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Avaliação – Fiat Mobi Evo Like 1.0 Flex 4p 2017

 

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Fotos: Marcus Lauria

No momento em que você estiver lendo este texto, a Fiat já terá solucionado um dos pontos mais criticados no lançamento do Mobi: seu motor. O lançamento do Mobi deveria coincidir com o lançamento do motor 1.0 de 3 cilindros batizado como Firefly, mas as coisas não saíram de acordo com o combinado, e o Mobi acabou vindo à tona com o cansado 1.0 Fire de 4 cilindros. É ruim? De forma alguma, mas ao final do teste com esse subcompacto, ficamos com aquela impressão de que poderia ser ainda melhor.

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De visual controverso, o Mobi apela para faróis bem grandes e desenho mais parrudo na dianteira, menos infantil do que seu concorrente VW up! por exemplo. Já na traseira está a ousadia da marca, que oferece tampa do porta-malas toda em vidro, ao contrário da VW, que preferiu desenvolver uma tampa convencional para o seu subcompacto. Nessa versão Like On, o Mobi conta com um conjunto até harmonioso, mérito das belas rodas de liga leve que combinam com o todo.

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Embora o Mobi seja um lançamento, seu projeto deriva do Uno, como pode ser observado em alguns componentes, como as portas e a coluna A do carro. Mas o Mobi é menor, bem menor, são apenas 3,56 m de comprimento, ante 3,82 m do irmão maior. A largura de 1,63 m é a mesma, mas o Mobi volta a ser menor no entre-eixos (2,30 m contra 2,37 m) e no peso (946 kg ante 1010 kg). Apenas na altura o Mobi é maior, com 1,50 m, 2 cm a mais. Como consequência, o subcompacto é bem menos espaçoso do que seu irmão, especialmente no banco traseiro e no porta-malas, que leva apenas 235 litros (o Uno leva 280 litros).

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Com meus 1,90 m, até consegui algum espaço na dianteira para pernas e cabeça, graças à regulagem de altura do banco, mas os assentos são estreitos, faltando apoio para pessoas mais corpulentas. Já no banco traseiro, não há condições de levar pessoas altas sob pena de perder a amizade. Há pouco espaço para a cabeça e nenhum espaço para as pernas, especialmente se os passageiros da dianteira passarem de 1,75 m. O porta-malas pequeno conta com um baú, que permite ser removido ou utilizado para ocultar itens no interior do porta-malas, bem como deixa o assoalho plano caso o banco traseiro seja rebatido.

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A visibilidade do Mobi é excelente. O carro é pequeno, tem ótima área envidraçada, retrovisores grandes e sensor de estacionamento na traseira. Sua direção hidráulica é um pouco pesada, e o diâmetro de giro de 10 m é apenas razoável para o subcompacto. Sua embreagem é leve, enquanto o câmbio em nada lembra os engates dos Fiat de antigamente, com passagens de marcha precisas e tranquilas.

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E tranquilidade é o que se encontra ao trafegar com o Mobi pela cidade, visto que não há sobra de desempenho. O motor 1.0 de 4 cilindros rende 73/75 cv @ 6.250 rpm (G/E) de potência e 9,5/9,9 kgfm @ 3.850 rpm de torque. Algumas estilingadas são possíveis graças ao câmbio de relações curtas e, quando exigido a fundo, o motor move o Mobi com dignidade, desde que o condutor não se incomode com a aspereza do propulsor. Suas suspensões macias garantem ótima absorção de ondulações, e as dimensões compactas tornam o ambiente urbano um verdadeiro playground para o Mobi. Pena que o consumo de Etanol não seja dos melhores: 7,8 km/l em circuito urbano, com ar-condicionado ligado.

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Na estrada, desde que seja de mão única, o desempenho contido não incomoda tanto. Ele leva 14 segundos para acelerar de 0-100 km/h, como observamos em nosso teste, e tem retomadas compatíveis com um 1.0. Mas, se o carro estiver cheio, requer bastante paciência quando mais desempenho for necessário. Um ponto que me surpreendeu foi o equilíbrio do carro em curvas, superior a alguns Uno que já testei. Sua tendência ao subesterço é contida, a direção responde bem e o carro se mostra na mão quando exigido. Seus pneus Pirelli P1 de medida 175/65 R14 são adequados ao carro, mas o freio a disco dianteiro poderia ser ventilado, para evitar fading. Quanto ao consumo, observamos 11,2 km/l de etanol.

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Seu nível de equipamentos é honesto para um compacto, com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas e rádio AM/FM com USB e bluetooth nessa versão Like On. Faltou controles de estabilidade e tração, mas a concorrência não oferece, então deu liberdade à Fiat para não oferecer, infelizmente. Ao preço de R$ 42.930 (R$ 44.195 com a pintura Prata Bari do carro testado), é uma forma razoável de estacionar um 0 km em casa.

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Quando comparado ao VW up!, o Mobi perde bastante na questão da dirigibilidade, aonde o alemão nada de braçada, com sua maior solidez de carroceria e conjunto mais equilibrado. No desempenho do motor, outra vitória para o up!, mesmo o aspirado, que rende mais (82 cv ante 75 cv) e consome menos. Mas a vantagem do Mobi fica justamente nas características de mercado do modelo da Fiat: seu portfolio de versões é muito mais organizado e justo, sem opcionais, tornando fácil a vida de quem quer um Mobi. Já para quem quer um VW up!, só consegue um 1.0 aspirado muito básico (take up) ou muito caro (high up). A versão intermediária move up, que poderia dar trabalho ao Mobi, é vendida apenas com motor 1.0 TSI, por quase R$ 50.000. Seu desempenho é incomparável ao Mobi, mas em uma categoria aonde centavos fazem diferença, a VW termina por enterrar seu belo carro.

CONFIRA NOSSO VÍDEO:

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