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Avaliação – Honda City EXL 1.5 16V flex aut. 2010

O CarPoint News testou durante uma semana e exatos 200 quilômetros, o sedan compacto premuim Honda City em sua versão mais completa, a EXL com câmbio automático. O City foi lançado em nosso mercado em agosto do ano passado e já está entre os mais vendidos, no equivalente do mês de dezembro entre seus principais concorrentes, com 2.582 unidades, contra 1.745 unidades do Polo Sedan e 1.598 do Peugeot 207 Passion. E ainda vem ameaçando em números de vendas modelos acima de sua categoria como o Chevrolet Vectra (2.086), Fiat Linea (1.589), Ford Focus Sedan (755), Chevrolet Astra Sedan (550), Renault Mégane (555), Nissan Sentra e Peugeot 307 Sedan (315 cada) e o Kia Cerato (732). No acumulado do ano foram comercializadas 14.630 unidades. O mais novo sedan da marca japonesa é fabricado na planta de Sumaré (SP) e sai da fábrica com um preço bem acima do esperado, podendo até ser comparado a sedans de categorias maiores, como os citados logo acima no texto. Os valores começam em R$ 58.690 para versão de entrada LX M/T (com câmbio manual) e chega a R$ 73.860 na versão EXL A/T (com câmbio automático), com esse valor o City passa a ser concorrente do seu “primo” mais velho, o Civic. Diante desse dilema do preço, o consumidor tem que ficar atendo aos produtos oferecidos no mercado de sedans, como o City ainda é uma novidade, esse fator influencia muito na compra e a emoção pensa mais rápido que a razão e o consumidor compra por impulso.

Agora vamos ao que realmente interessa, a convivência com o carro. Durante toda a semana pude avaliar o Honda City EXL automático em varias situações diferentes. Ao buscar o carro em uma concessionária da Honda, gentilmente cedido pela montadora pude perceber que o japonesinho chama muita a atenção por onde passa, a cor do modelo testado era um cinza Grafitti escuro, não muito comum entre os sedans, que costumam ser preto ou prata, isso também ajudou a despertar olhares pelo caminho. Suas linhas são um pouco diferentes dos outros modelos da Honda, mostrando ser um projeto mais recente e desenvolvido para os mercados emergentes. Criado pelo designer argentino Jorge Luis Fernández, o sedan é feito sobre a base do novo Honda Fit e mede 2,55 m de entreeixos, 5 cm a mais que o Fit e 15 cm a menos que o Civic. Por fora, o City se destaca principalmente na parte dianteira, aonde exibe uma grade com três filetes na cor da carroceria em conjunto com o logo da Honda ao centro, os faróis afilados e os vincos no capô dão um ar de “Bad Boy” ao sedan, que na tem nada de agressivo. Visto de lado, chama a tenção a cintura alta, muito comum nos sedans de luxo e as rodas polidas de 16 polegadas com raios cruzados. Já na parte traseira, as lanternas tem um formato que lembram os sedans da série 3 da BMW (E90), que destoa um pouco da agressividade da dianteira, ainda na parte de trás os vincos se destacam na tampa do porta-malas que faz conjunto com o pára-choque de cortes retos. Pequenas perfumarias como setas no retrovisor, faróis de neblina e capas cromadas ns quatro maçanetas deixam um certo ar de majestade no pequeno sedan japonês.

O interior do City é bem aconchegante, a posição de dirigir é fácil de achar, mesmo com os ajustes mecânicos do banco do motorista, no qual tive dificuldade para ajustar o mecanismo de posição da coluna, pois o acesso é dificultado devido a área estreita entre o banco e a porta, dificultando o movimento. O volante tem ajuste de altura e é revestido em couro, assim como os bancos, que tem formato bem parecido com o do Civic. Apesar da primeira impressão ao entrar no City ser de um carro de um nível mais elevado, no que se refere a luxo, ao verificar os materiais usados essa sensação desaparece. Os plásticos do painel, console central e portas são rígidos ao toque dos dedos e algumas rebarbas são vistas nos cantos das portas principalmente. O banco apesar de um pouco duro, não transmite cansaço no trânsito pesado e nem em serras, por exemplo. Eu que tenho 1,77 metros não me senti desconfortável dentro do City. O porta-malas carrega 506 litros, segundo o fabricante, bem mais que o Civic, que tem capacidade de 340 litros, para nível de comparação.

