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Avaliação – Chevrolet S10 Cabine Dupla Executive 2.4 2009

Fotos: Marcus Lauria

Pelo 15° ano consecutivo a pick-up média S10 da Chevrolet é líder em vendas no Brasil. De janeiro a dezembro de 2009, foram emplacadas 39.243 unidades, resultado que conferiu ao modelo uma participação de 35,6% no segmento, contra 30.996 unidades do segundo colocado. No mesmo período a S10 teve um aumento de 25,3% nas vendas, comparativamente ao ano de 2008 (31.310 unidades), crescimento superior ao do segmento, que foi de 18,9% (110.113 unidades em 2009 contra 92.621 unidades em 2008). A S10 já sofreu algumas mudanças desde 1995, no de seu lançamento no Brasil, passando pela primeira mudança leve em 1999, outra um pouco mais significativa em 2001 e a mais radical em 2005, quando recebeu uma leve remodelação em maio do ano passado.

A versão testada pelo CarPoint News foi a Executive, com cabine dupla e motor 2.4 flexpower e com tração 4×2, que vinha com todos os opcionais e acessórios possíveis. A S10 2009 recebeu algums apliques externos e algumas perfumarias que vieram para dar mais fôlego a pick-up mais vendida do Brasil, antes de sua remodelação completa, que não deve demorar muito para acontecer. Na parte externa, a diferença em relação ao modelo de 2005 fica por conta dos novos adesivos, encontrados nas laterais, com palavra “Executive”, com uma faixa em toda a lateral, que indica a versão do utilitário, além do logotipo “S10 Flexpower” na extremidade traseira da lateral e o nome da marca “Chevrolet”, na porta da caçamba.

Para um bom observador as novidades não se limitam somente aos adesivos, também foram mudados os faróis, que agora são fumê, as lanternas traseiras receberam um novo desenho, com gomos salientes, o destaque da dianteira, fica por conta da grade cromada, que segue o estilo dos modelos da marca pelo mundo, com uma faixa central, com a “gravatinha” dourada ao centro. Para aderir aos adeptos do Tuning, a Chevrolet resolveu aplicar uma tomada de ar sob o capô, que não tem nenhuma função, a não ser a estética. Os pára-choques, tanto o dianteiro, quanto o traseiro, receberam apliques na cor preta, que lembram os modelos “off-road light” vendido em nosso país. O rack, o santoantônio e os estribos firam quadrados, antes eram arredondados. O modelo testado não tinha um defletor no teto, mas no site da montadora é possível verificar a existência desse acessório.

Ainda na parte externa, aonde a pick-up recebeu as maiores alterações é possível observar o novo aplique preto na coluna do pára-brisa, que se juntou a coluna central, que já existia na mesma versão de 2005. Que visto de lado, a impressão que se tem é de que a S10 Executive tem uma máscara na parte dianteira. Chegando ao interior da pick-up, parece que não saímos de 1995, época em que a S10 ainda era novidade. Com pequenas mudanças feitas até hoje é possível notar que a qualidade dos materiais internos, como plásticos do painel e das laterais da porta, lembra a do Celta, modelo de entrada da marca Chevrolet. Talvez se não fosse pelo acabamento em couro dos bancos, das laterais das portas e do volante, além do aplique em madeira que envolve os comandos dos vidros elétricos, localizado nas portas, sentiríamos que estávamos em um carro popular. Mas não faltam boas intenções para agradar o consumidor, na versão Executive, como o banco do motorista com ajuste elétrico, de altura e distância, mais dois de inclinação do assento. No teto, há um porta-controle remoto de garagem, com membrana de borracha na tampa para você apertar o botão sem tirar do compartimento. A trava elétrica das portas tem assistência pneumática, para suavizar o movimento das fechaduras, além de muitos porta-objeto espalhado por todo seu interior, como um inconfundível porta-cassetes, isso mesmo.

