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Avaliação – Honda WR-V EX 1.5 FlexOne CVT Flex 2018

Quando a Honda apresentou o WR-V no Salão do Automóvel de SP em 2016, muita gente torceu o nariz para o carro. Na ocasião, o carro parecia apenas um Fit anabolizado, com alguns detalhes visuais diferenciados aqui e ali, além de uma clara inspiração no crossover HR-V. A ideia era lançar o WR-V como uma opção mais em conta para quem quer um HR-V mas pode se contentar com algo menor. E, na prática, ele faz isso muito bem.

Visualmente o WR-V não é um daqueles carros que apaixona à primeira vista, mas suas linhas são mais agradáveis ao vivo do que em fotos. Na prática ele continua sendo um Fit, e isso fica bem evidente pelo formato da carroceria e pelas portas que são iguais, mas na dianteira o carro tem estilo próprio, com direito a faróis com DRL, item não presente no Fit. Na traseira, as lanternas mudaram de desenho, e invadem a tampa do porta-malas, que ganhou nova posição para o suporte da placa, deixando o conjunto menos harmonioso do que no Fit. Parachoques são novos em ambas as extremidades, e o carro conta com aplique de plástico nos para-lamas e nas saias laterais.

Do lado de dentro, a única mudança está nos bancos de tecido que contam com detalhes em vermelho, fora isso é exatamente igual ao Fit. E isso é um bom sinal, afinal há um amplo espaço interno para 5 ocupantes de qualquer estatura, o porta-malas leva bons 363 litros e, além disso, há um sistema de modularidade do banco traseiro que permite acomodar carga de tamanhos variados com as regulagens dos bancos.

O carro é bem equipado, inclusive com uma nova central multimídia que reage a gestos manuais para realizar algumas funções. Pelo preço cobrado de R$ 84.300, o carro merecia contar com bancos em couro, ar-condicionado digital e principalmente controles de tração e estabilidade. Em compensação, o carro conta com airbags laterais e de cortina em adição às bolsas frontais.

Sua posição de dirigir é muito agradável, os comandos ficam em boa posição, os retrovisores externos são enormes e a visibilidade é ótima para todos os lados. É fácil se sentir bem ao volante do WR-V. A direção elétrica é bem leve e torna a tarefa de manobrar o carro bem simples, com auxílio do bom diâmetro de giro de 10,6 m. Sensores de estacionamento seriam bem úteis, embora a câmera de ré seja suficiente para evitar ferir o para-choque.

Debaixo do capô o carro conta com motor 1.5 16V aspirado, que rende 115/116 cv @ 6.000 rpm de potência e 15,2/15,3 kgfm @ 4.800 rpm de torque (G/A), e é vinculado a uma transmissão CVT que não conta com opção de simular trocas de marcha sequenciais, como no City, Civic e HR-V. De qualquer forma, o desempenho do carro é muito bom, como mostra o 0-100 km/h realizado em 10 segundos nos nossos testes. Já o consumo de gasolina ficou em 10,2 km/l na cidade e 15,4 km/l na estrada, sempre com ar-condicionado ligado.

Em movimento, nota-se que a suspensão elevada ganhou também nova calibragem, e o carro é bem mais dócil do que o Fit em asfalto ruim, especialmente quando carregado. O câmbio CVT é bem suave nas trocas e ajuda o carro a ter boa desenvoltura em acelerações e retomadas. O WR-V conta com bom isolamento acústico e é um ótimo parceiro para o trânsito urbano mais intenso, especialmente com os bancos confortáveis que não maltratam o motorista após longas jornadas.

Na estrada, a estabilidade do WR-V mostra-se excelente, tão boa quanto a do Fit e na média dos outros aventureiros urbanos e crossovers. Seus freios são a disco ventilado na dianteira e tambor na traseira, e cumprem bem o papel de segurar os 1.130 kg do carro. O desempenho do carro agrada, e ultrapassagens são feitas sem muita dificuldade, graças à reação rápida do câmbio ao kick down. A contrapartida é que o ruído do motor em altas rotações invade a cabine sem dó, e isso pode ser um pouco cansativo em viagens com ritmo mais intenso.

No geral, temos no WR-V uma boa opção de aventureiro, e por ser mais barato e menos chamativo que o HR-V, pode ser uma compra interessante para quem procura um carro mais alto e não abre mão de espaço interno e conforto. Devido ao baixo peso, não deve quase nada em desempenho para o irmão maior, e faz bem perante a concorrência. De qualquer forma, pagar praticamente R$ 85.000 por um Fit acaba sendo um pouco ofensivo, mesmo se tratando de um carro tão bom.

CONFIRA NOSSO VÍDEO:  https://www.youtube.com/watch?v=38KHFcG-21A

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