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Avaliação – Fiat Fastback Impetus 1.0 Turbo 2023

Belas linhas e um excelente porta-malas são os grandes atributos deste primo rico do Pulse

Fotos: Marcus Lauria

Quando iniciei o teste do Fiat Fastback o comentário que mais ouvi foi… errou quem pensou em “ahhh traseira copiada do BMW X4!”. Nada disso, o comentário que mais ouvi foi: “esse carro é o Fiat Pulse da frente até o final dos bancos dianteiros”.  Realmente o Fiat Fastback usa a mesma plataforma do Pulse, a MLA (Modular Architecture). Desenvolvida pela Fiat brasileira, essa plataforma deverá ser utilizada em todos os modelos compactos da marca que forem lançados nos próximos anos.

CONFIRA O VÍDEO: https://youtu.be/11AsrZKC_aY

A versão do Fastback testada foi a intermediária Impetus, equipada com o bom motor 1.0 turbo de 3 cilindros da marca italiana (conhecido como T200, em função do torque de 20,4kgfm que é capaz de entregar a baixos 1750 rpm). Abaixo da versão Impetus temos a versão Audace, que também é bem recheada. A Impetus custa aproximadamente R$10 mil a mais e agrega itens como cluster digital, multimidia com tela de 10″ (contra 8,4″ da versão Audace), bancos de couro, teto escurecido, rodas aro 18, faróis de neblina e sensores de estacionamento dianteiros. Acima da Impetus e custando R$10 mil a mais há a versão Limited Edition, cujo grande diferencial é o motor 1.3 turbo (T270).

A chave do Fastback Impetus é do tipo presencial, permitindo ligar o carro à distância. Além de servir para tirar onda com os amigos, o recurso permite esfriar o interior do carro antes de entrar. Por falar em ar-condicionado, no Fastback o equipamento é digital e automático, mas oferece apenas uma zona de controle de temperatura. Apesar disso, posso garantir que o sistema é bem dimensionado e consegue deixar o interior do Fastback bem geladinho, independentemente da temperatura externa.

O para-choque dianteiro é parecido com o para-choque do Pulse, mas não é igual. Ok, agora o Pulse Abarth utiliza o mesmo para-choque do Fastback, mas as outras versões continuam usando um modelo de para-choque ligeiramente diferente. Os faróis são em full led, com DRL. Na versão Impetus estão presentes os faróis de neblina, também em led. A grade na dianteira apresenta um design interessante, na cor preta black piano. Sim, a “italian flag” se faz presente, seguindo o padrão dos novos modelos da montadora.

Na traseira estão as belas lanternas em led. Pisca, freio, ré, tudo em led. Chama bastante a atenção o caimento inclinado da tampa do porta-malas, como manda o estilo “fastback”. O vidro traseiro é bastante inclinado e conta com desembaçador traseiro. O limpador, estranhamente, não se faz presente. Já a câmera de ré, com ótima nitidez, fica bem visível na parte superior da placa. No para-choque traseiro é possível notar os sensores de estacionamento, bem como acabamentos em plástico prateado que, segundo alguns, fazem alusão a ponteiras de escapamento. Se é isso mesmo, não gostei da ideia. Prefiro encara-los apenas como acabamentos do para-choque em cor diferente.

Na lateral do Fastback notamos logo de cara as grandes molduras nas caixas de roda. A moldura que cobre a roda traseira ficou grande demais, a meu ver. Seria melhor utilizar uma moldura menor e talvez colocar um vinco mais pronunciado na própria carroceria. Mas tudo bem, não ficou feio. Há também plásticos na parte inferior das portas e cobrindo as caixas de ar, simulando uma saia lateral.

As rodas são lindas, aro 18 com pneu 215/45. Essas rodas deixam o carro com um visual arrasador e a estabilidade nas curvas é nota 10. Em compensação, é preciso ter um cuidado acima do normal com as rodas no asfalto ruim, pois esse pneu não é fã de buraco.  O carro não chega a ficar duro em excesso com esse pneu (mérito da suspensão), mas isso não libera os pneus dos danos causados pela buraqueira do nosso asfalto.

