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Avaliação – Fiat Argo HGT 1.8 E.Torq Flex 2018

Fotos: Marcus Lauria

O Fiat Argo foi o principal lançamento da Fiat em 2017, e o peso de um carro tão importante para a marca geralmente recai sobre as versões de entrada, que tendem a ter maior volume de vendas, deixando a beleza e os opcionais vistosos em segundo plano. E essa obrigação de ser atraente fica com as versões do topo, que podem ter viés mais luxuoso ou esportivo, sem necessariamente ser uma coisa ou outra. E esse é o caso do Argo HGT.

Sem dúvida esse é o Argo mais bonito que o seu dinheiro pode comprar. De todos os ângulos o carro é atraente, especialmente quando equipado com as belas rodas aro 17. Há aerofólio preto, saias laterais, retrovisor em cor diferente, ponteira do escape diferenciada e spoilers na dianteira. E, como herança do Punto T-Jet, que era um esportivo de verdade, o carro traz também a moldura dos para-lamas em plástico preto, um item estranho de se ver em um esportivo, mas que acaba combinando com os hatches da Fiat.

Do lado de dentro há apenas uma faixa vermelha no painel e alguns poucos detalhes que evidenciam se tratar de uma versão diferenciada, mas há plásticos duros demais para um carro que pode passar de R$ 80.000. A posição de dirigir é alta mas é boa, há espaço razoável para 5 adultos altos e no porta-malas viajam 300 litros. E no geral o Argo HGT é bem equipado, tão bem equipado quanto qualquer outra versão, mas só no HGT você receberá mais olhares nas ruas do que o normal.

Mas a esportividade fica apenas no visual, pois debaixo do capô está o mesmo 1.8 16V cuja potência é de 135/139 cv @ 5.750 rpm (G/E) e o torque é de 18,8/19,3 kgfm @ 3.750 rpm. Felizmente há a possibilidade de levar o carro para casa com câmbio manual, como é o caso da versão testada, mas na prática a versão manual deixa mais evidente a falta de torque em baixa rotação (amenizada pelo conversor de torque do automático) ao mesmo tempo em que deixa o motor ser explorado em altos giros e fazer o Argo HGT render muito bem nessas situações.

Apesar das rodas aro 17, a suspensão do Argo HGT não foi extensamente modificada, apenas passou por nova calibração, que está longe de ter a esportividade visceral do Renault Sandero RS por exemplo. Mas o Argo HGT é o melhor de todos os Argo em uma estrada sinuosa, com um comportamento dinâmico correto, inclinação da carroceria exemplar e um grip de respeito. Pena que a direção não seja tão rápida quanto as respostas da suspensão, mas ainda assim o hatch é um excelente devorador de curvas.

Rodando na cidade, a suspensão se mostra macia mesmo com as rodas maiores, mas em quebra-molas ou buracos encarados com velocidade um pouco maior o Argo HGT reclama mais do que os outros, mas ainda assim é mais macio do que concorrentes como Ford Fiesta ou VW Polo por exemplo. O isolamento acústico é bom, a agilidade na cidade poderia ser maior mas na estrada o Argo anda forte, especialmente em ultrapassagens aonde o giro sobe além das 4.000 rpm. Mas o desempenho cobra seu preço no consumo, aonde o Argo faz 9,8 km/l de gasolina na cidade e 13,9 km/l na estrada, com ar-condicionado sempre ligado.

No geral, o Argo HGT é o mais estável e mais bonito dos Argo, mas o preço dessa roupagem esportiva é alto, começando em R$ 64.600 e podendo chegar a R$ 81.400 quando totalmente equipado e dotado de câmbio automático. É um belo carro, mas custa muito caro para não entregar nada de especial abaixo do capô, especialmente quando comparado a concorrentes com motor turbinado.

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