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Avaliação – BRP Can-Am Spyder RS-S

Fotos: Eduardo Azeredo

Pilotar um triciclo como o BRP Spyder, transbordando esportividade, alta segurança e excelente desempenho, é uma experiência incrível, capaz de levar qualquer motociclista ao êxtase total em uma simples viagem.

O modelo testado foi um Spyder RS-S, dotado de muita tecnologia embarcada, especialmente no que diz respeito à segurança, tanto para o piloto quanto para garupa, que viajam com extremo conforto em um veículo que proporciona perfeita ergonomia a ambos os ocupantes. Sem falar na comodidade de ter um porta-malas com tamanho bastante razoável, na parte frontal, que comporta confortavelmente uma mochila grande e um capacete, por exemplo.

Impulsionado pelo conceituado e potente motor Rotax 998 cc, com 2 cilindros em V, despejando 101,3 cv de potência e 11,01 kgf·m de torque, gerando um desempenho impressionante, alcançando com extrema rapidez os 170km/h, mas a partir daí com um pouco de paciência ultrapassa pouco os 200km/h. O consumo varia bastante, dependendo obviamente da tocada do piloto, mas traduzindo em números, andando forte o retorno que tive foi de cerca de 8km/l e andando de forma moderada foram 16km/l, o que proporciona uma boa autonomia, se tratando de um tanque com capacidade para 25 litros.

Algo bastante impressionante no Spyder é a abundante tecnologia embarcada, que engloba, entre outros sistemas, o controle de tração, freios ABS, distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e controle de estabilidade, que somados proporcionam total tranquilidade ao piloto. Fiz dezenas de frenagens em alta velocidade e em todos os casos a distância percorrida foi mínima e o triciclo se manteve alinhado com a pista, um resultado fantástico.

O cambio é semiautomático com 5 marchas e também marcha ré, indispensável em manobras de estacionamento, com trocas bastante suaves. A redução das marchas é feita automaticamente, ao desacelerar, mas o piloto pode fazê-la manualmente se preferir.

No seu belo painel o fato de ter redundância de instrumentos no painel, com velocímetro e conta-giros digitais e analógicos, no início me causou uma certa estranheza mas é reconhecidamente uma vantagem, pois facilita a leitura rápida e mantém o charme dos ponteiros, para quem gosta de um visual “retrô”.

Houve dois fatores que me incomodaram um pouco, mas notados apenas em velocidades mais elevadas, que foram a direção um pouco leve e solta demais, que transmite um pouco de insegurança em algumas curvas mais fortes, e o parabrisa, que deveria ser alguns centímetros mais alto, pois mesmo abaixando o tronco ainda sofri com o vento.

Para um piloto acostumado apenas com 2 rodas, dependendo da sua destreza no comando do veículo, vão ser necessários alguns bons quilômetros de adaptação, pois apesar de possuir todos os comandos tradicionais (guidão, acelerador etc) e posição de pilotagem idênticos ao de uma motocicleta, a forma de conduzir, especialmente em curvas, é bem diferente, afinal estamos falando de um triciclo que não inclina nas curvas e exige que o piloto use de intensa movimentação corporal, fazendo pêndulos com o tronco em praticamente todas as curvas. Atenção redobrada para garupa, que conta com duas grandes alças laterais, onde tem que segurar firme, para não sair voando na primeira curva.

Definitivamente este roadster (que significa “estradeiro” em inglês), independente do modelo, é apropriado para proporcionar experiências incríveis na estrada, aproveitando 100% dos prazeres de uma viagem. Particularmente não indico a ninguém que se aventure com uma máquina dessas na cidade, pois mostrou-se completamente incompatível com o uso urbano, devido especialmente ao seu porte, afinal, estamos falando de um triciclo. Na estrada o sistema re arrefecimento mantém constantemente o motor em sua melhor temperatura de trabalho, porém no trânsito pesado o aquecimento excessivo pode se tornar desconfortável para o motociclista.

Definitivamente o BRP Spyder entrou para minha lista de sonhos de consumo, se mostrando uma excelente máquina para pegar a estrada e viajar longas distâncias sem se preocupar com nada. Para ter essa beleza em suas mãos o motociclista deve desembolsar R$63.900,00 (preço sugerido, sem frete), pelo modelo RS-S com câmbio semiautomático, e poderá escolher entre as cores Laranja Metálica/Preto Cetim, Verde Neutron Metálico/Preto Cetim ou Cinza Magnésio Metálico/Preto Aço Metálico.

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