No teto, nada de teto solar, infelizmente. Em compensação, o teto é pintado de preto, fazendo um contraste bacana com o cinza metálico que cobre as demais partes da carroceria. Nota-se, também, uma antena “tubarão” no teto do Fastback. No cockpit encontramos muito plástico duro, o que é esperado em um carro compacto desta faixa de preço. Em compensação, há uma faixa em um plástico texturizado de melhor qualidade cruzando o painel do carro, gerando um efeito esportivo bem bacana. A forração do teto e as colunas são na cor preta, ponto positivo da versão.

O cluster digital é bem completo. Não falta nada. Nele estão todas as funções do computador de bordo (media de consumo, autonomia, etc), além do sistema de monitoramento de pressão do pneus. O grafismo é exclusivo do Fastback, trazendo uma tela que permite monitorar em tempo real os percentuais de potência e pressão do turbo, além de força G.

Os bancos dianteiros são firmes e acomodam bem o corpo naqueles momentos em que o motorista resolve testar o limite de aderência dos pneus nas curvas. A forração dos bancos, por sinal, é de muito bom gosto, apresentando um couro sintético com uma série de gomos (lembram um vidro canelado) e costuras em linha branca. Entre os bancos há um bom apoio de braço, item essencial em qualquer carro automático. Nas costas do banco do motorista não há porta-revistas, mas no banco do carona essa bolsa de utilidade duvidosa se faz presente. Há saída de ar exclusiva para quem vai atrás e uma porta USB tradicional (tipo A).

Em termos de posição ao volante, dá para dirigir lá no alto, feito ônibus (não curto!) ou enterrado dentro do carro, sem conseguir ver a ponta do capô, do jeito que os gearheads gostam.  O banco traseiro segue a receita do banco dianteiro, acomodando com conforto pessoas de estatura mais elevada. Sim, o espaço traseiro do Fastback é muito bom. Tenho 1.80m e com o banco na minha posição de dirigir, consigo sentar atrás e ainda sobram 4 dedos de distância entre o meu joelho e o banco dianteiro. A cabeça não encosta no teto, apesar do caimento fastback.

O volante apresenta boa empunhadura e é forrado em couro. A base é achatada e conta com um acabamento em black piano. Do lado esquerdo estão os botões para controle do cluster digital, além dos comandos de voz e atendimento de chamadas. Do lado direito estão os comandos do piloto automático (apenas convencional, infelizmente) e limitador de velocidade. Há também o botão vermelho para acionamento do modo “Sport”, que deixa o comportamento do Fastback ainda mais apimentado. Atrás do volante estão as aletas para troca de marchas e dois úteis e intuitivos botões para uso da multimidia.

A multimidia do Fastback Impetus é top. Tela de 10″ excelente, bem-posicionada e de alta sensibilidade ao toque. Oferece Android Auto e Apple CarPlay sem fio, o que para se tornou algo essencial. Fio atrapalha, deixa o carro feio e é propenso a mal contato. Ou seja, fio é “caído”! Mesmo assim, há duas entradas USB na parte inferior do painel (tipo C e tipo A). Arrisco dizer que o som da multimidia apresenta qualidade adequada e uma potência que agradará a maioria das pessoas. A meu ver, não é necessário mexer no som original.

Abaixo da multimidia temos um teclado estilo “avião”. Através dele é possível acessar alguns comandos do ar-condicionado, botão do alerta, travamento das portas, desligar a tela da multimidia, desativar os sensores de estacionamento, além de comandar o sistema TC+ (útil quando se está atravessando uma estrada com lama).

No console temos uma base para carregamento de celular sem fio, com direito a refrigeração exclusiva para o celular, que costuma esquentar ao ser submetido a carreamento rápido. Aparentemente essa base sem fio só funciona legal com o celular fora da capa, pois o meu telefone, quando colocado nessa base, vivia entrando e saindo do modo de carregamento.

