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Avaliação – Chevrolet Onix 1.0 SPE/4 Eco Joy 2017

Fotos: Marcus Lauria

A linha 2017 do Onix trouxe importantes mudanças visuais, estruturais e mecânicas, de forma a garantir que o carro mantenha a liderança nas vendas. E um fator bem importante para manter a liderança é ter um bom preço, pelo menos em uma das versões. E, para oferecer uma versão com preço mais, digamos, amigável, a Chevrolet valeu-se do visual antigo para manter uma versão bem simples do Onix, batizada como Joy e vendida ao preço de R$ 40.290, sem opcionais.

Ainda que traga o visual antigo, a versão Joy também foi favorecida por algumas novidades da linha 2017, caso da altura de rodagem 10 mm menor graças à nova calibragem da suspensão. Há também pneus de baixa resistência ao rolamento e freios com componentes que reduzem o desperdício de energia nas frenagens. As mudanças buscam o ganho em eficiência energética do modelo reduzindo seu arrasto aerodinâmico, embora seu Cx de 0,35 não seja dos mais baixos.

Seu motor, embora seja o calejado Família I 1.0 8V SOHC de 4 cilindros, ganhou pistões e bielas mais leves, anéis de segmento de baixo atrito e lubrificante 0W20, de menor viscosidade. Continua rendendo os 78/80 cv @ 6.400 rpm (G/E) de outrora, com torque de 9,5/9,8 kgfm @ 5.200 rpm (G/E). São números razoáveis, que permitiram ao Onix Joy acelerar de 0-100 km/h em 13,2 s em nosso teste, mas a principal característica das mudanças efetuadas no motor está na sua suavidade de funcionamento, que é realmente notável. Há também um novo câmbio de 6 marchas, que permite melhor aproveitamento do motor. Não pudemos aferir o consumo, mas a Chevrolet indica 14% de ganho de eficiência com o conjunto de melhorias e, a julgar pelos 12,9/15,3 km/l obtidos pelo INMETRO na cidade/estrada (com Gasolina), parece que o objetivo foi atingido.

A versão Joy vem em pacote único de acabamento, e isso inclui ar-condicionado, direção elétrica, vidros dianteiros elétricos e o OnStar, que não conta com os botões no retrovisor mas possui recursos úteis que podem ser acessados pelo smartphone, como a localização do carro estacionado ou a pressão dos pneus por exemplo (há também uma luz espia no painel para alertar sobre baixa pressão nos pneus). A central multimídia do carro testado é um acessório vendido em torno de R$ 4.200 na concessionária, e vem junto com travas elétricas e alarme.

O banco do motorista não possui regulagem em altura, bem como a coluna de direção não sai da mesma posição, então o conforto para o motorista é apenas razoável, enquanto os mais altos ficam com a cabeça bem perto do teto. Em compensação, o espaço interno é bom para adultos, enquanto seu porta-malas leva 289 litros. Já manobrar o Onix Joy não é complicado, visto que o carro possui bons retrovisores e área envidraçada razoável, além de um bom diâmetro de giro de 10,4 m, mas, sem sensores de estacionamento ou câmera de ré, faz-se necessário voltar aos velhos tempos, quando esses itens não existiam.

No uso urbano, a nova calibragem da suspensão deixou o Onix ainda mais dócil no trato com a buraqueira, enquanto os 10 mm a menos de altura não resultaram em dificuldade para transpor lombadas e afins. Seu motor entrega o torque máximo a uma rotação muito elevada (5.200 rpm), mas as relações curtas do câmbio facilitam a tarefa de se posicionar bem no caos urbano. Na cidade, mesmo com ar ligado, só há falta de força evidente se o carro estiver carregado, visto que ele não é naturalmente leve (pesa 1.011 kg). Na prática, equivale aos 1.0 mais recentes com 3 cilindros, não fazendo feio.

Na estrada a falta de força se torna mais presente, obrigando reduções de marcha constantes para manter o ritmo. Em giros altos, o Onix Joy vai bem, mas novamente, com o carro pesado, fica difícil manter um ritmo de viagem tranquilo. A dinâmica do carro é boa, sua suspensão equilibra bem as transferências de massa e a estabilidade é caprichada, mas a Chevrolet falhou em não oferecer ESP na linha 2017. Já os freios atuam bem, mas em um teste de frenagem mais forte (situação bem específica), mostrou um afundamento severo do pedal e alguma instabilidade na traseira, detalhe que também observei quando testei o Onix LTZ 2017.

No geral, o Onix Joy é espartano como seu preço e seu posicionamento na linha Onix sugere. É uma opção boa para quem procura um carro 1.0 dos mais baratos (embora custe mais de R$ 40.000), mas se você está pensando em um Onix, convém investir um pouco mais e levar o Onix LT 1.0, que já traz o visual renovado e mais itens a bordo.

CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://youtu.be/kUodWUdr7Bg

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