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Coluna Drigo’s Garage – PSA ES

Oi, eu sou o Rodrigo e hoje vou estar iniciando a coluna Drigo’s Garage aqui no CarPoint News, onde falo de assuntos variados, mas sempre relacionados a motores!

Tenho 26 anos, sou formado em Tecnologia em Petróleo e Gás pela Universidade Estácio de Sá e, atualmente, estou desempregado. Apesar da minha formação, praticamente nasci gostando de carros e aviões, mas à medida que fui crescendo, o gosto também se expandiu, passando para qualquer coisa que tenha motor e dê pra pilotar/dirigir! Motos, caminhões, ônibus, barcos, veículos militares, naves espaciais, quase tudo que se pode imaginar em matéria de veículos, reais ou mesmo fictícios. E esse sentimento é tal que eu nem consigo ter um modelo ou fabricante favorito, tópico que rende algumas risadas nas rodas de amigos. Alguns preferem modelos alemães, outros gostam mais dos norte-americanos, há os que preferem os ingleses, japoneses, e por aí vai. Eu, no entanto, sou generalista, não consigo curtir um sem descurtir outro, rsrs.
Essa coluna vai ser como uma conversa informal entre você e eu, amigo leitor, sobre essa paixão que nos é comum; por isso, vou contar um pouco sobre minhas manias e paixões automotivas.
De tempos em tempos, após ver um anúncio de venda, um vídeo ou mesmo um exemplar de certo carro na rua, eu fico muito entusiasmado com o mesmo e começo uma verdadeira ‘caçada’ na internet em busca de fotos, vídeos, artigos, documentos e até manuais de manutenção/reparação; enfim, tento encontrar todo material possível a respeito, principalmente sobre a mecânica. E um dos modelos mais recentes dessa minha “febre” foi o Peugeot 406 Coupé, um dos carros mais bonitos do século 20 na minha humilde opinião. Aqui no Brasil ele só foi vendido com motor V6 (apesar de lá fora também ter tido opções 4 cilindros a gasolina e a diesel), então hoje eu vou falar um pouco sobre esse motor que foi o pontapé inicial pra eu começar a escrever (!), o PSA ES.

Documentário interno da Peugeot para formação de profissionais, descrevendo o motor desde o início. Está todo em francês, mas vale pelas imagens: https://www.youtube.com/watch?v=9Qr0D4uYRDE

Ele foi um projeto conjunto entre o Grupo PSA (Peugeot/Citroën) e a Renault, para substituir o já antigo PRV (Peugeot-Renault-Volvo), que datava dos anos 70. Este, por ser derivado de um V8 que não chegou a ser produzido, tinha um ângulo de 90° entre as bancadas, ao passo que o ES tinha um valor mais tradicional, 60°. Todo em alumínio, vinha sempre com cabeçotes DOHC e 24 válvulas. A versão inicial, ES9J4, tinha 2,9 litros (apesar de divulgado como 3.0, o V6 na verdade é um 2.9, pois tem 2946 cm³; arredondaria-se a cilindrada para cima se o valor dos dois últimos algarismos fosse 50 ou mais; no caso, 2950 cm³ ou acima), 194 cv a 5750 rpm, 27,7 kgfm a 4000 rpm e foi usada pela Peugeot nas famílias 406 (Fase 1) e 605 (Fase 2); pela Citroën nos modelos Xantia e XM (Fase 2).

Em uso no Peugeot 406 Coupé

Na Renault, ele se chamava L7X e foi usado no Laguna (1ª geração), na minivan Espace (3ª geração) e no topo de linha Safrane (Fase 2).

Cofre de um Renault Laguna

Um caso à parte é o mítico Clio V6; com preparação da britânica Tom Walkinshaw Racing e usando comandos de válvulas de graduação mais agressiva, novo coletor de admissão e outros upgrades, a potência passava pra 230 cv nos modelos de rua (2001 a 2003) e 280 cv nos de competição. De 2003 a 2005 (último ano de produção do modelo), a versão de rua passou a 255 cv.

Quem não gostaria de ter uma máquina dessas roncando atrás da nuca?

