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Avaliação – Chevrolet Spin Activ 1.8 Flex Aut. 2017

Fotos: Marcus Lauria

Seu design não é unanimidade, nunca foi. Mas, de fato, é na versão Activ que o Chevrolet Spin agrada mais aos olhos. Parece que seu design foi pensado desde sempre para receber uma versão aventureira, com pneus de uso misto, apliques de plástico na carroceria e até mesmo um estepe pendurado na traseira que, embora não seja uma solução das mais interessantes, preenche bem o enorme espaço vazio na tampa do porta-malas do Spin.

A linha 2017 do Spin não acompanha as modificações que o restante da linha Chevrolet recebeu. De todos os carros, esta minivan mantém o visual da geração antiga mas, de acordo com alguns rumores, a operação plástica será feita para a linha 2018. Ainda assim, o carro evoluiu bastante na mecânica, começando pela suspensão, que foi rebaixada em 1 cm (compare com o nosso teste de 2015 e veja como ficou) de forma a melhorar a fluidez aerodinâmica.

Por falar em aerodinâmica, o carro ganhou grade do radiador ativa, uma persiana atrás da (enorme) grade frontal que fecha ou abre de forma automática, de acordo com a temperatura do motor, uso do ar-condicionado e velocidade do carro. Coisa chique. E, além disso, há também um novo e parrudo defletor no para-choque dianteiro. De acordo com a Chevrolet, essas alterações melhoram a fluidez aerodinâmica em 11%, embora a versão Activ seja prejudicada pelos adereços estéticos e pelos pneus de uso misto, que aumentam o arrasto.

Outro ponto que recebeu profundas alterações foi o motor 1.8, que agora tem sobrenome SPE/4 e recebeu pistões e bielas mais leves, bobinas de ignição independentes por cilindro, aumento da taxa de compressão de 10,5:1 para 12,3:1, novo módulo de gerenciamento e novo coletor de admissão. Seu lubrificante passa a ser 0W20, mais fino, em substituição ao 5W30 anterior. Com isso, a potência saltou de 106/108 cv @ 5.400 rpm para 106/111 cv @ 5.200 rpm (G/E), enquanto o torque foi de 16,4/17,1 kgfm @ 3.200 rpm para 16,8/17,7 kgfm @ 2.600 rpm (G/E).

Mais do que o incremento em números, o motor agora trabalha de forma mais lisa e suave, e o fato do torque chegar mais cedo deixou o Spin ligeiramente mais esperto no uso urbano. O câmbio automático GF6 de 6 velocidades continua trazendo modo sequencial com acionamento por um botãozinho na lateral da alavanca, mas pelo fato de estar em sua terceira geração, recebeu nova programação e nova bomba de óleo. Na prática, melhorou um pouco o tempo de resposta no kick down e a suavidade de funcionamento.

A Chevrolet poderia ter aproveitado as modificações para introduzir novos itens, como ar-condicionado digital, apoio de braço central ou até mesmo uma central MyLink de segunda geração, que já figura no Onix e Cobalt. Mas não foi esse o caso, e entre as novidades tecnológicas há apenas o OnStar (e seus botões no retrovisor central) e uma bússola no computador de bordo. A segurança também não foi revista, e o carro continua sem controles de estabilidade/tração e apenas dois airbags frontais.

Dentro do carro, não há diferenças além dos tons de revestimento do painel, visto que o volante continua o mesmo, bem como a posição de dirigir elevada. Há espaço de sobra para 5 passageiros (não há Spin Activ com 7 lugares) e o porta-malas comporta gigantescos 710 litros. O acabamento das peças é bom, com materiais bem montados, embora não exista luxo.

No uso urbano, basta dar as primeiras voltas com o volante para sentir como a direção elétrica fazia falta nesse carro. Isso é algo positivo, pois o estepe na tampa traseira faz com que o dono do Spin necessite de vagas bem compridas para estacionar. Suas suspensões são bem calibradas e filtram as irregularidades com louvor, enquanto o carro está muito mais dócil e esperto no uso urbano. Seu isolamento acústico é bom, e o consumo não decepciona, fizemos 10,4 km/l de gasolina com trânsito pesado e ar-condicionado sempre ligado.

Em rodovias, o Spin cumpre bem seu papel de carro familiar, mas sem sobras. Enquanto o motor 1.8 garante bom desempenho na cidade, na estrada ele é apenas suficiente. Continua não empolgando em altos giros, mas sua aspereza é bem menor acima dos 4.000 giros. No quesito dinâmica, o Spin continua mostrando aptidão correta para curvas, com ligeira tendência dianteira no limite, bem seguro. Os freios são competentes e seguram bem os 1.275 kg do carro. Já no consumo, observamos 14,1 km/l de gasolina a uma média de 110 km/h com ar ligado. É um valor modesto, mas aceitável para um carro com apêndices aventureiros.

Custando a partir de R$ 70.390, o Spin Activ 2017 se mostra uma boa opção familiar com alguns apliques aventureiros. Com a redução da altura de rodagem, sua capacidade off-road que já era mínima agora é praticamente nula, mas esse carro é um dos poucos modelos que se beneficiam visualmente dos plásticos, dos pneus de uso misto e até mesmo do estepe pendurado. É uma compra interessante, mas convém esperar o próximo ano e ver se a Chevrolet não tem planos de alterar novamente sua minivan.

Confira nosso vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=PBnQ79G4ZeY

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