Sob o capô, o motor é o mesmo lançado em 2007, um propulsor de 2.4 litros Flexpower, que rende 141 cv com gasolina e 147 cv utilizando álcool, sempre a 5.200 giros – o antigo ficava em 128 cv. O torque máximo com os dois combustíveis chega a 21,9 kgfm, mas na versão a gasolina ele aparece entre 2.400 e 3.200 giros e com álcool entre 2.400 e 4.400 giros. O ganho de potência segue a mesma lógica da GM na alteração dos motores 1.0 VHC e 1.4 Econo.flex: um aumento brutal da taxa de compressão. Ela pulou de 9,6:1 para 11,5:1, pouco mais de 20%. Além disso, o propulsor sofreu outras alterações, como um novo coletor de admissão feito em plástico, que segundo a montadora otimizou o fluxo de ar, que faz a mistura na câmara de combustão, além do peso reduzido. Além disso, a S-10 ganhou um acelerador eletrônico, que controla precisamente o fluxo de combustível possível a cada momento, independentemente da pressão que é exercida no pedal. Segundo a GM, o sistema reduz o consumo de combustível e transmite respostas mais rápidas. O motor 2.4 8V flex acelera sem deixar buracos. A potência de 147 cv, com álcool, torna a S-10 bem mais esperta que a antiga versão a gasolina. Apesar de o torque não ter se alterado – ficou em 21,9 kgfm -, as acelerações melhoram sensivelmente. Segundo a Chevrolet, o zero a 100 km/h é feito em 11,9 segundos. A máxima é limitada eletrônica e ajuizadamente em 150 km/h.

Utilitários não são os reis da estabilidade e a S-10 faz parte desse clube. A pick-up balança e solta a traseira em curvas mais ousadas. As rodas, grandes e com pneus de perfil alto, copia as imperfeições do asfalto e gera um problema de comunicação com o volante. Nas retas, os modelos balançam bastante e tornam as viagens longas cansativas. A S-10 é bruta por fora. E por dentro. Os comandos do painel são “duros” e o câmbio tem engates difíceis, que exigem esforço no manuseio. O consumo é incrível para utilitários médios. Segundo a GM, com álcool a S-10 faria 7,2 km/, com gasolina, o número sobe para 10,4 km/l. A reconfiguração do motor para flex foi um ganho, mas os demais recursos do carro se ressentem da idade. Os sistemas eletrônicos são limitados e muito antigos e os chassis não têm um comportamento tão equilibrado quando o de modelos mais modernos. A S10 Cabine Dupla Executive 4×2 parte de R$ 72.111, segundo o configurador do site da Chevrolet, completa de tudo, se quiser uma cor metálica será adiconado ao valor inicial, R$ 1.216 e R$ 1.525 para a tinta perolizada. Podendo chegar a R$ 73.636.

A pick-up S-10 agrada por conta do motor 2.4 litros bicombustível. Com álcool, ele rende 147 cv, suficientes para acordar os utilitários. Nas acelerações, as respostas são interessantes – ainda mais pelo fato de ser um motor 8 válvulas e ter um bom torque de 21,9 kgfm. É assim mesmo em subidas mais íngremes. E o acelerador eletrônico ajuda a dosar as acelerações. Mas os utilitários tem lá suas limitações. E elas são facilmente encontráveis nas curvas mais fechadas. A tendência a rolar é grande e, em abusos maiores, a traseira tende a mostra vontade própria. A suspensão macia demais deixa as viagens um tanto sacolejantes. A S-10 flutua até em retas. Daí a limitação de velocidade em 150 km/h.

O câmbio meio “queixo-duro” dificulta a interação e atrapalha nos momentos das trocas das marchas. Internamente o destaque fica para os bancos de couro macios e agradável ao toque. O isolamento acústico é surpreendentemente bom para utilitários. Na hora de manobrar, os espelhos retrovisores externos elétricos se mostraram bem eficientes. Na S-10, quem vai na frente tem um bom espaço. Os passageiros de trás, no entanto, sofrem com o banco com encosto reto, de “costas duras”, como os de ônibus. Por dentro, há um bom número de porta-objetos – nas laterais das portas, no console central. O acesso aos veículos é facilitado devido às quatro portas. Falta um compartimento, porém, para guardar volume longe das vistas de curiosos.

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