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Avaliação – Ducati Hyperstrada

Fotos: Eduardo Azeredo

Um dos maiores diferenciais dessa avaliação da Ducati Hyperstrada é o fato de ter sido feita na Itália, o berço da Ducati, com direito inclusive a uma passadinha na fábrica e no museu da marca, na cidade de Bolonha, sempre passando por estradas maravilhosas.

A Hyperstrada, como já dá para perceber pelo nome, é a versão estradeira da família Hyper, baseada na Hypermotard, um projeto que conseguiu mesclar uma máquina ao mesmo tempo compacta, robusta, ágil e confortável, com design extremamente atraente, transbordando tecnologia e beleza.

O projeto dessa estradeira usa diversos componentes como elementos ao mesmo tempo estéticos e funcionais, como por exemplo o parabrisa, que faz grande diferença cumprindo muito bem seu papel aerodinâmico, especialmente em velocidades acima dos 150 km/h, e os protetores de mão, proporcionando extremo conforto e segurança ao piloto. Conta com painel de instrumentos é bastante completo e de fácil leitura.

Uma das características mais marcantes é o desempenho, que chega a ser assustador, mas falo “assustador em um sentido positivo”, pois o motor é muito bruto, assim como em praticamente todas as Ducati, que tem essencialmente a mesma engenharia de motor, proporcionando respostas muito intensas.

Seu motor 2 cilindros em L, com 821 cc, gerando 111 cv de potência a 9250 RPM e torque de 9,08 kgf.m a 7750 RPM, enche muito rápido, com brusca entrega de potência já em baixa rotação e na reduzida de marcha o chamado freio-motor também tem uma resposta bastante forte, o que é uma característica excelente, dependendo é claro do estilo de tocada do piloto.

As empinadas são comuns, justamente devido à grande agressividade da resposta desse bicilíndrico italiano, que exige um pouquinho do piloto nos primeiros momentos, mas depois que acostuma, quando pega a mão, é só alegria, pela pilotagem segura e muito divertida que a Hyper proporciona.

Para parar toda essa voracidade um sistema de freios igualmente de altíssima qualidade, com disco duplo na frente e disco único na traseira, com sistema de freios ABS bastante equilibrado.

A Hyperstrada mostrou um desempenho digno de moto de pista, principalmente pelo comportamento de seu motor, permitindo uma pilotagem bastante agressiva. Justamente por esse comportamento mais bruto, acaba exigindo um pouco mais de precisão por parte do piloto, mas em contrapartida possibilita entradas e saídas de curva com extrema precisão, além de alto aproveitamento do traçado e da aceleração na retomada da reta.

Como tradicionalmente se espera de um motor bicilíndrico, existe uma vibração, sentida principalmente nas manoplas e nas pedaleiras, mas não chega a incomodar, nem gerar qualquer tipo de desconforto, mesmo em rotações mais elevadas.

Durante os teste o consumo foi muito bom, ficando entre 18,5 e 25,3 km/l, dependo da tocada, mas a gasolina italiana é pura, proporcionando que a moto tenha uma performance melhor e consuma menos. Com a gasolina brasileira, que tem cerca de ¼ de álcool, esse consumo deve ficar na média dos 17 km/l.

Como as estradas e vias italianas são verdadeiros tapetes, totalmente o contrário do que estou habituado nos testes normalmente feitos no eixo entre Rio de Janeiro e São Paulo, com toda sua tradicional imperfeição e buraqueira, para fazer os testes de suspensão da Hyperstrada eu tive que botá-la fora de estrada, o que não é muito a praia dela, mas me permitiu sentir em detalhes o quão fantástico é o seu conjunto de suspensão dessa moto, com comportamento preciso, favorecendo muito sua performance, especialmente em curvas. Com destaque para a suspensão traseira em monobraço, que é quase um padrão na marca italiana.

Sua ciclística é fantástica e todo o conjunto, incluindo a suspensão, que já mencionei, favorece isso, tendo em vista que estamos falando de uma moto leve, com 204 kg muito bem distribuídos, que esterça muito, dando enorme maneabilidade e manobrabilidade, permitindo uma inclinação bastante avançada nas curvas, com grande precisão e segurança. A Hyperstrada foi uma das motos em que tive mais facilidade em curtos espaços em toda minha vida como motociclista. É impressionante como é fácil pilotá-la.

Não cheguei a pegar transito pesado na Itália, mas é notório que sua estrutura e engenharia permitem um comportamento irretocável no uso urbano, provendo agilidade de moto de baixa cilindrada, com desempenho de moto de alta.

Outro ponto bastante favorável na Hyperstrada é sua eletrônica embacada, bastante completa e muito eficiente, contando com gerenciamento de modo de pilotagem, regulando o controle de potência, controle de tração e freios ABS, todos atuando com grande eficácia e eficiência, colaborando na construção dessa primorosa máquina Ducati.

A ergonomia da Hyperstrada é muito boa. Obviamente que para mim, com meus quase 2 metros de altura, não fica 100%, mas não chega a ficar desconfortável. Para pilotos com estatura baixa ou mediana, certamente veste como uma luva, permitindo uma postura excelente, com bom posicionamento para braços e pernas. Para a garupa o banco é relativamente duro e o espaço para as pernas um pouco restrito, mas não chega a ser desconfortável.

