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Avaliação – Toyota Corolla XEi 2.0 AT 2018

Eu poderia começar essa avaliação dizendo que o Corolla 2018 mudou apenas pontualmente, de forma a continuar conservador. Poderia também dizer que o Corolla continua sendo fiel ao seu público-alvo, sem ousadias. Mas não, nada disso, eu começo essa avaliação dizendo que o Toyota Corolla XEi fez 8,6 s em nosso teste de aceleração de 0 a 100 km/h (confira no vídeo), nada menos do que o mesmo tempo do Cruze Turbo e 1,4 s a menos do que o Honda Civic EXL 2.0, que também combina motor 2.0 aspirado e câmbio CVT.

Seu motor 2.0 16V é o mesmo da linha anterior, e rende 143/154 cv @ 5.800 rpm de potência e 19,4/20,7 kgfm @ 4.800 rpm, e esses números são responsáveis por carregar 1.315 kg. Nada exorbitante até aqui, certo? Mas o responsável pelo desempenho vigoroso do Corolla é seu câmbio CVT, que simula 7 marchas e possui até mesmo paddle shifts para as trocas. O segredo para extrair o máximo de desempenho é acionar o modo Sport, afundar o pé e ver o câmbio simular as trocas de marcha no limite, enquanto na prática a força do motor continua sendo despejada nas rodas, fazendo o sedã conservador mostrar que corre algum sangue liberal em suas veias.

Mas nem só de desempenho vive o Corolla 2018, visto que a segurança ativa foi finalmente colocada em primeiro plano, com a adoção de controles de tração e estabilidade para toda a linha. No quesito da segurança passiva, há sete airbags, também de série em qualquer Corolla. A versão XEi conta ainda com nova central multimídia, tão completa que traz inclusive TV Digital, mas deixa a desejar ao não oferecer Apple CarPlay ou Android Auto, que são os apps mais desejados atualmente.

Visualmente há poucas alterações no carro. Começando pela dianteira, os novos faróis e grade saltam aos olhos, mas a ousadia maior está no para-choque, que conta com fendas laterais ao estilo Golf GTI, dando mais agressividade visual ao sedã. Lateralmente só se percebem as novas rodas, agora de aro 17, enquanto na traseira as lanternas são idênticas, cuja principal diferença está na iluminação em LED.

A vida a bordo do carro é ótima, com bancos em couro confortáveis e com ótimo apoio para o corpo. Há bom espaço para três passageiros atrás, com direito a túnel central quase plano, o que facilita a vida do terceiro passageiro. No porta-malas viajam 470 litros de bagagem. Já no quesito ergonomia, todos os comandos estão à mão e são fáceis de alcançar e usar. A nova tela de TFT no centro do cluster traz um computador de bordo bem útil, que traz inclusive recurso de velocímetro digital, bem útil em estradas cada vez mais recheadas de radares.

Na cidade o Corolla agrada bastante, tanto pela suavidade da suspensão quanto pelo bom desempenho. Pisando leve, o giro do motor está sempre baixo, e o bom isolamento acústico do carro praticamente torna o motor inaudível abaixo de 3.000 rpm. Já na estrada o Corolla sobra, tanto em acelerações e retomadas quando na resposta dos freios e da suspensão. Sua direção não é das mais leves em manobras, mas entrega um feeling excelente em velocidade.

Por falar nisso, a dinâmica do Corolla continua irretocável, mesmo com as alterações na suspensão, que deixaram a altura de rodagem mais elevada. Há também menos carga no conjunto, de forma a compensar as novas rodas aro 17, evitando que o carro perca a sua suavidade característica ao rodar. Na prática o resultado é ótimo, o carro está sensivelmente mais suave do que seus antepassados, e sua dinâmica continua exemplar. Claro que as referências da categoria são Civic e Focus, com suas suspensões mais refinadas, mas o Corolla anda bem próximo deles.

Quanto ao seu bolso, começando pelo consumo: 7,2 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada, sempre com Etanol e ar-condicionado ligado. Não são números exemplares, mas são satisfatórios. E agora o preço: R$ 103.900, ou seja, um preço elevado. O Corolla nunca foi barato, sempre teve tendência a custar um pouco acima da concorrência e deixar a desejar em alguns itens, mas dessa vez é diferente. Todos os carros no Brasil são caros, o Corolla não é exceção, a diferença é que agora, comparado a qualquer um de seus concorrentes, o Corolla 2018 não deixa a desejar em nada que seja gritante, e até tende a superar em alguns pontos. Somando-se isso à sua liquidez no mercado de usados, ao baixo custo de manutenção e à confiabilidade da rede Toyota, não é difícil entender a liderança do Corolla na venda de sedãs médios.

CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=gB-crmYp3no

CONTINUA NA PÁGINA 2 (Ficha Técnica)

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