Avaliação – Honda City Hatchback 1.5 Touring CVT 2024
Fotos Marcus Lauria
Após avaliar a versão sedã do Honda City, enfim chega o hatch para o teste de uma semana. Com linhas mais sóbrias e com acabamento interno com mais qualidade, o City hatch chega para substituir o Fit. Será que ele tem cacife para isso? É o que vamos descobrir juntos a seguir.
CONFIRA O VÍDEO: https://youtu.be/vyeKDQ93VwA
Lançado em novembro de 2021 no Brasil, a quinta geração do City chegou toda renovada, formando a família City com as versões sedã e Hatchback. Com muitas novidades o modelo elevou seus padrões em vários aspectos: dimensões (percepção de porte), espaço (para pessoas e bagagem), qualidade (de materiais e montagem), eficiência de consumo e desempenho (nova motorização), segurança (itens só vistos em segmentos superiores) e lista de equipamentos. Realmente o City mudou da “água pro vinho”, como diz o ditado popular.
O New City se destaca pela carroceria curta, larga e baixa, o que ajuda muito na dirigibilidade. O design é valorizado pelos vincos definidos e pelos faróis e lanternas, nos quais o uso de LED e o layout de aspecto high-tech resultam em uma boa integração à carroceria. Na versão avaliada, a Touring, os faróis são full LED, com luzes indicadoras de direção, fachos baixo e alto, DRL e faróis de neblina em LED. As demais versões contam com DRL de LED e bloco óptico principal com projetor. As lanternas são as mesmas em todas as versões, com LED nas luzes de posição e de freio.
As rodas são de liga leve, com aro de 16 polegadas, em todas as versões, que lembram até o desenho da geração anterior das versões topo de linha. Elas mesclam acabamento frontal diamantado e pintura na cor preta. Os retrovisores que antes eram fixados próximos à base da coluna A, agora estão mais recuados e fixados na porta, o que resulta em grande melhora no campo de visão.
O Hatch da Honda apresenta a maior relação entre comprimento e largura dentre todos os hatchbacks compactos premium do mercado. O modelo também é uma referência de espaço a bordo. Até mesmo pessoas de elevada estatura viajam confortavelmente no banco traseiro, ainda que, na dianteira, também estejam dois adultos altos. Os bancos dianteiros têm encosto mais fino e correm em trilhos mais espaçados entre si: tudo para ampliar a oferta de espaço na região dos joelhos e dos pés de quem viaja atrás. O conforto a bordo foi comprovado durante todo o teste, mesmo com uma cadeirinha de criança fixada atrás o tempo todo, não faltou espaço para as pernas e cabeça.
Quando o assunto é bagagem o hatch se destaca. Ele traz o já conhecido Magic Seat, exclusivo sistema de modularidade interna da Honda, com quatro modos de utilização (Utility, Long, Tall e Refresh), que permite acomodar objetos de diferentes dimensões. No modo Utility, por exemplo, o espaço chega a 1.168 litros de volume, superando os 1.045 litros disponíveis no Fit na mesma condição.
O interior do New City também merece destaque pelos materiais de boa qualidade de acabamento e montagem, o que evoluiu bastante comparado a geração anterior. Todos os pontos de contato com motorista e passageiros têm superfície extremamente agradável ao toque. Em todas as versões, os modelos são equipados com um painel amplo e de fácil visualização das informações. O conforto e a ergonomia são destaque no modelo. O hatch possue um novo Sistema de Estabilização Corporal. Uma nova tecnologia antifadiga foi adotada nos bancos para melhorar o suporte do corpo, evitando o esforço constante para a retomada do posicionamento ideal, que é justamente o que traz a sensação de cansaço. Durante o teste de uma semana os bancos foram bem utilizados e realmente não senti cansaço em nenhum momento, mesmo em situações de trânsito mais pesado.
No Hatchback, todas as versões (EXL e Touring) trazem Magic Seat, botão de partida do motor, sistema de travamento e destravamento por aproximação da chave (Smart Entry), ar-condicionado digital e automático, central multimídia touchscreen de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem-fio, câmera de ré multivisão, sensores de estacionamento traseiros, bancos revestidos em couro e painel digital TFT de 7 polegadas multiconfigurável. A versão Touring traz ainda sensores de estacionamento dianteiros.
O New City vem equipado com um motor todo renovado e em alumínio. O quatro-cilindros aspirado é 1.5 litro 16V DI DOHC i-VTEC, ou seja, com injeção direta de combustível e dois comandos de válvulas no cabeçote – um para as oito válvulas de escape e outro para as oito de admissão. Este de admissão reúne soluções de alta tecnologia da Honda. O sistema de injeção direta de combustível nas câmaras e combustão amplia ainda mais a superioridade técnica do 1.5 DI DOHC i-VTEC e sua aplicação no New City é uma exclusividade do Brasil – nos demais mercados a injeção de gasolina é feita nos dutos do coletor de admissão.
A adoção do sistema de injeção direta permite maior taxa de compressão e maior otimização da queima da mistura ar/combustível. Isso resulta em muito mais eficiência e potência. A potência máxima é de 126 cavalos a 6.200 rpm, tanto com etanol como com gasolina – com este último combustível, aliás, o New City tem a maior potência do segmento, superando, inclusive, os modelos equipados com motor turbo. O propulsor realmente dá conta do recado, mesmo sem o turbo, tão aclamado atualmente pelos consumidores. Com potência linear e acelerações contínuas, o 1.5 litro do City faz bem seu trabalho no trânsito, em subidas e nas retomadas, sem Lag ou falta de potência quando é mais exigido.
