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COLUNA MECÂNICA ONLINE®️ | Os cenários de riscos para os carros elétricos

Você já observou que a temática elétrica domina em grande parte o noticiário automotivo? Eficiência energética, meio ambiente, autonomia, custo por quilômetro rodado, muitas e muitas vantagens para conquistar o consumidor?

No mundo inteiro, a expectativa é de que a aquisição de carros elétricos se acelere em linha com a demanda dos consumidores e as políticas governamentais de combate a mudanças climáticas.

O futuro da mobilidade é claramente elétrico, mas a transição levará a uma mudança fundamental no risco para fabricantes, fornecedores e seguradoras e terá um impacto significativo no seguro de responsabilidade civil de produtos automotivos, de acordo com um novo relatório da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS).

De acordo com o especialista em seguros de Responsabilidade Civil da AGCS, Daphne Ricken, a indústria automotiva terá que responder a muitos riscos emergentes para fazer a transição para veículos elétricos.

“O crescimento das vendas dos carros elétricos no mundo traz a perspectiva de novos problemas de defeitos ou desempenho; custos de reparo mais caros; novas ameaças de incêndio e riscos cibernéticos; e até questões de reputação em torno do fornecimento e descarte sustentáveis de componentes e matérias-primas essenciais para as baterias”, explica.

A Agência Internacional de Energia prevê que poderemos ter mais de 100 milhões de carros elétricos nas ruas em 2030 – muito acima dos cerca de sete milhões que existem hoje – com vendas anuais de 20 milhões, impulsionadas pelo crescimento na China – já o maior mercado do mundo – União Europeia (segunda maior), Japão, Canadá, EUA e Índia, em particular.

Aqui no Brasil, por enquanto, o cenário é muito diferente dos outros países com uma frota pouco significativa. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) o número de carros elétricos no país é de cerca de 20 mil. Mas segundo previsão da Boston Consulting Group (BCG) em 2030 os carros elétricos vão representar 5% da frota brasileira, com vendas de 180 mil unidades ao ano.

Novas exposições ao risco – Embora a crise do corona vírus possa atenuar as perspectivas para as vendas globais de carros elétricos para 2020, o crescimento previsto a longo prazo ainda traz uma série de riscos técnicos e operacionais como por exemplo:

Segurança e confiabilidade – Avaliações estatísticas de sinistros da Allianz mostram que os veículos elétricos são menos propensos a se envolver em acidentes. No entanto, qualquer dano sofrido pode ser, em média, mais caro do que nos carros convencionais. O fato de esses carros só poderem ir a oficinas especializadas contribui para o aumento de custo.

A vida útil e o desempenho da bateria são questões críticas para carros elétricos. Dado o alto custo de substituição ou reparo de unidades de bateria, uma falha no cumprimento das garantias de desempenho colocará dúvidas sobre a responsabilidade de fabricantes e fornecedores.

Seguros e a complexidade dos sinistros – A mobilidade elétrica terá muitas implicações para o seguro – em particular para o produto de responsabilidade civil de produtos automotivos – e sinistros. Isso porque a tecnologia cria novos riscos e exposições fazendo com que a responsabilidade mud
e ao longo da cadeia de suprimentos.

“O que antes eram três peças em um veículo convencional, hoje pode ser apenas uma parte em um carro elétrico. Isso pode levantar questões sobre qual fabricante ou fornecedor é responsável por um defeito. O aumento da complexidade da cadeia de suprimentos automotiva e a dependência de produtores de software e tecnologia levarão a novas exposições e dividirão os passivos na cadeia de valor”, explica Ricken.

Haverá também exposições de responsabilidade dos empregador…

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