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Avaliação – Harley Davidson CVO Road Glide 2018

Fotos Marcelo Carvalho

 Acordo bem mais cedo que o normal nesta terça-feira dia 27 de Fevereiro de 2018, acho que é esta tal de ansiedade, mas será que tem motivo? Certamente que sim, pois não é todo dia que um mero mortal vai testar um lançamento da Harley Davidson, mas não se trata de uma moto normal, estamos falando de uma CVO Road Glide, a mais phoda das Harley. Pensando bem, tenho motivos para ficar ansioso.

Saio do Rio de manhã e pego uma ponte aérea para São Paulo, onde vou pegar o Bólido, ao deparar com a “Motocicleta” confirmaram o motivo da ansiedade, realmente se trata de uma moto especial, customizada para dar ao seu feliz proprietário todas as vantagens em possuir um veículo único e especial: Imponência e Beleza em total harmonia.

 Vamos rodar? Saí de São Paulo ás 11:30hs, trânsito caótico natural da metrópole, mas foi bom para verificar o comportamento da Moto no trânsito, realmente, a refrigeração líquida e as entradas de ar da carenagem estilo “Shark” proporcionam menos calor nas partes baixas do piloto (vocês sabem aonde), outra característica deste modelo é a carenagem fixa, onde o Guidom mexe, mas a moldura fica no lugar, nada que em 5 minutos você não absorva. Fiquei satisfeito com o seu estilo nas ruas, apesar do tamanho (2.460mm), quando em movimento a sua ciclística não se torna um problema e a distância do banco ao solo, permite muita segurança aos pilotos com estatura menor.

Na verdade o problema esta em você não se achar um astro de Hollywood e ficar reparando quem olha para você quando passar, realmente desperta a curiosidade alheia em saber quem pilota esta máquina (um dos bônus que você ganha ao comprar uma belezinha destas, que hoje esta em torno de 148K). Outra característica que percebi foi que o motor não vibra muito, ou não passa a vibração para o restante do quadro e principalmente no Guidão, fiquei muito contente. Outra constatação, esta não foi de meu agrado, é que apesar da embreagem ser hidráulica, é dura como as de cabo e passa para a mão esquerda do piloto o encaixe da marcha quando você a muda, realmente difícil até de explicar, mas acredito ser uma característica do sistema de embreagem, mas que nada altera a sua ciclística ou pilotagem.

Nas ruas, a suspensão é um pouco rígida, onde penso que como qualquer veículo que exceda maiores velocidades, precisa desta rigidez para dar maior estabilidade na estrada. Bom, peguei a Rodovia Presidente Dutra, e assim que passei pelo primeiro pedágio (onde me senti mais seguro para dar uma pequena “esticada”), foi então que percebi que estava certo: Realmente se trata de um “Bólido” preparado para estradas. O motor faz o som característico do modelo CVO (sigla em inglês de Custom Vehivle Operations), uma divisão da própria Harley para veículos de alto desempenho (Tipo AMG para Mercedes ou RS para Audi). O filtro de Ar começa o Coral que agrada os ouvidos dos mais apaixonados, é um ronco único, que me fez lembrar a sigla deste modelo CVOOOOOOOOO…. realmente a moto vale cada centavo, a sua aceleração é constante, potente (você precisa se segurar bem no guidão), os encaixes das marchas são perfeitos, e ela anda…, anda muito!

Após este breve período (foram apenas alguns segundos, que parecia uma eternidade) voltei à velocidade de cruzeiro (110 km/h), então me dirigi até a minha primeira parada do dia a 190 km: Aparecida – SP. Sessão de fotos, beber água, banheiro, etc… Após agradecer e pedir proteção continuei minha viagem, mas não antes de conhecer mais intimidades da CVO Road Glide, afinal, estávamos nos conhecendo a achei melhor tomar a iniciativa, e verifiquei os seus compartimentos da carenagem dianteira, existem um de cada lado de abertura bem fácil (é só levantar que depois ele fecha delicadamente) ótimo para colocar sua carteira, celular, troco do pedágio, etc. a do lado direito possui uma entrada USB, foi quando tomei a coragem e espetei meu Pen Drive (com carinho) e selecionei Classic Rock, Meu Deus, que Som é esse? Realmente de matar de inveja os doidos que gastam mais em som do carro do que no carro em si, Um verdadeiro estúdio, são 4 alto-falantes do sistema e entretenimento da BOOM que produz um som fidelíssimo e balanceados, que aumenta de acordo com a sua velocidade, proporcionando ao piloto uma agradável prazer de pilotar ouvindo o som de sua preferência. Até os 100 km/h com o capacete fechado você aproveita o som, depois disso, a vibração do vento e a atenção desviada para a pilotagem em minha opinião não me agrada deixar tocando o som, prefiro o silêncio dos meus pensamentos no capacete e ouvir o rugido do motor.