O câmbio CVT, de relação continuamente variável, recebeu mudanças. O CVT segue com simulação de sete marchas por meio de paddle shifts no volante. São duas novidades: o Step-shift e o EDDB (Early Down-shift During Braking). O primeiro atua sob condução esportiva. Com o acelerador pisado a fundo (kick-down), a central de gerenciamento eletrônico do CVT coordena as trocas nos pontos fixos das marchas, acentuando exatamente a sensação da mudança e, consequentemente, de esportividade. Já o EDDB se apresenta em situações de descida. Ao notar que o motorista está pisando no freio para conter o ganho de velocidade por conta da inclinação, o CVT assume uma relação que resulta em maior aplicação de freio-motor. A ação do EDDB é automática e amplia a segurança sem afetar o consumo.
Quando o assunto é consumo de combustível, o New City se sobressai. De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), o New City sedã tem consumo na cidade de 9,2/13,1 km/l (etanol/gasolina) e, na estrada, de 10,5/15,2 km/l – respectivamente, o New City Hatchback registrou 9,1/13,3 e 10,5/14,8 km/l. Com tais números, ambos obtiveram classificação A no PBE, dentro de suas categorias.
Com um powertrain atualizado o ganho de velocidade ocorre de maneira linear (sem trancos), mas vigorosa. Essa sensação de bem-estar ao volante tem muito a ver com a qualidade de entrega da suspensão. Um intenso trabalho de redução de atrito foi aplicado sobretudo nos elementos elásticos e junções para deixar a conexão entre New City e a motorista mais rápida e direta. Os novos amortecedores têm stop hidráulico, um sistema composto por uma câmara de desaceleração da haste do amortecedor, que evita o som de pancada seca, quando o carro passa por um buraco, por exemplo.
Além da dinâmica superior dos modelos, o silêncio na cabine também chama a atenção. Esta é a primeira geração do City a receber aplicação de espuma expansiva de poliuretano nas extremidades inferiores das colunas A e B. Outra medida antirruído e vibração é a aplicação de material fonoabsorvente com espessura variável na parte inferior do compartimento do motor.
Segurança é um dos pilares da Honda. Ele será o primeiro modelo da marca fabricado no Brasil a contar com o Honda SENSING, pacote de tecnologias de segurança e assistência ao motorista da marca. Baseado nas imagens captadas por uma câmera de visão ampla e de longa distância, instalada na parte central e superior do para-brisa, o Honda SENSING no New City terá cinco funções: ACC – Controle de cruzeiro adaptativo – Auxilia o motorista a manter uma distância segura em relação ao veículo detectado à sua frente; CMBS – Sistema de frenagem para mitigação de colisão – Aciona o freio ao detectar uma possível colisão frontal, com o objetivo de mitigar acidentes.
Ele é capaz de detectar e identificar pedestres e veículos que estejam no mesmo sentido ou no oposto; LKAS – Sistema de assistência de permanência em faixa – Detecta as faixas de rodagem e ajusta a direção com o objetivo de auxiliar o motorista a manter o veículo centralizado nas linhas de marcação; RDM – Sistema para mitigação de evasão de pista – Detecta a saída da pista e ajusta a direção com o objetivo de evitar acidentes; AHB – Ajuste automático de farol – Comutação noturna automática dos fachos baixo e alto dos faróis de acordo com a situação.
Além do Honda SENSING (disponível na versão Touring), o New City traz ainda diversos outros dispositivos de segurança em todas as versões, dentre os quais se destacam: assistente de estabilidade e tração (VSA), assistente de partida em rampa (HSA), sistema de luzes de emergência (ESS), seis airbags (frontais, laterais e do tipo cortina), estrutura de deformação progressiva ACE, sistema Isofix para fixação de assentos infantis, alerta de baixa pressão dos pneus, câmera de ré multivisão, entre outros.
O LaneWatch, assistente para redução de ponto cego, por meio de uma câmera localizada no espelho retrovisor do lado do passageiro, está disponível nas versões EXL e Touring do sedã e na versão Touring do hatchback. Ou seja, quando o tema é segurança, tanto o New City sedã quanto o New City Hatchback são a nova referência em seus respectivos segmentos de sedãs compactos premium e hatchbacks compactos premium.
O New City Hatchback oferece duas versões (EXL e Touring). A paleta de cores é variada em ambos os modelos. O New City Hatchback chega com uma paleta ainda maior, com oito cores. Em relação ao sedã difere apenas pela oferta de mais duas cores perolizadas: Vermelho Mercúrio e a inédita Cinza Grafeno, que será aplicada pela primeira vez no Brasil. Para todas as cores, o interior será preto. Na versão topo de gama Touring, que avaliei parte de R$ 134.600.
*FICHA TÉCNICA:
Mecânica
Motorização 1.5
Combustível Álcool Gasolina
Potência (cv) 126 126
Torque (kgf.m) 15,8 15,5
Consumo cidade (km/l) 9,2 13,1
Consumo estrada (km/l) 10,5 15,2
Câmbio CVT com modo manual
Tração dianteira
Direção elétrica
Suspensão dianteira Suspensão tipo McPherson e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.
Suspensão traseira Suspensão tipo eixo de torção, roda tipo semi-independente e molas helicoidal.
Dimensões
Altura (mm) 1.498
Largura (mm) 1.695
Comprimento (mm) 4.341
Peso (Kg) 1.180
Tanque (L) 40
Entre-eixos (mm) 2.600
Porta-Malas (L) 268
Ocupantes 5
*Dados do fabricante