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Não é novidade, é evolução! (Parte2)

Tudo o que você precisa saber sobre veículos elétricos

Parte 2

… “a introdução da partida elétrica, a melhoria nos sistemas de abastecimento e a produção em massa, entre outros fatores, reduziram os preços dos automóveis a gasolina pela metade. Aí não dava para os carros elétricos mesmo”. Assim encerramos o capítulo anterior de nossa preleção.

Mas o conceito do carro movido a eletricidade nunca foi sepultado, e nos anos 1960, e a American Motors Corporation (AMC) e Sonotone Corporation projetaram um carro moto-contínuo (que se auto-recarrega) alimentando uma bateria com placas sinterizadas de níquel-cádmio e surgiu o Henney Kilowatt, criado em 1960. Isso, e só por isso, me faz crer que o tal “sonho impossível” de um moto-contínuo só é um sonho impossível porque não querem que se torne real, já que tecnologia e materiais para isso já existem há décadas.

Também como vimos até aqui, falou-se apenas dos bastidores e manobras dos gigantes norte-americanos; no entanto, a Europa é o berço dos automóveis. O inglês Thomas Parker construiu o primeiro carro elétrico de produção em Londres em 1884, usando seu próprio carregador de alta capacidade para as baterias. A produção do carro estava nas mãos da Elwell-Parker Company, fundada em 1882 para a construção e venda de bondes elétricos. A empresa se fundiu com outros rivais em 1888 para formar a Electric Construction Corporation, possuindo o monopólio do mercado britânico de carros elétricos na década de 1890. A França e o Reino Unido foram as primeiras nações a apoiar o amplo desenvolvimento de veículos elétricos. O primeiro carro elétrico na Alemanha foi construído pelo engenheiro Andreas Flocken em 1888. Antes da preeminência dos motores de combustão interna, os automóveis elétricos possuíam muitos registros de velocidade e distância. Entre os mais notáveis, estava a quebra da barreira de 100 km/h, por Camille Jenatzy, em 29 de abril de 1899, que atingiu uma velocidade máxima de 105,88 km/h, e o notável projeto e construção de um carro elétrico com tração nas quatro rodas, alimentado por um motor em cada cubo, que também estabeleceu vários recordes nas mãos de seu proprietário. Estes são pequenos exemplos do interesse eterno pelos carros elétricos.

A Europa, de quebra, alimenta a indústria automotiva asiática através das incontáveis joint-ventures estabelecidas principalmente na China e Índia, para além de o Japão ser outra fonte inesgotável de tecnologia de ponta. Então, era de se esperar que essa turma toda estivesse na corrida pela supremacia dos carros elétricos – incluam-se aí SUV´s, Vans, Pick-Ups e caminhões. Há mais de duas décadas a Europa e a Ásia vem sendo inundadas por mais e mais veículos elétricos; por aqui, como afirmei lá na abertura desta matéria, as coisas andam à velocidade de tartaruga com reumatismo. Nas 4 patas. Como sempre. Mas a questão, em se tratando de Brasil, são principalmente o tabu crônico e o preço, em função dos acordos governamentais tóxicos ao livre comércio. Empreendedores nacionais? Difícil… não parece estranho um país como o nosso, com tanta tradição e mão-de-obra especializada não ter sequer uma única montadora 100% nacional? Será que nunca aprendemos como projetar e construir um mísero carro? Ou os que tentaram foram varridos do mapa antes de incomodar as gigantes aqui implantadas?

Iniciada no ano de 2000, junto ao mantra preservação-do-meio-ambiente, iniciado recentemente, a nova onda das “alternativas de geração de energia” fomentou novamente a criação de carros híbridos ou 100% elétricos. Em julho de 2009 a Mitsubishi lançou no Japão o iMiEV para frotistas e em abril de 2010 para pessoas físicas, além de exportar o modelo para a China e Austrália, mesmo ano que começaram as vendas do Nissan Leaf no Japão e Estados Unidos, lançado no ano seguinte na Europa e Canadá. Em fevereiro de 2011, o Mitsubishi iMiEV tornou-se o primeiro carro elétrico a vender mais de 10.000 unidades, ultrapassando o Citroën C-Zero e Peugeot iOn, mesmo ano em que o Smart Eletric Drive, Wheego Whip LiFe, Mia Eletric, Volvo C30 Eletric, Ford Focus Electric e BYD e6 chegaram ao mercado. Em seguida, o Nissan Leaf ultrapassou o iMiEV como o carro totalmente elétrico mais vendido da história.

Em março de 2012, a californiana Tesla Motors havia vendido mais de 2.250 modelos Roadster em 31 países. Deste mesmo ano até 2014 foram lançados o BMW ActiveE, Renault Fluence ZE, Tesla S, Honda Fit EV, Toyota RAV4 EV, Renault Zoe, Roewe E50, Mahindra E2O, Chevrolet Spark EV, Fiat 500e, Volkswagen E -Up!, BMW i3, BMW Brilliance Zinoro 1E, Kia Soul EV, Volkswagen E-Golf, Mercedes-Benz B-Class Eletric Drive, e Venucia E30. Em 2013 o Nissan Leaf ultrapassou as 50.000 unidades vendidas, e a marca de 100.000 foi estabelecida em janeiro de 2014. A chinesa Jac entrou forte na tecnologia elétrica automotiva, e de 2010 até 2019 já colocou no mercado os modelos iEV6E Hatchback, os sedan iEV J3, iEV J4, iEV4, iEV5, iEV6, iEV7, iEVA50 e iEVA60, os crossover: iEVS4 e iEV7S, os SUV iEV6S e iEV7S, a Pick-Up i3-T330 e o caminhão i5. Destes, 5 modelos elétricos Jac serão lançados em breve no mercado nacional, juntando-se aos Hatchback Renault Zoe, Chevrolet Bolt, Nissan Leaf, BMW i3 e Jaguar iPace, É o maior passo, o maior investimento no setor em solo brasileiro. Que, certamente, obrigará outras montadoras a, finalmente, enxergarem o Brasil não mais como um depósito do que não vende em nenhum outro lugar, e sim um mercado a ser disputado… para os mais refratários, fica a certeza de dificilmente os veículos elétricos substituirão por completos os modelos à combustão interna, porém a tendência é que seu volume de vendas se equipare em pouco tempo.

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