Saindo de Aparecida-SP ás 15:45hs destino para pernoite é Penedo – RJ á 110 km de distância, chego ao final da tarde onde descanso para no dia seguinte (28/03) testar a CVO Road Glide subindo uma serra, a Serra de Visconde de Mauá até chegar a Maringá, divisa com MG.

Acordo por volta das 7:30hs bem disposto e com muita vontade de curtir as belas paisagens da Serra de Visconde de Mauá, tomo um bom café da manhã e subo na moto. Para em um porto de gasolina e faço o meu primeiro abastecimento (sempre usar gasolina de alta octanagem), a moto pela sua cilindrada 1.923cc e torque não bebe muito, cerca de 15Km/L, mas acontece meu primeiro desespero: Como abrir o tanque? Claro que consegui abrir com o auxílio dos universitários (Google), mas tenho uma reclamação: O acesso é lateral e não possui contenção de combustível em caso de derrame na hora do abastecimento, se o frentista não for atento, vai transbordar gasolina pelo tanque.

Começo a subir a serra com um fundo musical bastante seleto, que viagem, que motocicleta, torque em marchas altas, sem necessidade de ficar no troca-troca de marchas, você desacelera o punho e parece que o freio motor é mais forte, economiza os freios e o sistema de divisão de frenagem ajuda muito (divide o freio entre as duas rodas mesmo acionando um só mecanismo, pedal ou manete), sua estabilidade nas curvas permite até pequenos erros de tangência que você corrige fácil, realmente embora seja uma motocicleta para estradas retas, apresenta resultados surpreendentes para uma moto deste porte em serras de curvas fechadas. Proporciona ao piloto segurança e a possibilidade de desfrutar das paisagens sem ficar estressado com as curvas fechadas, para mim foi uma experiência muito positiva.

Chego em casa ás 13:45hs (após rodar cerca de 260 km) na Ilha do Governador com a alma lavada, sentimento de dever cumprido e a certeza de que pilotei a melhor moto da Harley Davidson até a data de hoje. Mas calma, ainda tenho o final de semana, aonde vou ao 20° Encontro Nacional de Motociclistas de Barbacena – MG e certamente vou ter mais para contar sobre a experiência de pilotar a CVO Road Glide.

Chegou Sábado (dia 03/03) marcamos eu e mais três amigos com nossas respectivas esposas, saímos por volta das 9:30hs. Primeira parada Três Rios (125Km), pergunto a minha esposa que está na minha garupa o que ela achou, ela foi sincera: A moto é um pouco dura, o banco é de bom tamanho, mas o que senti falta mesmo foi do Sissy Bar, pois quando você acelera meu corpo ia para trás e eu tinha que ficar sempre abraçada a você. (Claudia Regina – Minha esposa).

Eu respondi que a moto por ser potente causava este efeito, mas que em qualquer momento pode ser instalado um Sissy Bar e promover mais conforto à garupa. Chegamos a Barbacena ás 13hs e voltamos no dia seguinte desfrutando juntos com minha esposa e amigos o prazer de passear em uma CVO Road Glide.

No total rodei em torno de 1.050 km e posso afirmar que compraria esta moto para meu uso sem nenhuma dúvida, pois ela possui atributos de entretenimento, potência, segurança e estabilidade que vale cada centavo investido. Minha nota: 9,7.

Marcelo Lopes de Carvalho – 49 anos, Carioca, Comerciante, membro do HOG há 8 anos e motociclista desde os 18 anos. Casado há 26 anos e Pai de três adolescentes, inclusive um deles também é PHD. Presidente do MC Irmãos da Vida.

 

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