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Avaliação – Ford Ranger 3.2 CD Storm 4WD (Aut) 2021

Tudo sobre a “Ford Raptor” brasileira

Fotos: Marcus Lauria 

A Ford Ranger foi lançada nos Estados Unidos em 1983, como substituta de uma picape compacta denominada Ford Courier, que nada tem a ver com a Courier vendida no Brasil, esta derivada do Ford Fiesta. No Brasil a Ranger foi lançada em 1994, em sua segunda geração, que inclusive é muito disputada nos dias de hoje pelos amantes de carros antigos.  Atualmente a Ranger está em sua 4a geração, lançada em 2019.

Comercializada em mais de 190 mercados, a 4a geração da Ford Ranger teve o seu projeto liderado pela área de engenharia da montadora da Austrália, que trabalhou em conjunto aos times de design e engenharia do Brasil, Argentina, África do Sul, Tailândia, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. Além da fábrica de Pacheco, na Argentina, ela é produzida nos Estados Unidos, África do Sul e Tailândia.

De acordo com a montadora, a 4a geração da Ranger rodou mais de 1,7 milhão de quilômetros de testes em ambientes rigorosos, da Suécia aos desertos da África, Dubai, Mojave e América do Sul, enfrentando temperaturas de -29ºC a mais de 50°C, índices de umidade de 90% e altitudes de 4.000 metros. O projeto incluiu ainda 30 mil avaliações virtuais.

Após ouvir os consumidores, a Ford focou em quatro áreas: desempenho balanceado, experiência do usuário, segurança e design. No total, ela teve mais de 600 componentes repensados e redesenhados, que vão da suspensão e itens aerodinâmicos a sistemas de assistência ao motorista, melhorando um produto que já é muito bem avaliado pelos usuários.

A versão testada é a Storm, opção intermediária da picape baseada na versão XLS, criada para quem topa abrir mão dos recursos tecnológicos das versões mais completas (XLT, Limited), mas não da força. Em termos visuais, destaca-se na versão Storm o baita letreiro inserido na exclusiva grade dianteira, fazendo referência ao sonho de consumo de qualquer picapeiro, a Ford Raptor. Aqui vale um parêntese sobre a Raptor: esse monstro mecânico da velocidade produzido pela Ford americana não pode, infelizmente, ser comercializado no Brasil por questões de legislação. A Raptor, supostamente, não atende as exigências mínimas de capacidade de carga previstas pelas normas brasileiras.

Destaque para os adesivos no capô e nas laterais e para o conjunto ótico que tem acabamento interno escurecido e iluminação halógena. A versão já vem com farol de neblina. Na caixa de rodas há um aplique exclusivo, com alargador de paralama, oferecendo um visual mais esportivo, além de proteção para a carroceria.

As rodas escurecidas apresentam um belo design e são derivadas de uma versão disponível na África do Sul.  Os espelhos retrovisores e maçanetas possuem acabamento em preto fosco.  Há ainda um útil estribo, que facilita o acesso à picape e protege a carroceria.

Destaque para o santo antônio central estrutural da Storm, acoplado diretamente na caçamba, item exclusivo da versão.  A caçamba conta com iluminação, mas não vem com protetor, infelizmente.

Há, em compensação, o eficiente sistema de abertura da tampa, facilmente operada com apenas uma mão graças a um sistema de molas. A tampa não conta com abertura e fechamento elétrico.

As lanternas da Ranger Storm têm iluminação halógena e visual exclusivo escurecido, derivadas da Ranger Wildtrack, versão aventureira comercializada na Ásia.  O parachoque traseiro tem acabamento preto fosco e conta com o essencial sensor de ré, que facilita as manobras atuando em conjunto com a útil câmera de ré presente no modelo.

A chave da Storm é do tipo canivete. Chave presencial está disponível apenas para os modelos superiores.   A picape conta ainda com dois acessórios exclusivos, que podem ser comprados a parte: snorkel e capota marítima desenvolvida especificamente para a Storm, em parceria com a Keko, com sistemas de fixação e vedação aprimorados.

Como é feita para quem não abre mão de força, ao invés de vir com o motor 2.2 turbodiesel de 160cv da versão XLS, a Storm vem com o excelente motor 3.2 turbodiesel das versões mais caras. Pertencente à família Duratorq, esse motor conta com cinco cilindros, gerando uma potência de 200 cv a 3.000 rpm e torque de 47.9kgfm de torque na faixa de 1.750 a 2.500 rpm. Com ele, a picape acelera de 0 a 100 km/h em 11,6 segundos e atinge velocidade máxima de 180 km/h.

O som do motor invade a cabine em giros mais altos, vale ressaltar. A bem da verdade, tal característica, que pode ser vista como um problema para um comprador de um Sedã ou SUV de luxo, não costuma incomodar os fãs das picapes.  A transmissão automática é a 6R80, com seis velocidades. A tração é 4×4, com bloqueio do diferencial traseiro.

