Avaliação – Fiat Freemont 2.4 16V Precision Aut.
Ele chegou em nosso mercado com outro nome, filho de outra mãe, e com a mesma cara. Dodge Journey, esse era o nome pelo qual o crossover era chamado antes da Fiat adotar o carro em 2011 e batizá-lo como Freemont. Por mais confuso que possa parecer, mesmo com a chegada do Freemont, o Journey continua a conviver por aqui, tendo como única diferença para o irmão gêmeo fraterno o seu motor V6 e as insígnias da Dodge, além do próprio nome.
Mas hoje estamos aqui para falar do Fiat Freemont, esse enorme crossover com 4,88 m de comprimento, 1,87 m de largura, 1,75 m de altura e que tem eixos distantes 2,89 m entre si. É um carro imponente, que leva 7 passageiros e alguma (pouca) bagagem em seu interior, ou 5 passageiros e muita bagagem, isso na versão Precision que testamos, uma vez que a versão Emotion traz 5 lugares apenas. Também considerado um SUV, o Freemont tem sua vocação totalmente voltada para o uso no asfalto, e de preferência asfalto rodoviário.
Além do amplo espaço interno, o carro surpreende também no ótimo acabamento e na beleza dos arremates, especialmente o couro claro usado no revestimento. Impressiona as inúmeras possibilidades de uso e regulagens dos bancos traseiros: na fileira do meio, há como regular distância e inclinação dos dois lados, há booster para crianças nas duas extremidades e apoio de braço no assento central. Já na última fileira, os assentos podem ser dobrados e escondidos no porta-malas individualmente. Dessa forma, é possível abrigar pessoas de estaturas variadas em qualquer uma das fileiras de bancos.
Rica em equipamentos, essa versão Precision traz uma central multimídia com tela de 8,4” que além dos recursos convencionais (GPS, bluetooth e afins) traz também controles de climatização, aonde a temperatura de motorista/passageiro e da parte traseira do carro podem ser reguladas de forma independente. Há, entre outros itens que são padrão em carros desse preço, aquecimento dos bancos dianteiros e um teto solar elétrico que poderia ser panorâmico, levando-se em conta o caráter familiar deste crossover.
Abrigar-se no banco do motorista é agradável, o assento é grande e comporta bem corpos mais avantajados. O assento possui ampla regulagem em altura e o volante pode ser trazido para a posição correta, graças às regulagens de altura e profundidade. Os retrovisores são enormes, a câmera de ré garante segurança na marcha à ré e, na prática, manobrar o Freemont é mais fácil do que seu tamanho generoso sugere, graças à boa visibilidade e ao amplo diâmetro de giro.
No uso urbano o crossover passa por lombadas e ruas com pavimentação ruim esbanjando conforto, graças à sua suspensão macia que isola os ocupantes das intempéries de nosso asfalto crocante. As respostas da direção são lentas, mas logo acostuma-se a esse detalhe, e a largura do carro requer atenção em ruas mais estreitas e/ou movimentadas. O motor 2.4 16V com 172 cv @ 6.000 rpm de potência e 22,5 kgfm @ 4.500 rpm de torque tem funcionamento suave e tem sua força bem aproveitada pelo câmbio automático de seis velocidades, embora a massa de 1.849 kg complique a vida do bom propulsor. Bebendo apenas gasolina, o rendimento médio do carro na cidade foi de 7 km/l.
Em estradas, o Fiat Freemont roda suave e silencioso, com bom isolamento acústico e amplo conforto garantido pela suspensão bem calibrada. E essa maciez não se traduz em instabilidade, pois o carro faz curvas muito bem (com a ajuda dos pneus 225/55 R19) e tem auxílio do controle de estabilidade caso alguma coisa saia do usual. Seus freios possuem discos ventilados nos quatro cantos e seguram bem o carro, mesmo com alguma rolagem de carroceria. No limite o carro tem tendência dianteira a neutra, e pode jogar a traseira se o motorista levantar o pé de forma brusca em uma curva rápida, mas o ESP está sempre atento.
E se o motor não garante um desempenho brutal, cumpre bem o papel de mover um carro familiar, e mesmo com 7 passageiros no carro, o desempenho é suficiente graças ao câmbio Aisin que troca marchas o tempo todo, à menor pressão do acelerador. O custo disso é pago no rendimento, que não passa de 11 km/l no uso rodoviário, mesmo com uma sexta marcha longa mantendo o motor ronronando a velocidades de cruzeiro.
Esse carro pode ser seu (na versão Precision) a partir de R$ 119.900, mas para equipá-lo igual ao carro testado, com rodas aro 19, couro claro no revestimento, cor branca perolizada e teto solar, a conta fecha em salgados R$ 133.629. É um bom carro, que cobra caro demais quando consideramos que o Dodge Journey R/T custa R$ 139.900 e traz motor V6 de 280 cv e tração integral, conjunto este que é muito mais adequado para viajar com toda a família.
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