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E se ? A história do “Matador de Cobras”.

O Cheetah era um roadster leve com mecânica de Corvette. Um carro de pedigree saído das pistas, para as ruas. A máquina, idealizada por Bill Thomas, acabaria no esquecimento por uma série de fatores, desde um incêndio como o abandono pela própria GM, inevitavelmente tornando então o Cobra de Carrol Shelby hegêmonia nas pistas da década de 60.

O começo

Bill Thomas, também conhecido como Mr Corvette, foi um engenheiro autoditada durante a a era de ouro do automobilismo norte americano, chegando a ter, mais de 100 vitórias usando corvettes  por ele preparados. Com tamanhos feitos, Thomas garantiu contratos com a GM preparando carros para a NASCAR, corridas de arrancada e todo o tipo de de competições desportivas.

Seria então em 1962, ofuscado pelas esmagadoras vitórias da Ford com o Shelby Cobra, que roubava a cena, noticiários e pódios da SCCA (Sports Car Club of America). A GM então, no ano seguinte, saiu literalmente das pistas, banindo corridas e equipes patrocinadas oficialmente pela empresa, o que ainda assim, não impediu que alguns acordos “por baixo dos panos” trouxessem produtos GM para as competições.

E foi nesse meio tempo, que Thomas contactou ninguém menos que Ed Cole da Chevrolet, com a mirabolante ideia de “caçar” o Cobra com um novo carro de mecânica chevy, tudo isso numa produção de escala tão pequena, que passaria bem debaixo dos narizes dos executivos da marca.

Um projeto quase anárquico 

Don Edmunds fora então encarregado de design tão logo Bill Thomas recebera o aval de Cole e há rumores até mesmo de que o carro fora desenhado numa escrivaninha de oficina mecânica. O protótipo era  minúsculo, com de 3,5 metros , chassi tubular , entre-eixos de 2,2 metros e carroceria de alumínio. Ele era empurrado por um V8 327 injetado, ligado a uma transmissão manual 4 marchas de alumínio… detalhe, o carro era tão diminuto, que não possuía eixo de cardã/transmissão, pois seu motor ficava tão para trás, que já “encostava-se sobre o eixo traseiro”, ele tinha então, uma “cruzeta universal” com um diferencial.

Os dois primeiros protótipos eram feitos de alúminio, tendo um deles sido enviado a Detroit, para ser então inspecionado pela GM. A equipe decidiu trocar a carroceria de alumínio, por fibra de vidro e a partir daí, iniciar a produção limitada do modelo. Após alguns testes em Daytona, foram reportadas velocidades incríveis (346km/h). Oficialmente. um Cheetah fez assustadores 297km/h em 1/4 de milha no lago Elkhart em junho de 1964 e repetiu a façanha em setembro do mesmo ano, para provar que não estava para brincadeira.

A tragédia e derrocada

Devido a sua produção limitadíssima  (10 Unidades) e ao regulamento da SCCA na época, o Cheetah nunca  correu de forma oficial com o Cobra, sendo colocado em categorias com pouca ou nenhuma regulamentação C-sports/carros modificados com grandes motores, fazendo-o competir com Lolas, Chaparrals e Mclarens. Para piorar a situação de Thomas, em 1964, a FIA decidiu que para fins de homologação, seriam necessários 1000 carros de produção, número, que com ou sem apoio da prórpria Chevrolet, Thomas sabia ser impossível de atingir, o que acabou com qualquer chance do Cheetah vencer a categoria de esportivos de produção naquele ano.

Mesmo concorrendo apenas com os “ultra modificados”, o carro garantiu 11 grandes vitórias e ganhou vários eventos locais menores em 1964. Mas, infelizmente, já não havia mais interesse algum por parte da GM, já que o modelo jamais competiria frente a frente com o Shelby Cobra.

O time de Bill thomas trocou sua atenção para a NASCAR , projetos com motores Big Block e até planos para um Super Cheetah ou Long Tail… o prego no caixão entretanto, foi um enorme incêndio na oficina de Thomas no ano de 1965, selando assim, o destino do que poderia ter sido um dois mais icônicos carros da cultura Muscle e do automobilismo Americano.

 

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