O Honda City vem equipado de série na versão de entrada LX, com ar-condicionado, direção com assistência elétrica progressiva, trio elétrico, rádio/CD/MP3 e conexões USB e auxiliar, rodas aro 15 de liga leve, computador de bordo e airbag duplo, por R$ 58.690. A versão intermediária EX, trás como destaque, além dos equipamentos da versão de básica, freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, ganha volante multifuncional com acabamento de couro, piloto automático, controle digital para o ar, repetidores de seta nos retrovisores, rodas aro 16 e exibe acabamento cromado nas maçanetas e escape, tudo por R$ 64.200, com mais R$ 3.790, pode agregar um câmbio automático de cinco velocidades. A topo de linha EXL (versão testada) vem com bancos em couro, alto-falantes com tweeters e faróis de neblina, custa R$ 67.925, com câmbio manual, se tiver preferência pelo modelo automático, o preço sobe para R$ 73.860, que incluem o sistema de trocas por borboletas atrás do volante (Paddle Shift). O motor usado em todas as versões do City é o mesmo do New Fit mais caro, ou seja, um 1.5 flex, 16 válvulas com comando variável i-VTEC, que desenvolve 115 cavalos com gasolina e 116 cv com álcool. Aliás, motor, suspensões, câmbio e direção elétrica são compartilhadas com o irmão mais velho, que compartilha cerca de 60% das peças do Fit. O propulsor transfere toda sua potência aos 6 mil rpm e torque de 14,8 kgfm aos 4.800 giros.

Nada melhor do que estar em um automóvel em que podemos nos sentir bem ao dirigir, caso em que o Honda City se enquadra em vários aspectos. Vamos as partes boas, a posição de dirigir é fácil de achar, devido aos diversos ajustes de banco e volante, após se ajeitar no carro, com retrovisores na posição correta e distância entre o volante e banco do motorista fica fácil controlar o City. A conversa entre o volante e a roda é quase perfeita, não se perde em nenhum momento o controle da direção, o único problema fica por conta das rodas de 16 polegadas, calçadas com pneus 185/55 R16, que são muito sensíveis a qualquer irregularidade no asfalto, que são transmitidos imediatamente para quem está dentro do carro. Os bancos, apesar de serem um pouco duros, não atrapalham em nada o conforto, ao contrário, dão mais firmeza e segurança em situações complicadas, com uma ultrapassagem mais arriscada. Por dentro não falta conforto, ar-condicionado digital de fácil utilização e que gela bem, painel de fácil leitura com luzes na cor laranja e comandos dos vidros, retrovisores e travas de fácil acionamento. O único pecado encontrado na parte interna fica pelo fato dos materiais utilizados serem de baixa qualidade pelo valor cobrado pelo City.

O motor é outro problema no carro, em baixas velocidades o câmbio automático de cinco velocidades se mostra cansado logo no início as acelerações, com a alavanca na posição “D”, as marchas são trocadas aos 4.800 rpm e nessa faixa de rotação o barulho do motor invade a cabine, desafiando até o som com MP3 do carro, que tem ótima acústica. Com a alavanca na posição “S”, as trocas começam acima dos 6 mil rpm, quando o barulho é ainda maior e o consumo é exagerado. Aliás, o City da avaliação estava com o tanque cheio de etanol, que foi consumido em menos de 180 quilômetros percorridos durante o teste, com o computador de bordo acusando 5,3 km/l, me senti em um carro V8. Mas rodando normalmente, sem precisar de muitas reduções a condução se torna prazerosa e passa a ser até interessante acelerar mais. Nas curvas o carro se comporta bem, devido aos pneus de ótima qualidade, o City tem uma leve tendência a sair de frente, mas nada incontrolável.

O porta-malas é grande e torna-se um aliado na hora de fazer compras, pois os 506 litros são suficientes até mesmo para carregar as malas de quatro ocupantes em uma viagem mais longa. Nas manobras, o tamanho ajuda, os 4,4 metros de comprimento não são um empecilho para estacionar em vagas pequenas, ou mesmo se enfiar em garagens apertas, como é caso da minha, mas senti falta de um sensor de estacionamento, que deveria ser item de série na versão EXL, que ajudaria bastante nas manobras e evitaria as possíveis avarias na pintura do pára-choque traseiro.

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