Em 2000, o motor recebeu atualizações técnicas pelas mãos da Porsche, ganhando variação do tempo de válvulas de admissão, recurso que reduziu o consumo de combustível e melhorou a faixa de torque do motor, deixando-o mais elástico. A potência passou para 210 cv a 6000 rpm e 28,5 kgfm a 3750 rpm. Nessa versão, sua denominação passou a ES9J4S. A Peugeot o usou nas famílias 406 (Fase 2), 607 e 807; a Citroën, no C5, C6 e C8. Já na Renault, ele apareceu no Laguna II e no exótico Avantime, um misto de hatch, cupê, perua e minivan que não fez sucesso, tendo sido fabricados apenas 8.557 exemplares em apenas 2 anos (2001 a 2003).

Cofre de um Renault Laguna II

Em 2005, a Peugeot/Citroën conseguiu dar mais um pequeno gás à potência, passando a 211 cv e 29 kgfm às mesmas rotações do ES9J4S. Nessa iteração, ele passou a se chamar ES9A e não foi usado pela Renault, que estava focada na joint-venture com a nipônica Nissan e usando seus V6 da família VQ. Na Peugeot, ele esteve presente nos 407, 607 e 807; na Citroën, no C5, C6 e C8.


Cofre de um Peugeot 407

A variante Renault L7X também foi usada pelo pequeno fabricante francês Venturi nos últimos exemplares de seu modelo Atlantique 300; neste caso, com o auxílio de 2 turbocompressores, a potência chegava nos 310 cv, permitindo ao esportivo atingir os 100 km/h em apenas 4,9 segundos, chegando a 275 km/h, colocando-o em paridade com outros esportivos mais famosos, como o Lotus Esprit V8.

Até lembra um Lotus Esprit francês, não é?

O ES não teve uma grande carreira em competições; além da versão de corridas  do Clio V6, ele também serviu como base para a equipe de corridas Courage Compétition, famosa por seus bólidos de Le Mans. Nos seus modelos C52 e C60, uma versão extensamente modificada, com 3,2 litros, dois turbocompressores e até 650 cv foi usada. Esta mecânica foi desenvolvida e construída pela companhia Sodemo Moteurs a pedido da Courage.


Cofre de um Courage C60 Evo da equipe Pescarolo Sport. O motor é um Sodemo-Peugeot A32 com 580 cv a 6.500 rpm e 68,4 kgfm a 5.000 rpm. Que beleza seria montar um desses pra andar na rua, não?

A produção cessou em 2010, quando as novas normas de emissão de poluentes Euro 5 tornaram os motores da família ES inaptos para comercialização, já que só foram até  Euro 4. Sua substituta é a versão 1.6 turbo da família Prince de 4 cilindros, desenvolvida pela PSA em conjunto com a BMW e atualmente usada em vários modelos das 3 marcas.

Um dos meus maiores sonhos é ter um carro com mais de 4 cilindros. Não que os 4 sejam ruins, longe disso…mas a sinfonia de um 5, 6, 8, 10, 12 cilindros…não tem comparação. Adoro os V6 e se hoje falei sobre o PSA ES, eu não me esqueço do Alfa Romeo Busso, o Volkswagen VR6, o Ford Duratec V6…sou muito fã dos motores dessa época, anos 90-2000…e gostaria muito de ter um na garagem.
Infelizmente, com a gasolina a R$ 4,00 ou mais, fica complicado ter um desses pro dia-a-dia. Nesse caso, uma alternativa é um 3-cilindros, como nos modelos populares: eles conseguem ter uma sinfonia em médias e altas rotações semelhantes a alguns desses V6…um som muito gostoso de se ouvir…e com a vantagem do consumo de combustível comedido! rsrs

Bom, pessoal…essa foi a minha primeira coluna, espero que tenham gostado. Deixem seus comentários abaixo!

Fonte:
http://flegentov.name/2011/02/06/dvigatel-3-0-v6-es9-psa-ili-l7x-renault/
http://www.auto-data.net/en/?f=showSubModel&modeli_id=569
https://en.wikipedia.org/wiki/Peugeot_406
https://en.wikipedia.org/wiki/PSA_ES_engine
http://www.lemans-history.com/mostra_eq.php?ano=2002&equipa=%20%2018&equipa_seq=0

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