Coluna #Transito e Vidas por Mário Divo
Dia do Motociclista… o que celebrar?!
Neste dia 27 de Julho celebra-se, nacionalmente, o Dia do Motociclista. Porém, é difícil associar a data a algo diferente do que o grau de sinistralidade apresentado recentemente. Os dados estatísticos do Denatran revelam que, na média, 3/4 das indenizações do DPVAT são pagas a vítimas de acidentes envolvendo motocicletas.
Ao ano, são mais de 12 mil vítimas fatais, enquanto condutores de motocicletas. Atualmente, a solução (ou tentativa de) passa pela inserção da tecnologia de maneira mais efetiva para a adequada formação desses pilotos, o que vem sendo discutido, sendo que a adoção de simuladores é mencionada como caminho que ajudará em muito nesse desafio.
Resumidamente, apesar de as motocicletas responderem por 27% da frota nacional de veículos, 83% das indenizações pagas, em 2016, foram para vítimas de invalidez permanente e 5% para morte. Dos mortos, 53% estavam na faixa entre 18 e 34 anos, ou seja, economicamente ativos. Portanto, na semana em que é lembrado o Dia do Motociclista, os dados servem de alerta para mudarmos essa realidade.
E, apesar dos motociclistas representarem 40% das mortes no trânsito no país, quando o olhar se volta para o nordeste brasileiro, por exemplo, considerando o mesmo período, essa taxa chega a 54%. Na região norte, por sua vez, o indicador é menor (47%), mas ainda acima do indicador nacional. E se, no Brasil, a prova prática para tirar habilitação de motocicleta ainda é realizada em circuito fechado, há países em que se formou grau maior de exigência para fornecer a habilitação.
Finalizando, existe crescente aumento de ocorrências envolvendo crianças transportadas em motocicletas, independente do período de férias escolares, sugerindo que essa forma de transporte é regular e independe do período do ano. É uma conclusão estarrecedora para um país que vê suas crianças sendo vítimas da irresponsabilidade de adultos, morrendo ou tendo a vida marcada permanentemente. Celebrar o quê?!
Mario Divo é o Diretor Executivo do ACBr – Automóvel Clube Brasileiro e também é o Clube Correspondente da FIA – Federação Internacional do Automóvel