O porta-malas é um dos destaques do modelo, oferecendo um espaço de dar inveja na concorrência. São 516 litros, sendo que é possível aumentar este espaço com facilidade abaixando o banco traseiro (que é bipartido). Como a tampa do porta-malas abre bastante, o Fastback parece um furgão com os bancos abaixados e a boca do porta-malas escancarada!

O comportamento dinâmico do modelo é interessante, apesar do pequeno propulsor 3 cilindros 1.0 turbo. Com as rodas aro 18 e pneus de perfil baixo, aliados a uma suspensão bem calibrada, o carro cola nas curvas. O motor 1.0 turbo de 130cv no etanol e 125cv na gasolina e torque de 20.4kgm (etanol e gasolina) , trabalha bem em conjunto com o bom câmbio automático CVT que simula 7 marchas, oferecendo trocas na alavanca e nas aletas atrás do volante. Esse powertrain consegue fazer os 1.237kg do do Fastback acelerarem de 0-100km/h na casa dos 9.4 segundos, alcançando 195km/h de velocidade máxima… Detalhe, o torque está todo disponível a 1.750 RPM, deixando o carro bem esperto no trânsito. O carro responde muito bem, pode acreditar!

Controle de tração, estabilidade e assistente de partida em rampa também são itens presentes no Fiat Fastback, que tornam o rodar ainda mais seguro e confortável. Andando normalmente, sem preocupações com economia, o carro fez 8,2km/l na cidade (etanol) e perto de 10km/l na estrada! Na gasolina o modelo faz 10.5km/l na cidade e 14km/l na estrada.

Confesso que no início do teste achei que o motor 1.0 turbo de 3 cilindros vibrava demais em marcha lenta. Estava sentindo uma tremedeira perceptível sempre que parava no semáforo. Depois fui perceber que isso só acontecia quando usava o “autohold”, aquele recurso que permite tirar o pé do freio durante as paradas no semáforo mantendo o câmbio na posição Drive. Percebi após algum tempo que, com o pé no freio e as rodas dianteiras travadas, a vibração é zero. Já com o autohold, que segura o carro pelas rodas traseiras com o auxílio do freio de estacionamento de acionamento elétrico que equipa o Fastback, a vibração torna-se perceptível. Imagino que, durante o uso do autohold, as rodas dianteiras ficam soltas e a vibração do motor invade o habitáculo.

Os freios são eficientes, apesar do sistema contar com tambores nas rodas traseiras. Sei que o público questiona bastante esse tipo de solução, mas é necessário reconhecer que as montadoras conseguem calibrar o sistema de tal forma que o motorista não deveria ter dúvidas quanto à eficiência dos freios. Afirmar que um carro de passeio é inseguro porque usa freios a tambor nas rodas traseiras é um grande EXAGERO. Os tambores funcionam bem e ajudam a reduzir o custo da manutenção.

O Fastback oferece 4 airbags (frontais e laterais), abrindo mão dos airbags de cortina. Diz a Fiat que os airbags laterais foram redesenhados e oferecem uma proteção aprimorada para os choques laterais, minimizando assim a ausência dos airbags de cortina. Custando praticamente R$145 mil, entendo que o Fastback Impetus é uma boa pedida para quem curte carro com visual esportivo e precisa de um porta-malas grande. Considero que o grande concorrente do Fastback é o VW Nivus Highline, também um ótimo carro. O Nivus, entretanto,  anda menos e apresenta um interior mais objetivo, espartano, quando comparado ao Fastback. O preço dos dois modelos é próximo, sendo que o Fastback custa um pouco mais.  Considerando as particularidades do mercado brasileiro, o Fastback tem tudo para vender muito e se transformar em mais um sucesso de venda da FIAT/Stellantis.

*FICHA TÉCNICA:

 

Motor: 1.0 turbo flex

Potência: 130 cv (E) 15 cv (G)

Torque: 20,4  kgfm (E) e (G)

Transmissão: CVT 7 marchas

0 – 100km/h: 9,4 seg

Vel. Máx: 193 km/h

Cons Urbano: 8,1 km/l (A) 11,3 km/l (G)

Cons Rodoviário: 9,7 km/l (A) 13,9 km/l (G)

*Dados do fabricante

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