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Avaliação – Fiat Palio Fire Way 1.0 Flex 2015

Fotos: Marcus Lauria

Após a aposentadoria do Mille, o posto de carro mais barato da linha Fiat ficou com o Palio Fire, que apesar de espartano e avançado na idade, é um salto e tanto em relação ao Mille. Mesmo remodelado, faltava algo no Palio Fire, mais específicamente uma versão aventureira para as massas, papel que era cumprido pelo Mille Way. Faltava, pois a Fiat tratou de introduzir no mercado o Palio Fire Way, com suspensão elevada e adereços estéticos na carroceria, cujo resultado ficou bem interessante.

Seu preço parte de R$ 28.700, são R$ 1.140 a mais do que o Palio Fire “civil”, preço que contempla a suspensão elevada em 1,5 cm, os detalhes aventureiros na carroceria e os bancos com revestimento exclusivo. Completo, como o modelo testado, o carro chega a R$ 35.828, acrescentando-se ar-condicionado, comandos elétricos de vidros e travas, roda em liga leve, faróis de neblina e sistema de som que abusa da simplicidade.

Na prática o carro ficou mais robusto, e o visual final agrada, especialmente com as rodas em liga leve do modelo testado. Mas, enquanto o exterior difere bem o Way do Palio Fire convencional, do lado de dentro, tudo continua na mesma. O novo banco derivado da Uno permite uma boa posição de dirigir para motoristas altos, mas o assento continua sem regulagem de altura. O volante tem boa pegada, mas não pode ser regulado em altura ou profundidade.

Antiquados, painel e cluster remetem à década de 90, e as novas saídas de ar redondas destoam do conjunto, enquanto a simplicidade do acabamento reforça a sensação de estar em um carro de entrada.

Posicionado ao volante, o motorista não encontrará dificuldade para manobrar o carro, graças à boa manobrabilidade do compacto, além de sua boa visibilidade. A direção hidráulica não é das mais leves, mas cumpre bem seu papel. Quanto ao espaço interno, apesar do reduzido entre-eixos de 2,37 m e das dimensões compactas (3,83 m de comprimento, 1,63 m de largura), há espaço suficiente para quatro adultos e suas bagagens, devidamente espremidas em 290 litros de porta-malas.

Rodar com o Palio Fire Way na cidade é bem agradável, mérito da suspensão elevada e macia, realmente confortável. Ruas de paralelepípedos são ignoradas, assim como ruas de asfalto crocante e lombadas de tamanho mais baixo. E o motor 1.0 8V de 75 cv @ 6.250 rpm e 9,9 kgfm @ 4.500 rpm (etanol) não faz feio, desde que o motorista eleve os giros sem dó, ignorando o ponteiro do econômetro que ficará longe da faixa verde. O câmbio é como ying e yang, gozando de bom escalonamento e atormentando o motorista com engates longos e imprecisos.

Na estrada o carro também se mostra confortável, filtrando ondulações do piso e agraciando o motorista com um bom silêncio à bordo, mesmo se tratando de um modelo de entrada. O desempenho é o esperado de um carro 1.0, obrigando reduções de marcha constantes em subidas e cuidado nas ultrapassagens, especialmente com o carro cheio. Subir os giros é imperativo, e o conta-giros disponível no carro (e ausente no Fire “civil”) ajuda muito. Em uso mais selvagem, os freios respondem muito bem, enquanto a estabilidade merece um parágrafo à parte.

A altura de rodagem é alta, e conforme reza a lenda, o Palio sempre foi conhecido por ter ajuste complacente de suspensão, mas ainda assim, o ajuste do Palio Fire Way é surpreendente. O modelo vai bem em curvas de alta e de baixa, com tendência suave ao subesterço, quase neutro. A carroceria rola um bocado, isso é verdade, mas não é nada que assuste ou incomode.

Ao término dos cerca de 800 km rodados na avaliação, observamos um consumo médio de 11,8 km/l de etanol, medidos na bomba, pois ainda não foi dessa vez que o modelo de entrada da Fiat ganhou computador de bordo. É um consumo interessante para um carro que tem o bolso do consumidor como seu maior aliado, e graças ao seu visual aventureiro, oferece um “algo a mais” no nível mais baixo da cadeia alimentar. A VW, percebendo o sucesso do concorrente, acaba de lançar o Cross Up!, que traz a mesma proposta do Palio Fire Way, mas que apesar das qualidade, extrapola no preço.

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