Todo esse conjunto garante boas ultrapassagens na estrada, bastando uma acelerada mais forte para que tudo ocorra de forma rápida, limpa e segura. Por falar em segurança, a Ranger Storm também conta o sistema AdvanceTrac, composto por controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, controle automático de descida, assistência de frenagem de emergência, luzes de emergência em frenagens bruscas, controle de oscilação de reboque, sistema anticapotamento, controle adaptativo de carga e diferencial traseiro blocante eletrônico. Outro recurso exclusivo da Ranger é o controle adaptativo de carga, que equipa de série toda a linha.

Auxiliada por esses recursos tecnológicos, a suspensão trabalha macio em asfalto liso, transmitindo muita segurança tanto na estrada como nos centros urbanos. Por ter uma calibragem mais voltada para carga (afinal, é para isso que as picapes servem!), em asfalto com buracos é possível sentir o impacto na parte traseira, mas nada grosseiro ou que incomode.

Vale ressaltar que a suspensão traseira da Ranger segue uma solução tradicional, com eixo rígido e feixe de molas, capaz de agradar qualquer picapeiros “raiz”.  A Storm, assim como as demais versões da geração atual da Ranger, ganhou uma nova suspensão que melhora o controle de movimentação da carroceria e a dirigibilidade, aproveitando todo o curso do conjunto para oferecer maior conforto tanto no asfalto como fora de estrada. Além de barra estabilizadora redesenhada e elementos de coxinização refinados, ela teve as longarinas do chassi reforçadas. Foram adotados dois ajustes diferentes de molas, amortecedores e buchas, de acordo com o peso de cada versão da picape. Assim, em vez de calibrar o sistema pela média, foi possível otimizar o seu desempenho para aproveitar os extremos de cada faixa.

A Ranger tem a maior capacidade de imersão declarada do segmento, de 800 mm. Essa é uma das vantagens da sua engenharia inteligente, com a blindagem do sistema elétrico, tomada de ar em posição superior e o posicionamento do alternador de forma a mitigar o risco numa eventual passagem por água.

Os ângulos de entrada (28º) e saída (27º) também favorecem o desempenho off-road da Ranger, que tem capacidade de carga de 1.001 a 1.168 kg, dependendo da versão. Um dos grandes diferenciais da Storm são os pneus de uso misto, desenvolvidos pela Pirelli especialmente para o modelo. Na medida 265/65 R17, seu uso é 60% fora de estrada, 40% asfalto.

O consumo da Ranger, de acordo com o Inmetro, é 8,4 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada. Não é dos melhores, mas também não é ruim. Já na parte interna, a Ranger Storm, por ser derivada da versão intermediária XLS, conta com bancos em tecido, mas com a mesma boa ergonomia desenvolvida para a 4a geração da picape.

O acabamento interno, apesar de não trazer apliques cromados ou em cores diferenciadas no painel, é de boa qualidade. De série, ela vem com uma ótima direção elétrica, sete airbags, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, piloto automático.O espaço interno é bom, acomodando 5 ocupantes com conforto (considerando as limitações comuns a qualquer picape).

O modelo conta ainda com central multimídia Sync3 com tela de oito polegadas e conexão com smartphones via Android Auto e Apple CarPlay, ar-condicionado digital e dual zone, painel de instrumentos com duas telas digitais coloridas de 4,2 polegadas, ajustes de altura do volante e de altura e lombar do banco do motorista e console com compartimento climatizado.

Ao lançar uma picape intermediária com conjunto mecânico topo de linha, a Ford fez uma jogada de mestre, conseguindo posicionar a Ranger em um segmento de picapes pouco explorado pela concorrência. Próximo dela temos apenas a Nissan Frontier Attack, que apresenta números de desempenho ligeiramente inferiores, menos equipamentos e prazo de garantia (3 anos, contra 5 da Ranger).

Em compensação, a Nissan é mais leve e consome menos, conta um câmbio com mais marchas (7),  suspensão traseira projetada para oferecer mais conforto ao rodar e interior com visual mais requintado, com ventilação para o banco traseiro. Enquanto a Ranger Storm custa algo em torno de R$160 mil, a Nissan Frontier está na faixa dos R$ 175 mil.

*FICHA TÉCNICA:

Mecânica

Motorização 3.2

Combustível             Diesel

Potência (cv)            200

Torque (kgf.m)         47,9

Câmbio          automática de 6 marchas

Tração           4×4

Direção          elétrica

Suspensão dianteira          Suspensão tipo braços triangulares e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.

Suspensão traseira            Suspensão tipo eixo transversal (beam), roda tipo rígida e molas feixe de lâminas.

Dimensões

Altura (mm)   1.821

Largura (mm)           1.870

Comprimento (mm)             5.354

Peso (Kg)      2.230

Tanque (L)    80

Entre-eixos (mm)     3.220

Ocupantes    5

*Dados do fabricante

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