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Avaliação – Nissan Kicks 1.6 S CVT Flex 2018

Fotos: Marcus Lauria

Reencontro às vezes nos trazem uma certa sensação de nostalgia. No entanto, dessa vez o sentimento foi de novidade. Desde o lançamento do Nissan Kicks nacional em julho de 2017, esta foi a primeira vez que o testamos por mais tempo o modelo. Como a versão cedida para a avaliação foi a S CVT, foi possível analisar melhor os atributos da nova versão de partida com o câmbio automático.

No primeiro olhar, o brilho do Vermelho Malbec do carro avaliado chama a atenção. As rodas de aro 16” na cor grafite e com acabamento diamantado denunciam não ser tratar das versões SV ou SL, mas tem um design bonito. Só em um olhar mais atento para notar a ausência dos faróis de neblina, a falta dos faróis dianteiros com leitura em LED, a inexistência de sensor traseiro de estacionamento e de alguns detalhes nos para-choques dianteiro e traseiro na cor do veículo.

Na parte de dentro é onde percebemos as maiores diferenças. A ausência da tela touch screen de 7 polegadas no painel central e do quadro de instrumentos parcialmente digital são as mais sentidas. Estes dois itens podem ser considerados os que mais trazem interatividade para os seus passageiros. Seja nas diversas informações dinâmicas e de boa visualização para o condutor no painel de instrumentos personalizável, seja pela existência de sistema de navegação, aplicativos online e câmera de ré no display central. O sistema de áudio tem visual simples e remete aos de carros da década passada. Este poderia ao menos ter uma tela maior e conectividade com os sistemas Car Play e Android Auto, proporcionando um pouco mais de interação para os passageiros. Por fim, notam-se a ausência do sistema eletrônico de ignição (botão Push Start) e da função crepuscular dos faróis.

No mais, os bancos em tecido têm bom acabamento e muito boa ergonomia. O material plástico aplicado no console central não é como o couro como empregado na versão SL, mas agrada visualmente (a textura remete à fibra de carbono) e o painel de instrumentos conta com computador de bordo que disponibiliza as informações necessárias para o condutor como: média de consumo, autonomia até esvaziar o tanque de combustível, hodômetro, hodômetro parcial e posição do câmbio.

Logo que se senta no banco do motorista, o conforto e boa ergonomia do assento tornam a condução mais prazerosa. A boa visibilidade do para-brisa e a posição mais alta de dirigir do crossover também agradam. A suspensão é macia e os pneus Continental 205/60/R16 absorvem com tranquilidade as imperfeições do asfalto.

No dia a dia urbano, o conjunto mecânico se mostra muito bem acertado. A função Sport do câmbio simula a troca de marchas em um giro mais alto, mas não chega a empolgar ou a proporcionar uma mudança efetiva no desempenho. Conduzindo normalmente, o câmbio tem bom funcionamento e não dá solavancos. Apenas em aceleradas mais fortes, acima das 3500 rpm, que o motor fica mais barulhento. Nas demais situações o carro tem bom isolamento acústico.

A direção elétrica traz um rodar leve e suave. Manobras e balizas são fáceis de fazer. A dificuldade aparece quando lembramos que o carro não possui sensores de estacionamento e que a visibilidade através do retrovisor interno é comprometida pela pequena área envidraçada do porta-malas. A alternativa é se basear pelos retrovisores externos e botar o rosto um pouco para fora da janela para evitar encostadas em paredes e em veículos alheios.

Para quem vai no banco traseiro, o entre eixos de 2,62 m oferece bom espaço para as pernas. O porta malas de 432 litros é um dos maiores da categoria e traz relativo espaço para as bagagens.

Inicialmente os R$ 80.990,00 sugeridos assustam. Nesse valor o carro já poderia contar com alguns mimos como uma tela touch screen no painel central com conectividade para Car Play e Android Auto, freio de mão eletrônico e sistema Autohold.

Para quem não faz tanta questão de uma variante crossover, é possível achar hatches compactos com mais itens de série e com mais interatividade por menos. Para os que precisam de um bom compartimento de mala, há boas e novas opções de sedans compactos que entregam maior litragem para bagagem. Para os que buscam desempenho e utilizam rodovias frequentemente, há opções mais baratas com maior potência, com piloto automático e com mais itens de segurança, como 7 airbags (esta versão dispõe apenas das bolsas de ar frontais) e sistema de monitoramento de pressão dos pneus.

No entanto, no segmento de crossovers compactos, é a única opção na casa de R$ 80.000,00 que oferece câmbio automático. Na mesma faixa de preço todos os outros concorrentes são manuais e às vezes alguns nem oferecem alguns itens primordiais como os controles de tração e de estabilidade.

Caso o seu desejo seja por um carro mais alto, com bom espaço interno, não abre mão da comodidade do câmbio automático, mas que por outro lado não faz questão de muitos aparatos tecnológicos, não busca um desempenho estimulante e não deseja extrapolar a barreira dos 80 mil, este pode ser o seu próximo carro novo.

CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=991MEJHrdx4

*FICHA TÉCNICA:

Mecânica

Motorização 1.6

Combustível            Álcool            Gasolina

Potência (cv)            114     114

Torque (kgf.m)         15,5    15,5

Velocidade Máxima (km/h)            175

Tempo 0-100 (s)      12

Consumo cidade (km/l)      8,1      11,4

Consumo estrada (km/l)    9,6      13,7

Câmbio          CVT

Tração           dianteira

Direção          elétrica

Suspensão dianteira          Suspensão tipo McPherson e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.

Suspensão traseira            Suspensão tipo eixo de torção, roda tipo semi-independente e molas helicoidal.

Freios            Dois freios à disco com dois discos ventilados.

Dimensões

Altura (mm)   1.590

Largura (mm)           1.760

Comprimento (mm)             4.295

Peso (Kg)      1.129

Tanque (L)    41

Entre-eixos (mm)     2.610

Porta-Malas (L)        432

Ocupantes    5

*Dados do fabricante

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