Avaliação – Ford Ranger 2.2 CD Black (Aut) 2022
O visual monocromático preto é destaque dessa versão
Fotos: Marcus Lauria
A concorrência entre as picapes aqui no Brasil está cada dia maior e para não ficarem defasadas as marcas buscam alternativas diferentes para se manter no topo das vendas e chamar a atenção do consumidor desse segmento. Pensando nisso, a Ford vende desde março deste ano a Ranger Black, nova versão da picape para uso urbano com uma combinação exclusiva de estilo, equipamentos e tecnologia, incluindo conectividade com acesso remoto a várias funções do veículo pelo celular. A Ranger Black foi apresentada pela primeira vez como conceito no Salão do Automóvel de São Paulo em 2018, para teste de mercado e chega agora a sua versão final.
CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://youtu.be/xCSt_PHpsKE
Assim como a Ranger Storm, versão off-road lançada no ano passado, ela amplia a linha com uma opção inédita dentro do segmento, desta vez para atender o cliente que roda predominantemente na cidade. A estratégia é boa, visto que em algumas regiões as picapes são praticamente usadas para esse propósito. Além dessa característica urbana, a Ranger Black traz um visual bem diferenciado. Seguindo a nova tendência do mercado norte-americano a picape da Ford tem detalhes monocromáticos tanto no exterior como na cabine.
Por fora os itens diferenciados da picape com tema preto monocromático combina peças com acabamento fosco e brilhante e ficam por conta do Santantônio (o mesmo da versão Limited), estribo lateral, faróis e lanternas com máscara escura, grade dianteira e rodas de liga leve de 18 polegadas na cor preta (os pneus são 265/60 de perfil urbano).
Com porte imponente e visual sofisticado, a nova picape não passa despercebida nas ruas. As maçanetas, retrovisores, rack de teto, estribo e grade lateral em preto fosco reforçam o tema “Black” da picape. A traseira mantém o espírito de esportivo urbano
Já por dentro a Ranger Black traz um visual bem “Dark” e uma lista de equipamentos que inclui sete airbags, ar-condicionado de dupla zona, piloto automático, controle de tração e estabilidade, controle adaptativo de carga, sistema anticapotamento, sistema de controle de reboque e assistente de partida em rampa.
Além do volante e descansa-braço central com revestimento refinado. O motorista encontra facilmente uma boa posição de dirigir usando o ajuste de altura do volante e os ajustes de altura e lombar do banco. Direção com assistência elétrica progressiva, sensor de estacionamento traseiro e câmera de ré são outros recursos que auxiliam nas manobras no trânsito.
Sua central multimídia, completa, é o SYNC 3 com tela touch de 8 polegadas, comandos de voz e acesso a Apple CarPlay e Android Auto. O sistema de conectividade FordPassTM Connect, com modem embarcado, permite controlar pelo celular funções como travamento e destravamento, partida remota com climatização da cabine, agendamento de partida, hodômetro, autonomia e localização do veículo, além de receber alertas de alarme e de funcionamento.
O sistema também é capaz de gerar 38 tipos diferentes de alerta caso ocorra alguma falha no veículo, que incluem o monitoramento de mais de 3.000 parâmetros, e orienta o motorista quando é preciso tomar alguma ação. Outra facilidade é o agendamento de serviços pelo celular, com acesso direto à agenda das concessionárias sem precisar preencher dados.
Sem opcionais, a picape feita em Pacheco custa atualmente R$ 193.690 e tem garantia de cinco anos. Os cem primeiros clientes da Ranger Black tiveram a oportunidade de receber um kit especial de acessórios composto por protetor de caçamba, capota rígida elétrica e rede porta-objetos. Esses itens, que somam R$10.000, também poderão ser adquiridos separadamente nas revendas. Na prática, a Ranger Black serve de configuração intermediária da gama Ranger, acima das versões XL e XLS, equipadas com o mesmo motor 2.2 turbo diesel.
A capota elétrica tipo “zetaflex” cai muito bem para essa versão mais urbana. Acionada por controle remoto, ela protege bem melhor a carga – principalmente dos ladrões. E o melhor, rouba pouco espaço da caçamba – a capacidade de carga cai de 1.180 para 1.028 litros (É recomendado travar a tampa usando a chave, pois não é integrada ao sistema das portas).
A segurança é um dos pilares que fazem da Ranger uma picape de verdade, a começar pela construção sobre chassi, com porte robusto e 235 mm de altura livre do solo, que coloca o motorista e os passageiros em posição elevada no trânsito. A capacidade de imersão de 800 mm – a maior da categoria – é outro diferencial da picape que pode ser extremamente útil numa condição de alagamento na cidade. A Ranger Black vem com sete airbags, freios ABS nas quatro rodas com EBD e também traz o conjunto mais completo de controle eletrônico de estabilidade e tração, o AdvanceTrac. Além dos controles anticapotamento, adaptativo de carga e de oscilação de reboque, ele inclui assistência de partida em rampa e de frenagem de emergência.
Sob o capô está o conjunto motriz com motor Duratorq 2.2, tem 160 cavalos de potência, que é forte o bastante para a proposta da picape, que se destaca pelo alto torque em baixas rotações – as mais usadas no trânsito. A apenas 1.600 rpm ele já desenvolve o torque máximo de 39,2 kgfm. Casado com a transmissão automática de seis velocidades, oferece uma direção ágil e confortável. Outra vantagem é o baixo consumo, que proporciona grande economia e autonomia junto com o tanque de 80 litros.
Mas a aceleração de 0-100 km/h na casa dos 13 a 15 segundos mostra que a ideia aqui é tranquilidade. Além de patinar em saídas, basta vir mais embalado nas curvas para perceber aquela menção de sair de traseira – mas tudo bem contornado pelos controles de estabilidade e de correção da carroceria.
A escolha da tração 4×2 mostrou ser extremamente adequada à proposta de uso urbano da picape e também contribui para o seu excelente custo-benefício. A suspensão traz um ajuste feito especialmente para o modelo, desenvolvido pela engenharia da Ford na recente revisão desse sistema. Com menos de 2 mil emplacamentos mensais, a picape da Ford fica bem atrás das concorrentes diretas, Hilux e S10, que entregam de 3 a 4 mil carros, mesmo com pandemia e escassez de chips eletrônicos.
*FICHA TÉCNICA:
Mecânica
Motorização 2.2
Combustível Diesel
Potência (cv) 160
Torque (kgf.m) 39,3
Velocidade Máxima (km/h) 164
Tempo 0-100 (s) 15
Consumo cidade (km/l) 8,4
Consumo estrada (km/l) 10,4
Câmbio automática de 6 marchas
Tração traseira
Direção elétrica
Suspensão dianteira Suspensão tipo braços triangulares e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.
Suspensão traseira Suspensão tipo eixo transversal (beam), roda tipo rígida e molas feixe de lâminas.
Dimensões
Altura (mm) 1.821
Largura (mm) 1.860
Comprimento (mm) 5.354
Peso (Kg) 2.032
Tanque (L) 80
Entre-eixos (mm) 3.220
Ocupantes 5
*Dados do fabricante