉCNICA
Tipo: OHC, monocilíndrico 4 tempos, arrefecido a ar.
Cilindrada: 162,7 cc
Potência Máxima: 14,5 cv a 8.500 rpm (Gasolina) / 14,7 cv a 8.500 rpm (Etanol)
Torque Máximo: 1,46 kgf.m a 5.500 rpm (Gasolina) / 1,60 kgf.m a 5.500 rpm (Etanol)
Transmissão: 5 velocidades
Sistema de Partida: Elétrica
Diâmetro x Curso: 57,3 x 63,0 mm
Relação de Compressão: 9.5: 1
Sistema Alimentação: Injeção Eletrônica, PGM FI
Combustível: Gasolina e/ou Etanol
Tanque de Combustível: 12,0 litros
Comprimento x Largura x Altura: 2067 x 810 x 1158 mm
Distância entre eixos: 1356 mm
Distância mínima do solo: 247 mm
Altura do assento: 836 mm
Peso Seco: 122 kg
Tipo: Berço Semi duplo
Suspensão Dianteira/Curso: Garfo telescópico / 180
Suspensão Traseira/Curso: Mono Shock / 150 mm
Freio Dianteiro/Diâmetro: A disco / 240 mm
Freio Traseiro/Diâmetro: A disco / 220 mm
Pneu Dianteiro: 90/90 -19M/C
Pneu Traseiro: 110/90 -17M/C
*Dados do fabricante