O único ponto que me incomodou nessa questão de conforto ficou por conta do banco, que é muito curto, obrigando a ficar sentado colado ao tanque, além de não dar muita margem para reposicionamento na hora de um pêndulo nas curvas, por exemplo.

Quem quiser levar essa belezinha para passear vai ter que desembolsar R$ 57.550,00 (preço sugerido pela marca, incluindo o frete), disponível apenas na tradicional cor vermelha.

Em resumo, a Ducati Hyperstrada, com desempenho bastante agressivo, mas relativamente fácil de domar, e dotada de grande eletrônica embarcada voltada à segurança da pilotagem, se mostrou uma moto extremamente versátil, sendo uma companheira primorosa para fazer a alegria de qualquer motociclista, seja no uso urbano, na estrada ou nas pistas.

Fonte: www.duasrodasnews.com.br

FICHA TÉCNICA:

Motor

Tipo: Testastretta 11°, 2 cilindros em L, 4 válvulas por cilindro, Desmodrômico, refrigerado a água

Cilindrada: 821.1cc

Diâmetro x curso: 88 x 67,5 mm

Taxa de compressão: 12,8:1

Potência: 110 hp @ 9250rpm

Torque: 89 Nm @ 7.750 rpm

Injeção de combustível: Sistema de injeção eletrônica de combustível Corpos do acelerador com sistema Ride by Wire completo

Escapamento: Silenciador de aço inoxidável único com conversor catalítico e duas sondas lambda.

Transmissão

Caixa de câmbio: 6 velocidades

Relação primária: Engrenagens de corte reto, Relação 1,85:1

Relação: 1=37/15 2=30/17 3=28/20 4=26/22 5=24/23 6=23/24

Relação final: Corrente, Roda dentada dianteira 15, Roda dentada traseira 45

Embreagem: Embreagem deslizante com discos múltiplos em banho de óleo autosservo com controle mecânico

Chassi

Chassi: Chassi de treliça de aço tubular

Suspensão dianteira: Garfos invertido de 43 mm

Roda dianteira: 10 raios em liga leve 3,50″ x 17″

Pneu dianteiro: Pirelli Scorpion Trail, 120/70 ZR17

Suspensão traseira: Articulação progressiva com monoamortecedor totalmente ajustável. Ajuste de pré-carga de mola remoto. Balança monobraço em alumínio

Roda traseira: 10 raios em liga leve 5,50″ x 17″

Pneu traseiro: Pirelli Scorpion Trail, 180/55 ZR17

Curso da roda dianteira: 130 mm

Curso da roda traseira: 130 mm

Freio dianteiro: Discos semiflutuantes de 2 x 320 mm, pinças Brembo radialmente montadas, 4 pistões, 2 amortecedores. Bomba axial com alavancas ajustáveis. ABS regulável como equipamento padrão.

Freio traseiro: Disco de 245 mm, pinça de 2 pistões. ABS regulável como equipamento padrão

Instrumentação: Painel digital multifuncional com iluminação de fundo branca, composto por segmentos de LCD para contador de rotações e uma área de matriz de pontos para todas as outras informações: odômetro (total, viagem 1 e viagem 2), velocímetro, relógio, temperatura do líquido de arrefecimento, riding mode selecionado, consumo atual de combustível, consumo médio, velocidade média, temperatura do ar, tempo de viagem, indicador de intervalos de manutenção (Km), detecção de erros (diagnóstico) , menu de configuração e funções de personalização. Interface para o gerenciamento dos Riding Modes (ABS, potência de resposta do acelerador, controle de tração). Luzes: pressão de óleo, ponto morto N, aviso de combustível, indicadores, EOBD (diagnóstico), farol alto, intervenção do DTC (controle de tração) e imobilizador de impedimento (com chave desativada). Controle do farol: autodesligamento durante a partida do motor, autodesligamento depois de 60 segundos a partir da chave ativada sem dar partida no motor, luzes de emergência. O gerenciamento de chaves dos vários menus de função está integrada nos controles do interruptor à esquerda e à direita.

Dimensões e peso

Peso seco: 181kg

Para os modelos com refrigeração líquida, os dados de peso estão relacionados ao peso seco da moto sem bateria, lubrificantes e líquido de arrefecimento .

Peso em ordem de marcha: 204 kg

Para os modelos com refrigeração líquida, os dados de peso estão relacionados ao peso seco da moto sem bateria, lubrificantes e líquido de arrefecimento.

Altura do banco: 830mm

Distância entre eixos: 1490 mm

Ângulo do garfo: 25,5°

Trilha: 104mm

Capacidade do tanque de combustível: 16L

Número de assentos: Banco duplo

Equipamentos

Equipamento padrão: Três Riding Modes, Ducati Safety Pack (ABS regulável + Ducati Traction Control), Ride by Wire. Malas laterais de 50 litros semirrígidas, alça do garupa, cavalete central, para-lamas maiores dianteiro e traseiro, protetor de cárter, duas entradas de 12V

Garantia

Garantia: 2 anos de quilometragem ilimitada

Intervalos de serviço de manutenção: 15,000 km (9,000 mi)/12 months

Verificação de folga das válvulas: 30,000 km (18,000 mi)

Emissões e consumo

Padrão: Euro 3 (Europe) – USA: follows the US Federal Regulation

Os dados técnicos referentes à potência e torque foram mensurados em um local específico de teste de motor da Ducati.

*Dados do fabricante

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